Já havia dificuldades sérias na Saúde e na Educação em Portugal quando o actual governo tomou posse, mas havia muita coisa boa a funcionar.
O governo de José Sócrates abordou ambas as áreas de modo simples: atacar violentamente os profissionais da área, apontando-os como os responsáveis dos problemas, e tentando virar contra eles a restante população.
Os resultados em ambas as áreas são péssimos. Na saúde parece que não se resolveu nenhum problema e que se criaram outros novos. Na educação foi iniciado um processo cujas consequências devastadoras se verão ao longo dos próximos anos.
Tem havido demasiados políticos em Portugal que pensam que o poder que lhes é confiado pelos votos é um poder absoluto, não sujeito a nenhuma ética ou deontologia. Assim, quando decidem que querem fazer uma reforma, pensam que tudo lhes é permitido.
Ora quem tem o poder de intervir para melhorar a sociedade deveria prestar atenção à máxima usada em medicina que dá o título a este post: primum non nocere (primeiro, não prejudicar). Dada a complexidade dos sistemas da saúde e da educação, a prudência recomendaria a quem quer melhorar os sistemas que desse passos pequenos de cada vez. Em particular uma reforma deve ser ponderada para avaliar se o que se vai pôr em causa não é desproporcionado em relação ao que se pode vir a ganhar.
Infelizmente não é claro que a intenção das reformas na área da saúde tenha sido a de melhorar os serviços. Tem havido demasiada promiscuidade entre ministros da saúde e empresas de grandes grupos privados com grandes investimentos feitos na área da saúde.
Já na educação o problema parece ser mesmo um excesso de confiança em si próprios e de arrogância dos responsáveis.
Em ambos os casos são os serviços públicos a perder qualidade e utentes, e os serviços privados a receber cada vez mais utentes. Em ambos os casos são os mais pobres que perdem serviços de qualidade e não têm capacidade de recorrer aos novos serviços dos privados.
Dito de outro modo: "muito ajuda quem não atrapalha" e na saúde e na educação este governo de José Sócrates tem sobretudo atrapalhado.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Primum non nocere
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