O ambiente na Educação está excessivamente deteriorado, nomeadamente com o relacionamento entre professores e ministério a atingir o nível mais baixo das últimas décadas. Se não houver mudanças urgentes, daí poderão advir feridas profundas no nosso desenvolvimento social e económico, muito difíceis de sarar.
Este governo habituou-nos à estratégia do confronto para avançar. Isso poderá ser tomado como coragem para enfrentar interesses, o que não é sempre verdade. Por vezes é autismo, teimosia, arrogância e incapacidade de reconhecer o erro.
Validar o erro como parte integrante da aprendizagem é, aliás, uma das maiores dificuldades da nossa educação (muito ao contrário dos anglo-saxónicos). O habitual, por cá, é que quem erra é burro e quem discorda não presta ou é inimigo.
Se não se mudar a atitude de todos face à Educação (e à vida), assumindo-a como central, dando-lhe a liberdade criadora de que necessita urgentemente, em vez do centralismo patético que temos, confiando nos professores e nas comunidades, assim como exigindo a todos rigor e responsabilidade, colocando as famílias e os alunos no centro das decisões, não sairemos do nosso grave atraso estrutural.
O ambiente de guerra entre Ministério e professores constitui, a par com a falta de liberdade e responsabilidade no sistema educativo, o maior obstáculo a uma escola melhor.
Não há fórmula que permita o sucesso “perdendo os professores”, mas “ganhando os pais”. Também não é possível ganhar o futuro se não formos capazes de romper com corporativismos atávicos. É fundamental reconstruir pontes entre famílias/estudantes/sociedade, estado, e professores. É urgente edificar um clima de confiança.
Os professores devem estar mobilizados para cumprir o objectivo de termos escolas de qualidade, que constituam uma diversificada e inovadora oferta pedagógica, que permitam um diversificado leque de escolhas consoante os interesses, qualidades e dificuldades individuais, criando-se assim uma verdadeira igualdade de oportunidades. Uma oferta determinada pela procura, e não contrário. Uma oferta marcada pela harmonia, pela exigência, pelo rigor e pela persistência, beneficiando dos apoios e incentivos necessários para o esforço adicional (programas de recuperação) a desenvolver com alunos com dificuldade.
É urgente apostar decisivamente no binómio autonomia/responsabilidade das Escolas, com grande liberdade na concepção e desenvolvimento do seu projecto educativo, com larga margem no modelo de gestão curricular, de recrutamento de recursos humanos e materiais, garantindo uma avaliação externa rigorosa face aos objectivos gerais contratualizados. Deve eliminar-se o excesso de regulamentação da actividade das Escolas e dos professores. É necessário libertar a actividade da Escola e dos professores confiando na capacidade de cumprirem a sua missão, adequando as respostas a cada contexto.
Urge aumentar também a liberdade de escolha das famílias e dos estudantes e o acesso a uma multiplicidade de opções que melhor os realizem, independentemente da zona de residência ou da personalidade jurídica da escola. Isso trará novas exigências aos professores, mas também um mundo de oportunidades.
É muito importante sublinhar que há muito de bom a acontecer todos os dias nas nossas Escolas e que os responsáveis por esse sucesso são, em grande medida, os nossos professores. É preciso confiar mais nas suas capacidades e exigir-lhes resultados. Eles serão capazes de nos surpreender.
Aquilo que se passa com este ministério, nomeadamente com a avaliação, é exemplar de um caminho sem hipóteses de sucesso. Os professores são essenciais e deverão fazer parte das mudanças necessárias. Não é fácil, e nem todas as mudanças agradarão a alguns interesses instalados, mas, com coragem e equilíbrio, com partilha de responsabilidades, é possível fazer muito melhor.
O governo deve assumir o erro e aprender com ele.
Este governo habituou-nos à estratégia do confronto para avançar. Isso poderá ser tomado como coragem para enfrentar interesses, o que não é sempre verdade. Por vezes é autismo, teimosia, arrogância e incapacidade de reconhecer o erro.
Validar o erro como parte integrante da aprendizagem é, aliás, uma das maiores dificuldades da nossa educação (muito ao contrário dos anglo-saxónicos). O habitual, por cá, é que quem erra é burro e quem discorda não presta ou é inimigo.
Se não se mudar a atitude de todos face à Educação (e à vida), assumindo-a como central, dando-lhe a liberdade criadora de que necessita urgentemente, em vez do centralismo patético que temos, confiando nos professores e nas comunidades, assim como exigindo a todos rigor e responsabilidade, colocando as famílias e os alunos no centro das decisões, não sairemos do nosso grave atraso estrutural.
O ambiente de guerra entre Ministério e professores constitui, a par com a falta de liberdade e responsabilidade no sistema educativo, o maior obstáculo a uma escola melhor.
Não há fórmula que permita o sucesso “perdendo os professores”, mas “ganhando os pais”. Também não é possível ganhar o futuro se não formos capazes de romper com corporativismos atávicos. É fundamental reconstruir pontes entre famílias/estudantes/sociedade, estado, e professores. É urgente edificar um clima de confiança.
Os professores devem estar mobilizados para cumprir o objectivo de termos escolas de qualidade, que constituam uma diversificada e inovadora oferta pedagógica, que permitam um diversificado leque de escolhas consoante os interesses, qualidades e dificuldades individuais, criando-se assim uma verdadeira igualdade de oportunidades. Uma oferta determinada pela procura, e não contrário. Uma oferta marcada pela harmonia, pela exigência, pelo rigor e pela persistência, beneficiando dos apoios e incentivos necessários para o esforço adicional (programas de recuperação) a desenvolver com alunos com dificuldade.
É urgente apostar decisivamente no binómio autonomia/responsabilidade das Escolas, com grande liberdade na concepção e desenvolvimento do seu projecto educativo, com larga margem no modelo de gestão curricular, de recrutamento de recursos humanos e materiais, garantindo uma avaliação externa rigorosa face aos objectivos gerais contratualizados. Deve eliminar-se o excesso de regulamentação da actividade das Escolas e dos professores. É necessário libertar a actividade da Escola e dos professores confiando na capacidade de cumprirem a sua missão, adequando as respostas a cada contexto.
Urge aumentar também a liberdade de escolha das famílias e dos estudantes e o acesso a uma multiplicidade de opções que melhor os realizem, independentemente da zona de residência ou da personalidade jurídica da escola. Isso trará novas exigências aos professores, mas também um mundo de oportunidades.
É muito importante sublinhar que há muito de bom a acontecer todos os dias nas nossas Escolas e que os responsáveis por esse sucesso são, em grande medida, os nossos professores. É preciso confiar mais nas suas capacidades e exigir-lhes resultados. Eles serão capazes de nos surpreender.
Aquilo que se passa com este ministério, nomeadamente com a avaliação, é exemplar de um caminho sem hipóteses de sucesso. Os professores são essenciais e deverão fazer parte das mudanças necessárias. Não é fácil, e nem todas as mudanças agradarão a alguns interesses instalados, mas, com coragem e equilíbrio, com partilha de responsabilidades, é possível fazer muito melhor.
O governo deve assumir o erro e aprender com ele.
Ângelo Ferreira
(Publicado na edição de 18/11/2008 do Diário de Aveiro, com a seguinte nota: Sou membro do partido Movimento Esperança Portugal, www.mep.pt)
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