Hoje a economia está em dificuldades e uma das razões é a falta de confiança.
Mas podemos dizer que também a sociedade portuguesa tem um défice de confiança.
Falta a confiança em que estamos todos solidários, quando as coisas correm mal e quando correm bem. Este espírito de solidariedade permite-nos dar o melhor de nós próprios, quaisquer que sejam as circunstâncias.
Mas não tem sido este o caminho seguido na sociedade portuguesa, em particular por aqueles que têm a responsabilidade de governar.
Vivemos numa sociedade que tem sido dividida para que alguém possa reinar.
Vivemos numa sociedade que tem sido dividida para que alguém possa reinar.
Independentemente das (boas) intenções por trás destas atitudes, o efeito reformista é duvidoso e o impacto no ânimo geral é claramente negativo. Sobretudo quando surge uma crise externa a provar que não estávamos preparados para ela.
Mas a alternativa não é passar duma atitude de confronto para um paternalismo, que sugere que quem antes gerou inúmeros conflitos pode agora tornar-se a fonte das soluções para os problemas mais graves. Além disso Portugal já sofreu demasiado por causa dos paternalismos políticos.
É urgente recuperarmos a confiança em nós próprios e nos outros.
É urgente que alguém seja capaz de dizer aos portugueses que têm que estar unidos a enfrentar a crise e que essa solidariedade se deve manter quando a crise der lugar à prosperidade.
É urgente que alguém seja capaz de se apresentar aos portugueses não como um salvador ou um distribuidor de benesses mas como alguém que acredita neles e que é capaz de ajudar a que se construa essa solidariedade entre todos.
3 comentários:
Excelente mensagem, Carlos. É isto mesmo. O nó górdio, a diferença radical, está mesmo no que dizes. Só assim será possível abrir outro horizonte.
Obrigado, Rui.
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