O ministro da Economia considera que a descida do petróleo terá um efeito positivo na Economia portuguesa. Ficámos a saber que o Ministro "bombeiro" - com o devido respeito, "bombeiro" de apagador de fogos económicos, não de bombas de gasolina - lê o Jornal de Negócios, mas não com o devido cuidado.
Segundo a TSF, diz o ministro que a baixa do preço do petróleo, a manter-se, terá um efeito positivo no estado da economia portuguesa e no dia-a-dia dos portugueses, considerando que, «se há um ano, o barril estava a 70 dólares, e depois aumentou para 140, não há razão objectiva para que o petróleo tenha duplicado o seu preço em tão pouco tempo». Diz ainda a TSF que o ministro admitiu que à instabilidade no preço está associada uma «forte componente especulativa».
Segundo a TSF, diz o ministro que a baixa do preço do petróleo, a manter-se, terá um efeito positivo no estado da economia portuguesa e no dia-a-dia dos portugueses, considerando que, «se há um ano, o barril estava a 70 dólares, e depois aumentou para 140, não há razão objectiva para que o petróleo tenha duplicado o seu preço em tão pouco tempo». Diz ainda a TSF que o ministro admitiu que à instabilidade no preço está associada uma «forte componente especulativa».
Pergunta-se como é que um ministro da Economia pode falar assim tão superficialmente de especulação, se saberá o que isso quer dizer, e se acha aceitável fazer afirmações pouco cuidadosas e tornar-se ele próprio um especulador e jogador no mercado. Muito provavelmente, se o petróleo descer mesmo, e se a Galp tiver perdas, ele vai a correr devolver a taxa "Zé do Telhado", em mais uma manobra de "Fangio", dando o corpo à curva.
Pergunta-se ainda como pode ele passar essa mensagem de optimismo "carbo-energético", que mais não fará do que alimentar uma bolha de sabão - essa sim, muito fora da realidade - sobre a melhoria da economia com base na baixa de preço dos combustíveis fósseis.
Que aprendizagem podemos tirar das suas declarações? Duas: a primeira é que não é aconselhável acreditar nas suas palavras; a segunda é que a Economia portuguesa só poderá melhorar com base no seu desenvolvimento sustentável - o que dava pano para mangas e muito trabalho de alfaiate a Manuel Pinho, nomeadamente exercendo pressão para desburocratizar muitos procedimentos de instalação de insdústria.
O razoável teria sido travar conclusões precipitadas e alertar para a importância de poupar, gastar apenas o necessário, reorganizar comportamentos em função da raridade da matéria prima - mesmo com as dúvidas existentes sobre a sua durabilidade- e dos malefícios do seu consumo excessivo para a natureza. Não podemos andar insistentemente a olhar para a conjuntura internacional e factores externos. São naturalmente factores importantes, mas é aí que deve estar a tónica. Há muito a fazer pela nossa economia e desenvolvimento que depende exclusivamente de nós.
Não sou moralista ecológico, nem ceifador de milho alheio, mas acredito que todos nós podemos ter comportamentos mais poupados, menos poluidores, diminuindo a nossa pegada ambiental - por exemplo, acelerar menos nas estradas.
Além disso, todos temos de estar conscientes que o futuro da humanidade e do planeta dependerão da utilização de energias mais limpas, renováveis. E a nossa economia dependerá de nós e da nossa capacidade - nada nos será dado. Porque, lapaliçada, aquilo que não é renovável e sustentável seca.
Ângelo Ferreira
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