sexta-feira, 11 de julho de 2008

Confiança

Hoje a economia está em dificuldades e uma das razões é a falta de confiança.

Mas podemos dizer que também a sociedade portuguesa tem um défice de confiança.

Falta a confiança em que estamos todos solidários, quando as coisas correm mal e quando correm bem. Este espírito de solidariedade permite-nos dar o melhor de nós próprios, quaisquer que sejam as circunstâncias.

Mas não tem sido este o caminho seguido na sociedade portuguesa, em particular por aqueles que têm a responsabilidade de governar.
Vivemos numa sociedade que tem sido dividida para que alguém possa reinar.

Independentemente das (boas) intenções por trás destas atitudes, o efeito reformista é duvidoso e o impacto no ânimo geral é claramente negativo. Sobretudo quando surge uma crise externa a provar que não estávamos preparados para ela.

Mas a alternativa não é passar duma atitude de confronto para um paternalismo, que sugere que quem antes gerou inúmeros conflitos pode agora tornar-se a fonte das soluções para os problemas mais graves. Além disso Portugal já sofreu demasiado por causa dos paternalismos políticos.

É urgente recuperarmos a confiança em nós próprios e nos outros.

É urgente que alguém seja capaz de dizer aos portugueses que têm que estar unidos a enfrentar a crise e que essa solidariedade se deve manter quando a crise der lugar à prosperidade.

É urgente que alguém seja capaz de se apresentar aos portugueses não como um salvador ou um distribuidor de benesses mas como alguém que acredita neles e que é capaz de ajudar a que se construa essa solidariedade entre todos.

3 comentários:

Rui Marques disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rui Marques disse...

Excelente mensagem, Carlos. É isto mesmo. O nó górdio, a diferença radical, está mesmo no que dizes. Só assim será possível abrir outro horizonte.

Carlos Albuquerque disse...

Obrigado, Rui.