"Recordam-se das apostas sobre quem ia ganhar o Euro 2008? Havia um grupo que especulava que ganharia Portugal, outro que a vitória seria da Espanha e por aí fora. Julgo que todos concordarão que essas apostas de nada valeram à determinação do vencedor. Mas, se em vez de apostas sobre resultados de futebol, estivermos a falar sobre apostas relativas ao preço do grão-de-bico, do trigo ou do petróleo daqui a uns meses ou anos, ainda estaremos todos de acordo quanto ao carácter inócuo das apostas sobre a definição do preço actual desses produtos? (...)"
Assim começa o artigo que escrevi hoje no Jornal de Negócios e que alerta para a falta de evidência de que a principal razão para a subida dos preços seja a especulação.
Talvez seja oportuno abordar o problema energético na sua perspectiva estrutural em vez de nos ocuparmos demasiado com factores conjunturais. É que há mesmo justificação, a prazo, para que a subida de preços seja sustentada, ainda que possa vir a ser adiada por uma forte e provavelmente muito grave recessão mundial.
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