segunda-feira, 21 de julho de 2008

Leituras & Comentários

Como vencer a crise e fazer amigos
(Correia de Campos no Diário Económico):
«Teremos que bater a todas as portas para fazer negócio, Venezuela, Brasil, Magreb, Angola, a todos os países que nos comprem aquilo que melhor sabemos produzir, obras públicas, telecomunicações, nichos de tecnologia, vinhos e outros regalos. Aproveitar a diplomacia cultural para exportar consultorias sobre o modelo das nossas reformas, na administração, na educação, na segurança social, na saúde. Fazer amigos, ganhar cumplicidades pessoais é um bom investimento para exportação.»
Embora compreenda a importância económica das relações com os chamados países emergentes, alguns dos quais referidos neste texto de Correia de Campos, parece-me que devem ser tidas em conta outras vertentes da diplomacia, nomeadamente a defesa, hábil e sensível, de certos valores. Não somos professores de ninguém, é verdade. Mas também não podemos conduzir o nosso comportamento nos Negócios Estrangeiros apenas pelo que dita a barriga.
Irão condena nove a morte por apedrejamento
(Sol):
«Sob o código penal iraniano, os homens condenados por adultério devem ser enterrados até a cintura antes de ser apedrejados. As mulheres são enterradas até a altura do peito. As pedras não devem ser grandes o suficiente para matar a pessoa de forma instantânea.»
Devemos defender uma política externa orientada pelo estabelecimento de pontes entre sociedades, países, que se pautam por diferentes culturas ou modos de vida, independentemente das raças e religiões, e admitindo diferenças nos regimes democráticos. Mas há coisas que ferem a mais básica condição humana, merecendo todo o nosso repúdio.
Não estamos livres, como sabemos, de críticas. Contudo, os telhados de vidro da nossa imperfeição, deixam ver, para quem quer, diferenças substanciais. Há coisas, como as que esta notícia evidencia, que denotam uma desumanidade assustadora.
Independentemente das opções ideológicas, fujamos à formatação que elas normalmente fazem, e pensemos nas pessoas concretas.
Ângelo Ferreira

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