terça-feira, 5 de agosto de 2008

Custa Pouco ser feliz!

Tornámo-nos egoístas. Uns mais do que outros, é certo. Mas cada vez mais, valores como o amor ao próximo, a partilha ou a solidariedade, são sacrificados face aos nossos interesses particulares. Primeiro dedicamo-nos à árdua tarefa de construir uma carreira profissional de sucesso. A mesma que há-de garantir-nos a casa de luxo, o automóvel topo de gama, as roupas de marca e os sucessivos jantares nos restaurantes mais caros da cidade. A família pode por isso esperar. Os filhos chegam mais tarde – quando chegam – e cada vez em menor número. Acreditamos que só assim podemos ser felizes. A família Luís, de Chão Sobral, em Oliveira do Hospital, tem valores bem diferentes. Contudo, também é uma família feliz. Verdadeiramente feliz, diria.

Há 25 anos, o amor entre José Carlos e Cecília bastou para os juntar e juntos terem nove filhos. Sim, disse bem: nove filhos. Coisa rara nos dias de hoje. Sustentam a família, pasme-se, com menos de dois ordenados mínimos mensais. Os filhos aprenderam por isso desde cedo o significado de palavras como entreajuda, espírito de sacrifício, partilha ou humildade. E nada os impediu de terem sonhos e de, com esforço e determinação, os irem concretizando um a um. Incentivados pelos pais, todos estudam. Os três mais velhos já estão na Universidade de Coimbra. São jovens do seu tempo, como quaisquer outros. Abertos ao mundo e sedentos de conhecerem novas culturas, fazendo jus à máxima ‘a minha terra é o mundo’.

O segredo do sucesso da família Luís resume-se nas palavras de Ana, a filha mais velha: “tínhamos pouco (…), mas vivemos sempre felizes. Temos o indispensável. Somos pessoas educadas, civilizadas e cívicas. Isso é mais importante.” Uma lição de vida que nos mostra como é importante lutar pelos valores da família, da solidariedade, da partilha e do amor ao próximo. Afinal custa pouco ser feliz.

Vale a pena ver aqui a história da família Luís, numa magnífica reportagem da Fernanda de Oliveira Ribeiro.

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