segunda-feira, 24 de novembro de 2008

É DIFÁCIL!

Observar as crianças a crescer é das melhores coisas que há no Mundo. E quando se trata dos nossos filhos adquire um sabor especial.
A sua alegria contagiante e o modo como encaram cada nova descoberta constituem para nós fonte de esperança e inspiração.
Já todos observámos como, quando os pequenos seres metem uma ideia na cabeça, insistem até obterem o que querem… ou darem cabo da nossa paciência. Quando não conseguem de uma maneira, descobrem outra. Se não dão a volta à mãe, vão pedir ao pai e vice-versa.
Ver crianças pequenas fazer puzzles é para mim uma lição: com um empurrão inicial, doses suficientes de autoconfiança, concentração, esforço e determinação, avançando por tentativa e erro, as peças vão-se encaixando. No início é mais difícil, mas depois é cada vez mais rápido e no fim até parece que foi fácil.
A minha filha mais velha recebeu um pequeno puzzle no seu primeiro aniversário. Dias depois, como já o fazia de cor, experimentei virar as peças ao contrário. Não se atrapalhou: como não tinha desenhos, decorou a forma de cada peça e rapidamente voltou a fazê-lo com a mesma rapidez.
Quando a do meio se iniciou nestas lides – ainda o Barack Obama era um desconhecido – costumava dizer: “A Inês consegue!” E quando passou para os puzzles de 500 peças, adoptou como lema uma frase que eu lhe disse num momento de desânimo: “Nunca se desiste!”
A mais nova, que ainda vai nos de 100 peças, mas para quem não há impossíveis, olha para um jogo novo e diz: “É DIFÁCIL!”. No início, corrigi-a. Depois deixei de o fazer, pois percebi que é ela que tem razão: com a continuação, tudo o que começa por ser difícil, acaba por se tornar fácil, se lhe dedicarmos tempo, afecto, esforço e dedicação.
Tal como nos jogos infantis, também no nosso trabalho, na vida em geral e na política em particular, os grandes desafios consistem em conceber o inconcebível, acreditar no que ninguém viu, simplificar o complicado e realizar o que parecia impossível.
E tudo fica mais fácil quando ousamos, como dizia Ghandi, “Ser a mudança que desejamos ver”
É este o desígnio do MEP!

Gonçalo Rebelo Pinto

2 comentários:

Ângelo Ferreira disse...

Excelente texto.

teresa r.p. disse...

O meu dia ganhou outro ânimo, depois de ler estas histórias =)

Cá fico à espera de mais!
Sou leitora assídua.

Boa continuação!