terça-feira, 22 de julho de 2008

A justiça vence (quase) sempre. É só uma questão de paciência.


Foi capturado Radovan Karadzic, um dos maiores responsáveis dos crimes de guerra na Bósnia, depois de anos a monte. É acusado, entre outros crimes, da matança de 7500 bósnios muçulmanos em Srebrenica. O Tribunal Penal Internacional (TPI) tem assim mais uma vitória, ao conseguir que vá a julgamento este ex-líder da República Sérvia da Bósnia.

Este facto constitui um importante sinal de esperança. A afirmação da justiça, à escala global, que é capaz de tocar os maiores responsáveis de crimes contra a humanidade, onde quer que estejam, representa um importante avanço civilizacional.

Igualmente importante é o facto dessa perseguição ser feita dentro dos limites da lei e respeitando as suas regras essenciais, ainda que com criminosos. Nesse sentido, o TPI representa a antítese de Guantanamo da era Bush, ou mesmo de operações de liquidação de alvos por parte de outros serviços secretos ocidentais. O mundo ocidental não pode, nem deve hesitar no caminho que deve escolher. Há que defender a via de quem acredita numa justiça com regras, que defende e procura ressarcir as vitimas, mas o faz com respeito pelos direitos dos arguidos, com penas justas e aplicadas com rigor. Sobretudo, de quem não confunde justiça com vingança.

Fica claro, também, que o tempo corrige muitas injustiças. Que ninguém se consegue esconder para sempre e que, mais tarde ou mais cedo, vencerá a verdade dos factos. Umas vezes, levando os acusados a tribunal, ainda em vida. Outras, ficando condenados na História, em páginas de iniquidade, ainda que nunca tenha passado por um tribunal.

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