A palavra-chave é “auto organização”. Não esperar ordens para agir mas contribuir com aquilo que se pode e deseja para em nome de um bem maior – comum. A maior parte de nós ainda pensa que projectos concretos devem ser geridos a partir de uma estrutura centralizada e hierárquica onde há responsáveis que estabelecem prazos, determinam objectivos e supervisionam os resultados. Estamos acostumados a olhar para especialistas, patrões, directores e chefes em geral que nos dizem em cada momento o que é melhor. Mas começam a surgir movimentos que nos mostram que não tem que ser necessariamente assim e que nos anunciam uma cultura emergente na qual pessoas vindas de diferentes ideologias, com líderes e porta-vozes variados, se juntam em nome de um ideal comum e aprendem a colaborar com o objectivo de criar algo que possa realizar todos. Participação é agora uma palavra mágica que alastra e começa a suplantar o modelo de comando e controlo, intrínseco a instituições como as empresas, estado centralizado e forças armadas, dominantes no século XX. Neste novo contexto Participação não significa ter mais coisas nem mais escolhas, mas dizer mais, intervir, ter mais oportunidades para contribuir. É visível entre grupos de activistas que descobrem que os seus voluntários não querem limitar-se a recolher donativos ou colar cartazes, no mundo dos negócios onde empresas de sucesso começam a olhar para os consumidores como parceiros, pedindo a sua colaboração no design e marketing dos seus produtos ou em grandes empreendimentos, que são desenvolvidos ouvindo as opiniões dos cidadãos. Este desejo incontido de participação é potenciado de muitas maneiras pela Internet, em plataformas como a auto organizada Wikipedia ou o You Tube com a sua quase infinita possibilidade de escolhas, que um número cada vez maior de jovens prefere à programação televisiva decidida por um grupo restrito de responsáveis. Tecnologia acessível dá hoje às pessoas a possibilidade de se ligarem como nunca antes tinha acontecido na história e agiliza a colaboração em rede, tornando acessíveis e realistas objectivos que antes só poderíamos imaginar. O tempo em que éramos espectadores, tudo indica, está a chegar ao fim. Agora todos são convidados a ir a jogo.Mais exemplos desta tendência em: www.wethinkthebook.net; www.change.org, www.coolpeoplecare.org, www.globalgiving.com, www.worldchanging.com, www.change-management-toolbook.com, www.moveon.org, http://current.com
Inês Rodrigues
terça-feira, 29 de julho de 2008
Participação, a nova cultura emergente
Etiquetas:
auto-organização,
Matriz MEP participação pública,
Tecnologia
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário