quinta-feira, 17 de julho de 2008

O poder relacional, para além da esquerda e da direita

Permitam-me uma sugestão de leitura: "O poder relacional" de Pedro Lomba, hoje, no Diário Económico.

Alguns excertos:

" (...) Mas existe uma terceira narrativa sobre o poder que tanto a esquerda como a direita desvalorizam. Essa narrativa sustenta que o verdadeiro poder não se encontra hoje nas formas tradicionais de dominação económica ou de autoridade social. O poder deve antes ser concebido como um poder relacional. (...)

Nos contextos de poder relacional, os instrumentos de trabalho são o email, o telemóvel e a conversa. A reunião informal cria laços entre as pessoas e puxa por qualidades de persuasão, simpatia e dinamismo. Os mais tímidos e desajeitados partem em desvantagem. Tal como escreveu Manuel Castels, “a sociedade de rede é uma sociedade hiper-social”.

Claro que este tipo de poder, hoje abundante nas universidades estrangeiras e nas instituições europeias, tem criado as suas próprias caricaturas sociais. O fanático do ‘networking’ é quase sempre um indivíduo meio viscoso que se ri das suas próprias piadas. As redes também podem corromper a transparência e legitimidade democrática.

Os títulos e as relações de poder económico não desapareceram. Mas o poder relacional tornou-se o grande paradigma que pode fazer prosperar ou decair um país.
"

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