terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Seeds of Peace




Seeds of Peace - Sementes de Paz, dedica-se à capacitação de jovens líderes de regiões de conflito com as competências de liderança necessárias à reconciliação e coexistência.

Na última decada, Seeds of Peace, intensificou o seu impacto, aumentando dramáticamente o numero de participantes, nações representadas e programas.

De 46 jovens Israelitas, Palestinianos e Egipcios em 1993, a organização ainda focada no Médio Oriente, expandiu a sua actividade para incluir jovens lideres da Ásia do Sul, Chipre e Balkans. Esta rede de lideres envolve hoje mais de 3500 jovens de várias regiões de conflito.
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domingo, 16 de dezembro de 2007

Filmar aos 99 anos



Manoel de Oliveira, um dos mais notáveis realizadores portugueses de cinema, continua a filmar aos 99 anos, celebrados no passado dia 12 de Dezembro. Para o próximo dia 10 de Janeiro, está prevista a estreia do seu último filme, "Cristovão Colombo - O enigma". Quando se levantou a dúvida se para lá dos 100 anos continuaria a receber apoio para filmar, a resposta - depois de alguma hesitação inicial - foi positiva.
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Novo hipermercado de Estremoz onde nada se perde e quase tudo se transforma




(Público, 01.11.2007, Carlos Dias)


A nova unidade comercial que o grupo Sonae Distribuição vai hoje abrir ao público na cidade de Estremoz é apresentada como um exemplo no aproveitamento das novas valências ambientais.
Vítor Martins, director de Ambiente da Sonae (grupo que também é proprietário do PÚBLICO), não consegue disfarçar o entusiasmo pelo conjunto de 12 medidas totalmente inovadoras que vão ser aplicadas a partir de hoje na poupança de energia de água e de gestão dos resíduos, no novo Modelo de Estremoz.
Para além dos sistemas de microgeração, que aproveitam a energia eólica e fotovoltaica para produzir, cada um dos sistemas, 2,5 KW, há um colector solar para aquecimento da água da cafetaria. Na nova unidade comercial também se faz o aproveitamento exaustivo de tudo o que produz luminosidade, energia eléctrica ou térmica convencional.
Exemplos: o calor libertado pela central do frio serve para aquecimento de uma das lojas do hipermercado; a luminosidade interior é obtida fundamentalmente através de mais de uma centena de clarabóias de tipo Solar Tube (deixam passar a luz, mas não o calor do sol). Um sistema automático regula os fluxos luminosos emitidos pelas lâmpadas fluorescentes de alto rendimento, sempre em função da iluminação obtida a partir das clarabóias.
Nem os reclamos luminosos e os sinais de trânsito de acesso à unidade comercial escapam às medidas de poupança de energia. E, neste particular, chegou a vez de as lâmpadas de tecnologia LED contribuírem para a redução do consumo de energia.
Vítor Martins explicou ao PÚBLICO que no novo hipermercado colocaram "todo o tipo de inovações que nos são acessíveis, para as podermos testar".
O objectivo "é a melhoria continuada" dos equipamentos com novas valências ambientais, que passa pela gestão dos resíduos. Tudo foi pensado para que no aterro intermunicipal que serve Estremoz não sejam depositados os resíduos passíveis de recuperação ou de reciclagem. Para além dos habituais ecopontos para o vidro, papel e plástico, o hipermercado de Estremoz coloca à disposição dos seus futuros clientes um contentor para pilhas, outro para óleos alimentares e outro ainda para óleos usados no sector automóvel.
A novidade está no "roupão", um contentor onde as pessoas podem depositar roupa usada que será destinada a famílias carenciadas.
Quanto às embalagens de alumínio, a Sonae pretende entregá-las ao município de Estremoz. Em síntese, a proposta passa por colocar à disposição dos clientes do novo hipermercado um sistema completo de recepção de resíduos, que ajude a incutir na população um novo paradigma de preservação ambiental.
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Empresa portuguesa produz solução informática para o alargamento do Espaço Schengen


(Correio da Manhã, 15/12/2007)

Quando tudo parecia perdido para abolir as fronteiras nos novos Estados Membros (EM) da União Europeia (EU), devido a um atraso no desenvolvimento de um programa informático, uma empresa portuguesa descobriu a solução. Em poucos meses, a Critical Software criou uma plataforma informática para adaptar os programas de controlo de cada país ao Sistema de Informação de Schengen (SIS I) e para tornar possível a livre circulação de pessoas, já a partir de sexta-feira, dia 21.


Foi um trabalho complexo e exigente, feito num ambiente descontraído, em que um colaborador pode estar embrenhado no computador a decifrar códigos encriptados durante horas, mas também tem a liberdade para interromper o trabalho e ir dar uma volta de bicicleta, jogar uma partida de snooker ou entregar-se à leitura de um livro num dos vários pufes espalhados pela área de lazer da empresa.

O convite partiu do então ministro da Administração Interna, António Costa, e foi prontamente aceite pelos administradores da Critical Software.

Em Setembro de 2006, a Comissão Europeia informou que seria tecnicamente impossível ter o SIS II em funcionamento antes de meados de 2008, o que inviabilizava a entrada no Espaço Schengen de nove dos novos EM, antes de 2009. Percebendo que a questão lhe ia rebentar nas mãos em pleno exercício da Presidência da UE, o Governo português socorreu-se da engenharia portuguesa para encontrar uma solução. E o resultado está à vista. Depois de vários meses de trabalho intenso, o primeiro-ministro José Sócrates vai poder sorrir nas cerimónias que estão marcadas para assinalar mais uma abertura de fronteiras entre países comunitários.

O meio que permitirá atingir este fim chama-se Sisone4all e é totalmente Made in Portugal. Partindo do SIS I, criado na década de 90, a empresa com sede na zona industrial de Taveiro, em Coimbra, desenvolveu um programa tecnologicamente mais evoluído, que permite adaptar as bases de dados dos países pertencentes ao Espaço Schengen, dando-lhes capacidade para incluir os novos aderentes – Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, República Checa, Eslováquia e Eslovénia. A Suíça, embora não pertença à UE, decidiu aproveitar este programa para entrar também no sistema de fronteiras abertas, em Março de 2008.

Para aderirem ao Espaço Schengen, os países candidatos tiveram de cumprir uma série de requisitos no âmbito da cooperação policial, protecção de dados e atribuição de vistos. E a integração de todos estes dados no actual sistema de controlo só foi possível através da solução informática portuguesa.

“Fizemos um estudo de viabilidade com a colaboração do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que demonstrou a validade da solução técnica encontrada e permitiu que fosse aprovada nas instâncias internacionais competentes. A partir dai montámos uma equipa de projecto multidisciplinar com objectivos muito bem definidos e totalmente focada na implementação das novas soluções tecnológicas. A plataforma foi instalada num mês”, explica Filipe Freitas, gestor da área de negócio da Critical Software.

Ao resolverem um problema, com “a ajuda preciosa da diplomacia portuguesa”, os engenheiros portugueses aproveitaram igualmente para dotar os sistemas com plataformas mais modernas, ambientes de trabalho simples e práticos.

A Critical Software nasceu em 1998, fruto do inconformismo de três génios informáticos, que queriam mais do que fazer carreira no Ensino Universitário. Nos intervalos do doutoramento, João Carreira, Gonçalo Quadros e Diamantino Costa idealizaram a empresa.

“Sendo a internet um meio cada vez mais evidente no suporte de muitos negócios, onde os meios de informação não podem falhar, pareceu-nos uma boa oportunidade de negócio. Queríamos constituir-nos como projecto de referência da engenharia portuguesa à escala global, estar perto dos principais eixos universitários e vencer barreiras em nichos de mercado específicos com produtos de excelência”, recorda Gonçalo Quadros, director-geral (CEO) da sociedade.

Com os objectivos definidos, tentaram um financiamento na Banca. E apanharam a primeira desilusão. Quem os atendeu deu-lhes um conselho insólito, em vez do desejado empréstimo: “Vocês podem dar excelentes professores universitários, por isso, não se metam nisso”, disse, na ocasião, o bancário. O vaticínio não podia estar mais errado.

A constituição da empresa foi mesmo para a frente e os primeiros a reparar nas qualidades dos empreendedores portugueses foram os responsáveis da NASA, ao adquirirem um programa (Xception) para simulação de falhas graves. Hoje, é considerada uma das empresas europeias de mais rápido crescimento. A facturação esperada para este ano é de 14 milhões de euros. A fórmula do sucesso assenta em seis pilares essenciais: “Ambição, autoconfiança, criatividade, conhecimento, credibilidade e muita humildade”. “É quase como na alta competição. Podemos ter o melhor físico, mas se não tivermos a melhor alma não conseguiremos vencer”, adianta o director-geral da empresa.

Para conquistar estes resultados, além da visão estratégica da administração que reinveste os lucros no desenvolvimento pessoal dos quadros e na investigação, foi feita uma aposta muito grande no grau de satisfação dos Recursos Humanos.

As equipas estão distribuídas por ‘ilhas’, constituídas por meia dúzia de secretárias, separadas por estantes abertas. O ambiente é de absoluta tranquilidade. As conversas são em voz baixa. Os papéis quase não existem, apenas os computadores e alguns objectos pessoais, tais como fotografias de família, plantas bonsai ou um porquinho mealheiro para depositar as multas instituídas dentro das próprias equipas.

Os colaboradores, formados em Engenharia Informática, têm liberdade para gerir o seu horário. O importante é cumprir os objectivos traçados pela administração. Já não é tão importante a forma como o fazem, pois o bem-estar psicológico é meio caminho andado para os elevados índices de criatividade. Podem interromper o trabalho para tomar um chá, comer uma peça de fruta fresca, que todos os dias é distribuída pelas salas, dar um passeio em bicicletas disponibilizadas pela empresa ou distrair no espaço de lazer. Ali, têm à disposição uma mesa de snoocker, mesa de ping-pong, matraquilhos, um alvo com setas, pufes e um saco de treino para boxe, com as respectivas luvas.

“Há uma preocupação constante em manter o grau de satisfação dos colaboradores elevado”, conta Olga Costa, gestora de Recursos Humanos.

Apesar da juventude, a Critical Software tem o caminho bem defi-nido: quer continuar a resolver problemas difíceis e entrar na Primeira Liga Europeia das empresas de base tecnológica.

PERFIL

A Critical Software SA foi fundada em 1998 por três doutorados em Informática. Tem sede na Zona Industrial do Taveiro, em Coimbra, e Centros de Engenharia em Lisboa e Porto. As subsidiárias ficam em San José (EUA), Southampton (Reino Unido) e Bucareste (Roménia). O quadro de pessoal é composto por duas centenas de funcionários. A média de idades ronda os 28 anos. Em 2006, registou um volume de negócios de 8 milhões de euros (75% provenientes do estrangeiro). Este ano, a previsão aponta para 14 milhões de euros de facturação. O investimento no estímulo ao crescimento, desenvolvimento pessoal e investigação e desenvolvimento (ID) é de 12% do volume de vendas. Foi a primeira empresa portuguesa a ser certificada pelo Software Engineering Institute (EUA) com o nível de Maturidade 3 do Capability Maturity Model Integration. Director-geral: Gonçalo Quadros.

"SOU UM ESCRAVO DO COMPUTADOR

Anda num Ford Mondeo com muitos anos, preocupa-se com a imagem apenas por questões empresariais e não larga o computador. O director-geral da Critical Software, Gonçalo Quadros, lidera uma equipa que transforma inteligência real em inteligência artificial e procura manter o equilíbrio entre o formalismo necessário aos grandes negócios e o informalismo natural dos ambientes mais criativos. “A ideia é desenvolver um ambiente irreverente. Mas se não houver formalismo, as ideias não têm consequência”. Consciente de que a velocidade da informação é hoje um trunfo essencial, o gestor tornou-se “escravo do computador”. “O tempo de decisão é tão crítico que não posso estar muito tempo distante do computador. Entre um café e um pastel de nata, descarrego meia dúzia de e-mails”, adianta. Para Gonçalo Quadros, a plataforma Sisone4all é uma espécie de Ovo de Colombo: “É algo que nos orgulha porque ajuda a melhorar o Mundo”.

O responsável defende que “atrás de uma ameaça está sempre uma oportunidade” e não abdica dos critérios de rigor, qualidade e seriedade como bandeiras da empresa. “Mais do que desenvolver tecnologias, queremos resolver os problemas dos nossos clientes”, assegura.

RIGOR TÉCNICO NA GESTÃO

“A Critical veio trazer uma lufada de ar fresco ao mercado, pela capacidade de apresentar projectos e de os cumprir. Preocupamo-nos com o rigor na gestão técnica e na abordagem aos mercados”, refere Filipe Freitas, gestor da área de negócio. A empresa tem salas com informação classificada onde só entra um reduzido número de colaboradores. Nas restantes áreas, o trabalho e a concentração também são essenciais, mas vive-se mais num “caos organizado”, explica o responsável.

CENTENAS DE CANDIDATOS

Os colaboradores da empresa sentem-se uns felizardos. Fazem o que gostam e ainda têm direito a uma série de ‘vitamínicos’ laborais. “Sinto-me uma privilegiada”, diz Verónica Marin, uma engenheira informática de 25 anos, natural da Roménia, impressionada “com a qualidade do trabalho e do profissionalismo”. Ricardo Maia, 32 anos, um dos primeiros a entrar nos quadros, reforça esta ideia: “É um projecto aliciante, desenvolvido num ambiente de muita cumplicidade”. Assim se compreende que todos os meses entrem nos Recursos Humanos mais de 300 candidaturas.

'CAIXA MÁGICA' POUPA COMUNICAÇÕES

O aparelho multifuncional Edgebox, destinado a simplificar a utilização dos meios de comunicação nas Pequenas e Médias Empresas, é a nova coqueluche da Critical Software para conquistar o mercado de massas a nível internacional. O equipamento foi desenvolvido por um spin-off da empresa – a Critical Links – contou com o apoio da Agência de Inovação e já foi distinguido com o prémio ‘Convergence Product of the Year’, atribuído por um portal britânico aos profissionais de Tecnologias de Informação. O segredo do novo aparelho consiste em garantir uma gestão mais fácil e económica das redes de comunicações das empresas, através de software inovador. A ferramenta contém VoIP (chamadas telefónicas pela internet), acesso wireless, antivírus, antispam, firewall, servidor de e-mail, web, file e print server, conexão ao ISP e acesso à intranet, entre outros. Do conjunto de produtos desenvolvidos pela Critical, destaca-se também o Xception, uma tecnologia centrada no teste e certificação de software ultracrítico e na validação/avaliação da confiabilidade, que tem sido muito requisitada pelas principais agências espaciais.

CAÇA AOS CIENTISTAS NACIONAIS


A criação de medidas para promover o regresso dos investigadores portugueses às empresas nacionais e atrair cientistas estrangeiros para leccionar nas nossas universidades foram dois dos objectivos traçados pelo Governo no Plano Tecnológico – Portugal a Inovar (PT-PI). Através da Bolsa de Emprego Científico, dinamizada pela Agência de Inovação (Adi – DegrauCientífico), foram colocados doutores e mestres em mais de 350 projectos desenvolvidos por empresas portuguesas. A ideia é prosseguir com o projecto. A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) irá lançar um programa para a criação de 50 cátedras convidadas em universidades e instituições de investigação, até 2009, visando a contribuição dos investigadores para o desenvolvimento do Ensino Superior e da Ciência em Portugal. Adicionalmente, foi facilitado o acolhimento de imigrantes de alto nível científico e está prevista a contratação pelas instituições nacionais de docentes e investigadores de referência internacional, designados por Professorships.

PROJECTOS

ELEIÇÕES

Depois do apagão no sítio do STAPE na noite das últimas eleições autárquicas, em Outubro de 2005, a Critical Software foi chamada a trabalhar no processamento de resultados do Referendo ao Aborto, eleições regionais da Madeira e eleições para a Câmara de Lisboa.

INVENÇÃO

O nome para a plataforma que vai permitir a integração dos novos membros no Espaço Schengen (Sisone4all) foi inventado pelo secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, José Magalhães. Sugere que é um programa para benefício de todos.

ATRASO

A conclusão do novo Sistema de Informação de Schengen (SIS II) está atrasada. A versão tecnológica (que não tem a participação da Critical) devia ter entrado em funcionamento em meados deste ano, depois de um adiamento do prazo em 17 meses. Mas só deve ficar pronta em meados do próximo ano.

DESCONTRAIR PARA PENSAR

Os jogos como os matraquilhos ou o bilhar são duas das ofertas da empresa aos seus colaboradores, que assim podem usufruir de momentos descontraídos que acabam, na medida certa, por os ajudar a pensar melhor.

Francisco Pedro
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Portugueses são líderes no azeite nos EUA




O semánário SOL dava conta na sua edição de 15 de Dezembro de 2007, que a NUTRINVESTE, empresa que se dedica ao comércio e indústria de gorduras alimentares que emprega 830 trabalhadores e possui um volume de negócios de 775 milhões de euros é lider no sector do azeite, nos Estados Unidos.
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Portugal tem dos melhores níveis do mundo de integração de portadores de Trissomia 21

Lisboa, 07 Dez (Lusa) - O pediatra do Desenvolvimento Miguel Palha disse hoje que Portugal tem dos melhores níveis do mundo de integração na sociedade das crianças e adultos portadores de Trissomia 21.

Existem em Portugal entre 10 a 12 mil pessoas com Trissomia 21 e, segundo Miguel Palha, 100 por cento das crianças até aos dez anos estão integradas no sistema regular de ensino.

Miguel Palha foi presidente da Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21) e actualmente dirige o Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças, que nasceu do trabalho desenvolvido pela associação.

A Trissomia 21 (ou Síndrome de Down) foi descrita pela primeira vez com pormenor por um médico inglês, John Longdon, em 1866, sendo uma patologia (alteração) congénita, que causa um atraso no desenvolvimento físico e intelectual.

Esta doença - causada pela presença de um cromossoma 21 a mais (três, em vez de dois) - afecta cerca de 0,2 por cento (um em cada 500) dos recém-nascidos.

Actualmente, de acordo com Miguel Palha, o avanço científico permite identificar esta doença em 90 a 95 por cento dos fetos.

Segundo o pediatra do desenvolvimento, que falou hoje à Lusa à margem de um seminário sobre Trissomia 21, em Lisboa, promovido pelo Diferenças e pela associação, além de Portugal ser dos países com maiores níveis de integração, é também dos mais avançados em termos de técnicas e metodologias educativas.

Por outro lado, acrescentou, na maioria dos centros de apoio é possível prestar cuidados de ordem médica e educativa.

Miguel Palha explicou que no Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças é desenvolvido um conjunto de metodologias específicas para o ensino da leitura, escrita e do comportamento a portadores da doença.

Relativamente às escolas públicas, o pediatra do desenvolvimento explicou que tem de haver adaptações, mas que, genericamente, o processo de integração tem corrido bem, embora estas crianças necessitem, obviamente, de um técnico de ensino especial que ajude a construir um programa adequado que facilite a sua integração na comunidade.

No que respeita à integração de pessoas com Trissomia 21 no mercado de trabalho, Miguel Palha explicou que há várias instituições a trabalhar com sucesso nesta área e que nos próximos dez anos 90 por cento dos adultos deverão estar integrados.

Estas pessoas, explicou, têm uma capacidade comunicativa extraordinária.

"O que é mais fascinante nos miúdos com Trissomia 21 é a capacidade de interagir, é o prazer relacional, o despojamento material e o prazer de estar com os outros", disse.

Num momento em que o mundo é essencialmente materialista, adiantou, estas crianças, jovens e adultos preocupa-se com as pessoas.

"Questionam por que está a mãe triste, por que não ri o amigo… Pequenas coisas com as quais ninguém se preocupa hoje em dia", frisou.

Questionado sobre a eventual marginalização social das pessoas com Trissomia 21, Miguel Palha referiu que todas as pessoas com diferenças são marginalizadas, mas defendeu que a sociedade portuguesa evoluiu.

"Hoje em dia a maior parte das pessoas ensina aos filhos que as diferenças devem ser aceites e a perspectiva é completamente diferente de há 20 anos. E daqui a 20 anos vai ser diferente de hoje. Estamos no bom caminho", disse.

A Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 foi fundada em 1990 para dinamizar todas as acções relacionadas com os aspectos científicos, educativos e sociais da doença Trissomia 21.

As primeiras opções estratégicas da Associação foram a prestação de cuidados a crianças afectadas por esta doença genética.

Pouco depois, a Associação introduziu em Portugal "as mais modernas metodologias de avaliação e de intervenção" relacionadas com esta patologia, experiência que foi posteriormente generalizada a outras doenças.

Desde então, a instituição proporciona programas de intervenção específicos para a síndrome do X Frágil, para a Síndrome de Williams e para os Défices Cognitivos (atrasos mentais) com ou sem causas conhecidas.

Desde 1995 que a Associação faculta cuidados específicos a crianças e a adolescentes com outras perturbações do desenvolvimento, designadamente com Dificuldades de Aprendizagem, Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção, Perturbações da Linguagem, Perturbações da Coordenação Motora, Autismo e Síndrome de Asperger.

Em Janeiro de 2004, O Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças iniciou as suas actividades, sendo uma unidade autónoma da APPT21.
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Três razões de Steve Jobs

Absolutamente extraordinário. Três razões, só três. Para ver a vida de outra maneira. Um testemunho, do criador da Apple, Steve Jobs.


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Acidente transforma futebolista em campeão de basquetebol em cadeira de rodas

Barreiro, 06 Dez (Lusa) - Aos 14 anos, Renato Pereira foi colhido por um comboio e ficou preso a uma cadeira de rodas, mas o amor pelo desporto conduziu-o ao basquetebol e hoje é, com Portugal, campeão europeu da série C.

Renato Pereira, agora com 26 anos, sempre se dedicou ao desporto e nem o acidente o afastou, tendo já uma vasta lista de modalidades no currículo.

"Sempre fui educado para a prática do desporto e pratiquei várias modalidades antes e depois do acidente. Para os portadores de deficiência, o desporto traz também uma condição física que é importante para ultrapassar certas barreiras arquitectónicas", disse em declarações à Lusa.

Ao passar uma passagem de nível que estava fechada com a sua bicicleta, Renato Pereira foi colhido por um comboio quando se deslocava para casa depois de um treino de futebol, assumindo sem problemas que a culpa do acidente foi toda sua.

Um convite de um amigo levou Renato Pereira a experimentar o basquetebol em cadeira de rodas, modalidade que abraçou nos últimos oito anos, depois de ter praticado natação e remo adaptado.

Este ano, o atleta conseguiu a maior proeza da sua carreira ao estar presente na selecção de Portugal que venceu o europeu da modalidade que decorreu em Dublin, onde Portugal venceu todos os jogos e conseguiu colocar dois jogadores no “cinco” ideal.

"Em 2005, o campeonato decorreu em Portugal e ficámos em quinto lugar, este ano conseguimos o primeiro, o que não é mau em dois anos de evolução. Subimos da série C para a série B e representar o país é uma alegria e um orgulho enorme, seja portador de deficiência ou não", defende.

Renato Pereira confessa que faltam mais praticantes para que a modalidade possa evoluir, lembrando que existem jogadores com cerca de 60 anos a competir.

"Precisamos de evoluir e a mentalidade portuguesa também, pois afinal ainda somos um milhão. Este ano estou a jogar na equipa da minha terra (Barreiro) e espero ajudar os que agora estão agora a começar com a minha experiência", afirmou.

"Fui quatro vezes campeão nacional no APD de Lisboa e este ano vim jogar para o clube da terra, o Santoantoniense. Falta divulgação mas a modalidade está a evoluir em Portugal e existem mais equipas a nível nacional e até nas ilhas", acrescentou.

O estudante do 3º ano do curso de terapia da fala explica que a modalidade é dispendiosa e que o preço de uma cadeira para praticar basquetebol pode variar entre 1.500 e 4.000 euros.

"Uma cadeira assim custa perto de 1.500 euros. A que uso hoje foi entregue pela selecção aos atletas é de titânio e deve rondar os 2.500 euros, mas existem cadeiras que custam perto dos 4.000 euros. Quando mais leve for melhor para a velocidade e mobilidade do jogador", explica.

Renato Pereira confessa que na vida das pessoas com deficiência motora, o primeiro passo é ultrapassar os obstáculos criados pela própria mente e depois os que existem "lá fora".

"Uma vez disseram-me que só deixaria de ser um coitadinho quando tirasse a cadeira da cabeça e a colocasse debaixo do rabo. As pessoas tem que batalhar, lutar e tentar, pois é certo que existem algumas coisas que não somos capazes de fazer e nessa altura só temos que pedir ajuda, sem receios. O não já está garantido", concluiu.

A selecção nacional de basquetebol em cadeira de rodas vai ser homenageada no próximo fim-de-semana pela autarquia da Moita, concelho onde a equipa realizou o estágio de preparação para Europeu.
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O Declinio da Violência


Steven Pynker é investigador no departamento de psicologia da Universidade de Harvard.

Neste video fala-nos de violência. Como a violência tem tido um decréscimo radical olhada na escala dos milénios, dos séculos e até das décadas. Como as nossas sociedades são, hoje, imensamente mais seguras e humanas que eram no passado. Como diz Pynker: "Hoje, estamos provávelmente a viver o momento mais pacífico da presença da nossa espécie na Terra."

Continuando com Pynker: ..."Na década de Darfur e Iraque, pouco tempo depois do século de Estaline, Hitler e Mao, afirmar que a violência tem vindo a dimunuir pode parecer algures entre a alucinação e a obscenidade. No entanto estudos recentes que procuram quantificar o fluxo e refluxo histórico da violência apontam exactamente para essa conclusão.

Alguma desta evidência esteve debaixo do nosso nariz todo o tempo. A história convencional demonstrou há muito, de muitas maneiras, que nos estamos a tornar mais bondosos e gentis. Crueldade como entretenimento, sacrificios humanos para satisfazer superstições, escravatura como um processo de poupar trabalho, conquista como afirmação de missão de governo, genocidio como meio de adquirir territórios, tortura e mutilação como rotina de punição, pena de morte por pequenas ofensas ou diferenças de opinião, assassinio como mecanismo de sucessão política, violação como despojo de guerra, massacres de minorias como saida para a frustração, homicidio como forma dominante de resolução de conflitos - todas foram características vulgares da vida em grande parte da história humana. Mas, hoje, são raras ou inexistentes no Ocidente, e muito menos comuns, em todo o lado, do que eram, sendo certo que quando ocorrem, são largamente condenadas quando são tornadas públicas."

Na escala dos milénios Pynker sublinha que, de acordo com os estudos de antropólogos como
Lawrence Keeley, Stephen LeBlanc, Phillip Walker, e Bruce Knauft, se as taxas de mortalidade das sociedades tribais fossem aplicadas às guerras do sec XX teriamos tido não os 100 milhões de mortos, mas sim 2 biliões.

Na escala dos séculos Pynker baseia-se nomeadamente nos estudos do criminologista Manuel Eisner que tomando como campo de estudo a Europa Ocidental no período do sec XIII a meados do sec XX , chegou à conclusão que as taxas de homicidio em todos os países se reduziram drásticamente- por exemplo em Inglaterra no sec XIV foram detectados 24 homicidios por cada 100 000 pessoas contra 0,6 por 100 000 no ínicio dos anos 60 do sec XX.

Na escala das décadas os dados compõem aquilo a que Pynker chama um "quadro chocantemente feliz". A violência global decresceu consistentente desde meados do sec XX.
De acordo com Human Security Brief 2006 o numero de mortes em batalha nas guerras entre Estados declinou de mais de 65 000 por ano nos anos 50 do seculo passado, para menos de 2 000 por ano na nossa década. Na Europa Ocidental e nas Americas verificou-se na segunda metade do sec XX um nítido decréscimo do número de guerras, golpes militares e revoltas étnicas mortais. De acordo com a cientista politica Barbara Harff, entre 1989 e 2005 o numero de campanhas de assassinato em massa de civis decresceu 90%.

O declinio de mortes e crueldade coloca vários desafios à nossa capacidade de percepcionar o mundo: Como é que tanta gente pode estar tão errada relativamente a uma coisa tão importante?

Steven Pynker responde, na conferência, a esta questão. Bom filme!
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Que a liberdade ressoe

"Tudo o que é construído no Mundo, é construído pela Esperança"
Martin Luther King





(tradução do discurso de 28 de Agosto de 1963 - I have a Dream)

"Há cem anos, um grande americano, sob cuja sombra simbólica nos encontramos, assinava a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para terminar a longa noite do cativeiro. Mas, cem anos mais tarde, devemos enfrentar a realidade trágica de que o Negro ainda não é livre.

Cem anos mais tarde, a vida do Negro é ainda lamentavelmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o Negro continua a viver numa ilha isolada de pobreza, no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o Negro ainda definha nas margens da sociedade americana, estando exilado na sua própria terra.

Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramaticamente mostrarmos esta extraordinária condição. Num certo sentido, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitectos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de independência, estavam a assinar uma promissória de que cada cidadão americano se tornaria herdeiro.

Este documento era uma promessa de que todos os homens veriam garantidos os direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à procura da felicidade. É óbvio que a América ainda hoje não pagou tal promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar este compromisso sagrado, a América deu ao Negro um cheque sem cobertura; um cheque que foi devolvido com a seguinte inscrição: "saldo insuficiente". Porém nós recusamo-nos a aceitar a ideia de que o banco da justiça esteja falido. Recusamo-nos a acreditar que não exista dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidades deste país.

Por isso viemos aqui cobrar este cheque - um cheque que nos dará quando o recebermos as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. Também viemos a este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é o momento de se dedicar à luxuria do adiamento, nem para se tomar a pílula tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da Democracia. Agora é o tempo de sairmos do vale escuro e desolado da segregação para o iluminado caminho da justiça racial. Agora é tempo de abrir as portas da oportunidade para todos os filhos de Deus. Agora é tempo para retirar o nosso país das areias movediças da injustiça racial para a rocha sólida da fraternidade.

Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência do momento e subestimar a determinação do Negro. Este sufocante verão do legítimo descontentamento do Negro não passará até que chegue o revigorante Outono da liberdade e igualdade. 1963 não é um fim, mas um começo. Aqueles que crêem que o Negro precisava só de desabafar, e que a partir de agora ficará sossegado, irão acordar sobressaltados se o País regressar à sua vida de sempre. Não haverá tranquilidade nem descanso na América até que o Negro tenha garantido todos os seus direitos de cidadania.

Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir as fundações do nosso País até que desponte o luminoso dia da justiça. Existe algo, porém, que devo dizer ao meu povo que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça. No percurso de ganharmos o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de actos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio.

Temos de conduzir a nossa luta sempre no nível elevado da dignidade e disciplina. Não devemos deixar que o nosso protesto realizado de uma forma criativa degenere na violência física. Teremos de nos erguer uma e outra vez às alturas majestosas para enfrentar a força física com a força da consciência.

Esta maravilhosa nova militancia que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos nossos irmãos brancos, como é claro pela sua presença aqui, hoje, estão conscientes de que os seus destinos estão ligados ao nosso destino, e que sua liberdade está intrinsecamente ligada à nossa liberdade.

Não podemos caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente. Não podemos retroceder. Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: "Quando é que ficarão satisfeitos?" Não estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos incontáveis horrores da brutalidade policial. Não poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados das fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso a um lugar de descanso nos motéis das estradas e nos hotéis das cidades. Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade fundamental do Negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Nunca poderemos estar satisfeitos enquanto um Negro no Mississipi não pode votar e um Negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos, e só ficaremos satisfeitos quando a justiça correr como a água e a rectidão como uma poderosa corrente.

Sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês saíram recentemente de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a vossa procura da liberdade vos deixou marcas provocadas pelas tempestades da perseguição e sofrimentos provocados pelos ventos da brutalidade policial. Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor.

Voltem para o Mississipi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para a Luisiana, voltem para as bairros de lata e para os guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, esta situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.

Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais".

Tenho um sonho que um dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade.

Tenho um sonho que um dia o estado do Mississipi, um estado deserto, sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caractér.

Tenho um sonho, hoje.

Tenho um sonho que um dia o estado de Alabama, cujos lábios do governador actualmente pronunciam palavras de ... e recusa, seja transformado numa condição onde pequenos rapazes negros, e raparigas negras, possam dar-se as mãos com outros pequenos rapazes brancos, e raparigas brancas, caminhando juntos, lado a lado, como irmãos e irmãs.

Tenho um sonho, hoje.

Tenho um sonho que um dia todo os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas, os lugares ásperos serão polidos, e os lugares tortuosos serão endireitados, e a glória do Senhor será revelada, e todos os seres a verão, conjuntamente.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com a qual regresso ao Sul. Com esta fé seremos capazes de retirar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé poderemos transformar as dissonantes discórdias de nossa nação numa bonita e harmoniosa sinfonia de fraternidade. Com esta fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ir para a prisão juntos, ficarmos juntos em posição de sentido pela liberdade, sabendo que um dia seremos livres.

Esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: "O meu país é teu, doce terra de liberdade, de ti eu canto. Terra onde morreram os meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada localidade ressoe a liberdade".

E se a América quiser ser uma grande nação isto tem que se tornar realidade. Que a liberdade ressoe então dos prodigiosos cabeços do Novo Hampshire. Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque. Que a liberdade ressoe dos elevados Alleghenies da Pensilvania!

Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado!

Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia!

Mas não só isso; que a liberdade ressoe da Montanha de Pedra da Geórgia!

Que a liberdade ressoe da Montanha Lookout do Tennessee!

Que a liberdade ressoe de cada Montanha e de cada pequena elevação do Mississipi.

Que de cada localidade, a liberdade ressoe.

Quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada aldeia, de cada estado e de cada cidade, seremos capazes de apressar o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção negra: "Liberdade finalmente! Liberdade finalmente! Louvado seja Deus, Todo Poderoso, estamos livres, finalmente!"
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Outra árvore de Natal

Os moradores do Bairro do Cerco, no Porto, construíram uma gigantesca árvore de Natal.
Entre frases, desejos , sonhos e projectos, o objectivo foi pôr todos a debater o presente e o futuro de um dos mais problemáticos bairros da cidade do Porto.



O projecto social "Pular a Cerca", em desenvolvimento no Bairro do Cerco do Porto, vai envolver, no decorrer da próxima semana, toda a comunidade local na construção de uma das maiores árvores de Natal da cidade.
"Aproveitando a proximidade do Natal, planeámos uma actividade de grande dimensão que privilegie a participação de vários intervenientes sociais", disse hoje, à Lusa, a coordenadora do projecto, Márcia Andrade.
A actividade inclui três momentos diferentes, nomeadamente a Oficina Árvore de Natal Gigante, a montagem e a inauguração da árvore de Natal (um plátano com cerca de 25 metros de altura).
Os enfeites de Natal estão a ser elaborados pelos alunos das escolas e pela restante comunidade do Cerco, um bairro com grandes problemas sociais, situado na freguesia de Campanhã, na zona oriental do Porto.
A cada turma será pedido que, além da construção do enfeite, escrevam duas frases, uma sobre aquilo que gostavam que o Natal trouxesse para a sua escola e comunidade e, de um modo geral, para as suas vidas e, a segunda, sobre aquilo que consideram poder fazer para que esses desejos se concretizem.
O mesmo é solicitado aos restantes elementos da comunidade.
"Consideramos ser possível, desta forma, promover a participação, potenciar pontes de comunicação, divulgar o que pensam e querem os indivíduos a quem, normalmente, se dirigem as políticas e as práticas de intervenção social", explicou Márcia Andrade.
A recolha das frases tem ainda outro objectivo, que consiste na sua análise no seminário "Intervenção e Mudança Social: Que processos? Que percursos?", a realizar dia 30 (sexta-feira).
Na construção desta árvore de Natal gigante estão ainda envolvidas outras instituições e empresas, do bairro e da cidade em geral.
"A cada uma delas será também pedido que escrevam duas frases que transmitam o que desejam para aquele contexto e sua população e sobre o que consideram poder fazer para que esse desejo se cumpra", explicou a responsável, acrescentando que estas frases serão também analisadas no seminário.
A iniciativa destina-se à população do Cerco, mas espera-se igualmente que permita abrir o bairro à cidade, recebendo visitantes que queiram conhecer "uma das maiores árvores de Natal da cidade do Porto".
"Pretendemos que esta árvore seja especial pelo tamanho, conteúdo, processo de construção e finalidade", frisou a técnica social.
Esta actividade atravessa toda a semana e culminará com o momento em que todas as luzes se acenderão, iluminando todo o bairro e revelando o trabalho construído por todos em conjunto.
Além da montagem da árvore de Natal, o plano de actividades para a semana inclui exposições de arte, a exibição de um filme de divulgação do Projecto "Pular a Cerca" e do Programa Escolhas, workshops de percussão e hip-hop e um momento de animação de rua oferecido à cidade, que se realizará em frente à Casa da Música.
Está ainda programado o seminário "Intervenção e Mudança Social: que Processos? Que percursos?" que se realiza sexta-feira à tarde no auditório da Escola EB 2,3/S do Cerco, e a exibição do filme "A Caminho do Resto do Mundo", que resultou de uma acção de formação realizada em Serralves com a participação de jovens oriundos de três bairros de Campanhã: Cerco, S. João de Deus e Lagarteiro.
O projecto "Pular a Cerca" surgiu no âmbito do Programa Escolhas, que visa "promover a inclusão social de crianças e jovens provenientes de contextos sócio-económicos mais vulneráveis, tendo em vista a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social (…)".
O projecto tem a duração de três anos (2006/2009) e desenvolve-se na área geográfica do Cerco do Porto.
Fazem parte desta iniciativa o Agrupamento Vertical de Escolas do Cerco (entidade promotora), Associação do Porto de Paralisia Cerebral (entidade gestora), junta de freguesia de Campanhã e Universidade do Porto.
O objectivo consiste na promoção da escola como pólo de desenvolvimento e dinamização da comunidade.
(Lusa)
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A Audácia da Esperança, de Barack Obama




Em Julho de 2004, Barack Obama galvanizou a Convenção Nacional do Partido Democrata com um discurso dirigido aos americanos de todos os quadrantes políticos. Um comentário conquistou lugar na atenção do público: a observação de que, apesar de toda a discórdia e luta manifestas na história da América enquanto nação, o seu povo foi sempre guiado por um optimismo indestrutível quanto ao futuro, a que o senador Obama chama «a audácia da esperança».
Neste livro Obama apela a uma forma diferente de fazer política – uma política para aqueles que estão cansados da partidarização amarga que se pode ver nas campanhas eleitorais; uma política enraizada na fé, na inclusão e na nobreza de espírito que residem no âmago da «nossa improvável experiência democrática».
Senador e advogado, professor e pai, cristão, céptico e, acima de tudo, estudioso da história e da natureza humanas, Obama escreveu um livro com potencial transformador. Só regressando aos princípios de que emanou a Constituição, afirma, conseguirão os americanos reparar um processo político que não está a funcionar e devolver ao pleno funcionamento um governo que perdeu perigosamente o contacto com milhões de cidadãos comuns. Estes americanos andam por aí, escreve, «à espera que republicanos e democratas estejam à sua altura».

(sinopse de apresentação Á venda na Webboom.)

As imagens da intervenção na Convenção de 2004.


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terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O novo projecto de Yunus




“(sobre a razão de ter criado um novo partido político) A política é o processo da mudança. É onde as mudanças ocorrem. É onde se organizam as pessoas e, de certo modo, se tenta mudar alguma coisa. É a via através da qual se podem introduzir as mudanças.

(...)

Ficarei feliz se o meu legado, e todo o trabalho que estou a fazer, conseguir convencer as pessoas de que é possível criar um mundo sem pobreza, apenas imaginar que podemos fazer isso, que é possível um mundo em que nenhuma pessoa seja pobre. E acreditar nisso. Porque acreditar é percorrer metade do caminho. Quando acreditamos, fazemos.Hoje, pelo contrário, a maioria das pessoas acredita que a pobreza é parte da vida. A partir do momento em que se aceita isso nunca se pensa em eliminá-la. Eu coloco a questão de outra forma: a pobreza não é parte da vida, não pertence à humanidade, é-lhe imposta de forma artificial pelo sistema. Sendo assim podemos eliminá-la e libertar as pessoas dela. Se pudermos todos globalmente acreditar nisso, então é possível mudar isso e, globalmente, um dia eliminar a pobreza.”



Muhamad Yunus, Grameen Bank (entrevista ao Público)
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Vinte anos depois - contrastes em Portugal

Entre 1986 e 2006 muita coisa mudou em Portugal. Na maioria dos casos para melhor, ainda que isso pareça tornar-se transparente aos nossos olhos. Mas vale a pena ter presentes alguns números:





Estes elementos não equivalem a dizer que tudo está resolvido. Ainda há caminho a fazer. Mas muito já se andou.
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Esquerda e direita

Ainda há esquerda e direita?


João Cardoso Rosas

Professor de Filosofia Política



A distinção política entre a esquerda e a direita começa com a própria génese do Estado constitucional moderno. Foi no ano de 1789, depois da transformação dos Estados Gerais franceses, em Assembleia Nacional Constituinte, que os deputados formaram espontaneamente dois grupos distintos. Um deles, situado do lado esquerdo da sala, era contrário ao veto legislativo do rei. O outro grupo, sentado do lado direito, era favorável a esse mesmo veto legislativo. Prefigurava-se assim uma divisão dicotómica do espaço político que se manteria em assembleias subsequentes. Depois da queda de Napoleão e da Restauração da monarquia, já na segunda década do século XIX, a dicotomia entre a esquerda e a direita passa a ter o significado claro de oposição entre a nova e a velha França, entre os liberais e moderados e os ultra-realistas. 


Apesar de estar associada a um tempo e um lugar precisos, a dicotomia entre a esquerda e a direita tem mostrado uma resistência extraordinária. Ela nunca deixou de, sob formas diferentes e com ideias renovadas, marcar a vida política francesa. Mas, mais do que isso, ela generalizou-se a todas as democracias constitucionais na Europa e no mundo. Onde há liberdades fundamentais e democracia, há uma direita e uma esquerda. Mas há também uma esquerda não democrática (estalinista, por exemplo) e uma direita não democrática (salazarista, por exemplo). O que explica esta capacidade da dicotomia para se projectar universalmente e para perdurar ao longo do tempo?


Num certo sentido, falar de esquerda e direita simplifica e facilita a leitura do espaço político pluralista. Agrupamos diversas sensibilidades ou partidos sob dois "guarda-chuvas" apenas. Mas isso recorda-nos que há muitas esquerdas (socialistas ou liberais) e muitas direitas (liberais ou conservadoras).


Vários pensadores contemporâneos têm procurado um critério distintivo entre esquerda e direita. Alguns - como Norberto Bobbio - defenderam que aquilo que distingue a esquerda da direita é a diferença de atitudes em relação à igualdade. A esquerda quer corrigir as desigualdades existentes, sejam elas de "status", económicas, de género, etc. Por isso, a esquerda ataca as hierarquias tradicionais, a desigualdade da riqueza, ou a sujeição das mulheres. A direita, por sua vez, tem reticências em relação à promoção da igualdade pelo Estado. Para a direita, este tipo de activismo interfere demasiado nas tradições da sociedade civil e mesmo na liberdade dos cidadãos.


Se olharmos para a distinção entre esquerda e direita, de acordo com a sua diferente atitude perante a desigualdade, julgo que é ainda possível descortinar, em Portugal e noutros países, uma esquerda e uma direita. Mas não devemos ser preconceituosos e pensar que não há uma única forma de ser de direita ou de ser de esquerda. A esquerda não tem de ser socialista, pode também ser liberal. A direita não tem de ser liberal, pode também ser conservadora e até muito estatista. E tanto a esquerda como a direita podem ser anti-democráticas.       


            Há ainda um outro problema. Muitas vezes, o discurso político corrente não serve para mostrar a realidade, mas para a encobrir. Assim, é normal que alguns façam discursos de esquerda e políticas de direita, ou discursos de direita e políticas de esquerda. Mas até o facto de nem sempre a acção estar alinhada com o discurso nos recorda a importância crítica da distinção entre esquerda e direita. Quando ela se esfuma, ou deixa de ser facilmente perceptível, a democracia está em maus lençóis. (in CAIS 124)


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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

VER- Valores, Ética e responsabilidade

Foi recentemente apresentado um novo projecto da ACEGE (Associação Cristã de Gestores e Empresários) que visa dispobilizar um portal online que tem como objectivo disponibilizar um serviço de referência para a comunidade empresarial de língua portuguesa com enfoque principal na promoção e defesa da ética e da responsabilidade social das empresas e dos seus gestores. O portal VER irá constituir seguramente uma nova forma de Ver a ética e os valores. Destaque, no arranque, para uma interessante entrevista com José Roquette.
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terça-feira, 20 de novembro de 2007

Heroínas & Heróis: Jacqueline Novogratz

Jacqueline Novogratz é a fundadora e lider do Acumen Fund uma organização sem fins lucrativos que actua numa lógica empresarial para combater a pobreza. Jacqueline defende que este combate exige a procura de soluções "de baixo para cima" em oposição à tradicional ajuda "de cima para baixo".

Jacqueline Novogratz, a semelhança de outras mulheres e homens que marcam a nossa contemporaneidade faz pontes e desafia preconceitos ligando de uma maneira inventiva, prática e sensata: mercado e ajuda internacional, investimento e filantropia, capital e paciência (capital paciente) com a consciência que "o mercado só por si não é capaz de resolver os problemas da pobreza", que uma educação e saúde acessíveis a todos é essencial e que a "dignidade é mais importante para o espirito humano que o bem estar material", afirmando como principio supremo da sua acção a "capacidade de ouvir o outro".

O video que se segue tem 15 minutos. Pode inspirar-nos durante muitos anos.


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segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A Nossa Pégada no Planeta

A WWF e o Independent têm um site onde é possível determinar, em função dos nossos hábitos de consumo, qual a quantidade de recursos comuns que estamos a usar.

A questão do ambiente é assim colocada como uma questão de cidadania, de consumo responsável, claro que também é uma questão de governo a quem compete dar exemplo e criar os contextos virtuosos, mas é bom ter esta consciência de que depende de cada um de nós e das nossas opcções de vida. Se acreditarmos no bom senso, é um sinal de esperança.

Este site foi desenvolvido com o apoio do Stockholm Environment Institute (bridging science and policy on environment) que tem vários projectos numa linha de intervenção em que o combate à pobreza não é separado do combate ao abuso do meio ambiente.

Olhando globalmente, olhando do ponto de vista do "melhor é possível", percebemos que os níveis de uso e consumo dos recursos naturais dos países desenvolvidos se fossem replicados em todos os países do mundo precisariamos de muitos planetas, que não temos. Tudo aponta para a necessidade de uma redução do consumo nos países ricos acompanhada por uma atitude responsável e solidária. Ao mesmo tempo, começamos a ter meios de rastreabilidade dos impactos meio ambientais das várias formas de produção e produtos. Importa estimular a capacidade de discernir em conjunto num diálogo à escala planetária onde o conhecimento e o saber-fazer humanos sejam postos ao serviço da sustentabilidade, da justiça e da preservação do nosso planeta azul.
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Ambiente- Comboio Eurostar

O Eurostar, inaugurado em 14 deste mês, é um comboio que liga Londres Paris em 2 horas em total conforto. O Eurostar é virtualmente não poluente: cada passageiro é responsável por 10,9 kg de CO2 por viagem, menos de 10% da viagem de avião. A Friends of the Earth, uma importante organização ambientalista inglesa, está a colaborar com a Eurostar empresa que gere o comboio do mesmo nome - na promoção deste novo, e amigo do ambiente, meio de transporte.
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CPLP - Sinais de Esperança

Noticia Sol/Lusa de 3 de Novembro do corrente

CPLP criam Grande Prémio Cultural - Os ministros da Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa anunciaram hoje a criação de um Grande Prémio Cultural, a ser atribuído de dois em dois anos


A decisão foi hoje tomada na Cidade da Praia, Cabo Verde, no VI Encontro de Ministros da Cultura da CPLP e por proposta do representante cabo-verdiano, Manuel Veiga.

Em declarações aos jornalistas, o ministro cabo-verdiano explicou que ainda não foi definido o montante do prémio mas garantiu que no mínimo terá de ser de 50 mil euros. O prémio, disse, será assegurado por todos os países da CPLP e destina-se a distinguir uma instituição ou um trabalho pela excelência na criação ou produção artística ou intelectual, na área cultural e no país onde se realize o encontro de ministros nesse ano.

Os ministros de Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau (não estiveram os responsáveis pela pasta de S. Tomé e Príncipe e de Timor-Leste e o ministro do Brasil enviou um representante) aprovaram ainda a proposta de Cabo Verde para que, a partir de agora, o encontro de ministros da cultura se realize de dois em dois anos e não anualmente, como ocorria até hoje. Segundo a Declaração da Praia, aprovada pelos ministros presentes, as próximas reuniões passarão a realizar-se a 5 de Maio, o Dia da Cultura da CPLP.

Os ministros aprovaram também a realização de uma Feira Cultural da CPLP no país anfitrião dos encontros e apoiaram a proposta de que Angola, Brasil e Portugal se responsabilizem, técnica e financeiramente, pela criação de um portal da CPLP na Internet dedicado à Cultura.

Em anexo à Declaração da Praia, os ministros declararam que «tudo farão para apoiar, de forma concreta, Cabo Verde nos esforços» para a reabilitação do Campo de Concentração do Tarrafal, e deram o «total apoio» à candidatura da Cidade Velha a património da humanidade.

Os ministros lamentaram ainda a morte do antigo embaixador brasileiro José Aparecido de Oliveira, «mentor e incentivador da criação da CPLP».

Para a ministra da Cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima, falta visibilidade à Cultura dos oito países, pelo que é necessária «uma visão estratégica de como melhorar e valorizar a cultura da CPLP no mundo». A ministra portuguesa considerou o Prémio e a Feira da Cultura da CPLP instrumentos que podem ajudar nessa divulgação e incentivou todos os Estados a ratificar a convenção da UNESCO sobre protecção e promoção da diversidade de expressão artística e cultural.

A Comissão Europeia decidiu dotar o Fundo Europeu de Desenvolvimento com mais 30 milhões de euros para a área da Cultura, uma proposta que se for aprovada «implica que os financiamentos têm de se adequar à convenção da UNESCO sobre diversidade cultural», avisou.

Cabo Verde detém, a partir de hoje, a presidência do grupo de ministros e terá de desenvolver os contactos para escolher o próximo país a realizar a VII cimeira, dentro de dois anos. Caso S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste se manifestem indisponíveis, a próxima reunião poderá ser em Portugal.

O encontro da Praia começou sexta-feira e terminou hoje. O anterior realizara-se na Guiné-Bissau em Outubro de 2006.

Lusa/SOL


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Portugal é 3.º a nível mundial - Fnac Colombo é a loja da marca que mais vende no mundo



(do jornal O Sol, 10 Nov 2007)

Há dez anos, o projecto da Fnac para Portugal não ambicionava mais do que duas lojas. Hoje, a sua primeira loja em Portugal, no Centro Comercial Colombo, está na lista das 14 melhores lojas do grupo em todo o mundo e é a que mais vende por metro quadrado, sendo considerada um case study internacional.

Porquê? «Por ter oferecido um produto que Portugal, até então, desconhecia», diz o director-geral da Fnac Portugal, Enrique Martínez.

A estratégia de expansão da marca Fnac é delineada a partir do sucesso de cada nova loja. Portugal foi uma verdadeira excepção nesse sentido, o inédito êxito da loja do Colombo bastou para definir a abertura das restantes.

Com menos quatro anos de presença do que na vizinha Espanha e num território bem mais pequeno, a Fnac Portugal conseguiu crescer mais em lojas e facturação, atingindo 290 milhões de euros em 2006 e um crescimento de 13% no primeiro semestre de 2007. É hoje o terceiro país a nível volume de negócios, depois de França e Espanha.
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sábado, 3 de novembro de 2007

Portugal em 17º lugar na competitividade na UE- subida de 2 lugares

Segundo o Global Competitiveness Index 2007-2008 (GCI) hoje divulgado pelo World Economic Fórum, Portugal ocupa a 40ª posição no índice global de competitividade que ordena um conjunto de 131 países e a 17ª posição no contexto da UE.

Estes resultados quando comparados e ajustados aos resultados da edição anterior (em que apenas foram avaliados 125 Países) evidenciam que Portugal subiu 5 lugares no contexto mundial e dois lugares no contexto da UE, tendo ultrapassado a Eslováquia e a Hungria.

O GCI tem em consideração o nível de desenvolvimento global dos países e inclui variáveis económicas, institucionais, educacionais e empresariais, para definir a competitividade dos Países.

Portugal é considerado o 8º melhor país do Mundo quando se considera o tempo global necessário para iniciar um negócio. Outros pilares em que Portugal ocupa uma posição mais favorável que o seu posicionamento global são a qualidade das infra-estruturas (25º), das instituições (27º), as competências tecnológicas (31º), a saúde e qualificação inicial (32º) e a capacidade de inovação (33º).

O Global Competitiveness Report do WEF, para além do CGI, integra um outro índice, o Business Competitiveness Index (BCI) que se centra nos níveis de produtividade e competitividade das empresas. Neste Índice, Portugal ocupa 30ª posição numa lista de 127 países e a 13ª posição no contexto da União Europeia.
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O trabalho infantil


No seu artigo de opinião no EXPRESSO de 3 de Novembro, o embaixador José Cutileiro lembra, no titulo e no destaque como se olhava o trabalho infantil há 50 anos.

"O trabalho do menino é pouco mas quem não o aproveita é louco"
O ditado do título não é uma pérola de sabedoria indiana - era o slogan de um anúncio que se publicava há meio século na imprensa rural portuguesa. Alguns já se incomodavam: em 1941 Soeiro Pereira Gomes dedicara o romance neo-realista "Esteiros" aos filhos dos homens que nunca foram meninos".

Hoje, o trabalho infantil é proibido por lei e socialmente condenado. Embora ainda restem, aqui e além, violações deste enquadramento legal, é evidente que muito se andou...
Sobre este tema vale a pena conhecer o trabalho do PETI - Programa para Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil.
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A redução da mortalidade por atropelamento

O jornal PÚBLICO na sua edição de 3 de Novembro, na sequência da trágica morte de 2 pessoas atropeladas numa passadeira em Lisboa fazia a seguinte notícia:


Números estão a descer
Todos os dias são atropeladas 16 pessoas em Portugal
03.11.2007 - 10h05 José Bento Amaro

Em Portugal, apenas nos primeiros oito meses deste ano, foram atropeladas mais de 16 pessoas por dia. Os registos da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária referem a existência de cerca de 4000 atropelamentos no período em questão, havendo a registar 74 vítimas mortais e mais de 390 feridos graves - os levantamentos internacionais referentes a feridos graves de acidentes de viação apontam para o falecimento posterior de cerca de 25 por cento das pessoas.
Os dados da sinistralidade rodoviá-ria nacional (relativamente ao ano passado) referem ainda que mais de 13 por cento das vítimas mortais eram peões. Em 2006, dos 850 mortos nas estradas portuguesas, 137 circulavam a pé. Estima-se que cerca de 60 por cento destes tenham sido colhidos nas principais cidades do país, com especial incidência em Lisboa e, sobretudo, em passadeiras. A maioria das vítimas tinha mais de 65 anos.

“Lisboa é a capital da insegurança”, refere Manuel João Ramos, membro da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) e um dos principais contestatários do departamento de tráfego da câmara lisboeta. “A lei das acessibilidades não é cumprida. Como não é cumprida a directiva europeia de 1998 que prevê a realização de auditorias rodoviárias”, diz.

Manuel João Ramos entende que “os engenheiros não fazem ideia de como devem lidar com os peões, até porque em Portugal não existem livros de normas nem de boas práticas”, e explica a seguir que, caso houvesse sensibilidade suficiente das autoridades que regulamentam o tráfego, não existiriam situações como as que se verificam em Lisboa, onde o tempo de abertura de um semáforo para peões lhe permite andar apenas 40 centímetros por segundo.

“Normalmente, a distância a percorrer deverá cifrar-se entre os 80 centímetros e um metro”, afirma. O tempo (reduzido) de abertura dos semáforos prejudica “todos os cidadãos de menor mobilidade”, diz ainda, lembrando que a maior parte dos peões atropelados em Portugal são idosos ou crianças. Em Lisboa, a cidade do país com maior número de pessoas atropeladas, cerca de 30 por cento da população tem mais de 65 anos de idade. A maior parte dos atropelamentos ocorre nas vias mais movimentadas, como sejam as áreas do Campo Grande e da Avenida de 24 de Julho."


Na edição em papel mostrava-se, sem qualquer comentário na notícia, um gráfico que evidenciava a evolução do número de vítimas de atropelamentos entre 1998 e 2006. Os números são impressionantes: em 8 anos reduzimos o número de mortes por atropelamento de 356 para 137, ou seja menos 62% nas vitimas mortais; já no que se refere a feridos graves a redução foi de 1711 para 617, o que significa uma redução de 64%.
Nem uma palavra quanto à evolução extraordinária nestas cifras. Sendo evidente que uma só morte por atropelamento é inadmissível e que temos que combater a sinistralidade rodoviária, ignorar o que já andámos não é objectivo, nem reforça o ânimo para dar novos passos. Objectividade no olhar sobre a realidade, precisa-se.
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