terça-feira, 15 de julho de 2008

União para o Mediterrâneo - Uma vitória da Cultura de Pontes

“Um sonho tornado realidade”, foi assim que o Presidente francês se referiu à criação da União para o Mediterrâneo no domingo em Paris. Há cerca de um ano, ainda mal acabara de chegar ao Eliseu, Nicolas Sarkozy anunciou como uma das suas prioridades a intenção de substituir o esgotado Processo de Barcelona, lançado pela União Europeia em 1995, pela União para o Mediterrâneo. Na continuação desta estratégia de aproximação da Europa aos países do sul do mediterrâneo, o Presidente francês juntou este fim-de-semana em Paris, para a formalização da referida União, quarenta e três chefes de Estado e de governos europeus, do Norte de África e do Médio Oriente – entre os quais Bachar Al-Assad da Síria, que assim voltou ao palco da política internacional depois de três anos de isolamento político e diplomático.

A criação da União para o Mediterrâneo constitui um grande momento de esperança para a pacificação do mundo e representa uma vitória da cultura de construção de pontes. É certo que ainda há um longo e difícil caminho a percorrer. Mas depois do aventureirismo belicista dos últimos anos, a intenção manifestada em Paris de encetar esforços no sentido de transformar o mediterrâneo num “espaço de paz, de democracia, de cooperação, de prosperidade e de compreensão humana, social e cultural” não pode deixar de ser motivo de regozijo e de esperança para todos os que acreditam no diálogo de civilizações como forma de aproximação e de resolução dos conflitos entre o Ocidente e o Mundo Islâmico. Esta é, sem dúvida, no plano internacional, uma vitória da cultura de construção de pontes.

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