quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Cavaco Silva, Durão Barroso e a Blogosfera!

No recente encontro Star Tracking, que teve lugar no Campo Pequeno em Lisboa, o Presidente da República deu, sem hesitações, a sua primeira entrevista ao blog «A Substância da Vida» de Laurinda Alves (vídeo).

Segundo relato da autora da entrevista “Cavaco Silva revelou-se um presidente ‘muito à frente’ ao assumir publicamente e com “uma alegria especial” a sua condição de Star Tracker. O presidente exprimiu o enorme entusiasmo que o movimento Star Tracking lhe inspirou desde o primeiro momento e explicou que foi esse mesmo entusiasmo que o levou a pertencer à rede.” (post).

Para além de ficarmos a saber que o Presidente da República aderiu à rede por a iniciativa se aproximar de ideias que o inspiram na sua acção, ficámos ainda a saber que Cavaco Silva utiliza frequentemente a Internet, o que para muitos portugueses, avessos às novas tecnologias, não deixa de ser encorajador.

O Presidente da Comissão Europeia também foi entrevistado por Laurinda Alves no encontro e falou da “importância de termos uma dimensão europeia” e de adoptarmos uma “atitude realista, positiva e de abertura” (vídeo).

Quer o candidato democrata, quer o candidato republicano, na corrida às eleições dos EUA, criaram sites extremamente interactivos e dinâmicos. Ali encontramos, não só a apresentação dos candidatos e do respectivo projecto político, como também fotografias, vídeos, discursos, documentos, blogs, lojas on line, slogans, comentários, respostas, acções de campanha, downloads, e tudo o mais que se possa imaginar (
Barack Obama; John MacCain).

A sociedade americana vive desta forma intensa o processo eleitoral e o grau de participação política atinge tudo e todos, à escala mundial.

Não deixa de ser insólito que a socialite Paris Hilton tenha feito um vídeo cómico em resposta a um vídeo de campanha do candidato à presidência dos Estados Unidos, John McCain (notícia sol
).

E o que têm as entrevistas de Cavaco Silva e Durão Barroso a ver com a corrida às eleições nos EUA?

Não é todos os dias que o Presidente da República e o Presidente da Comissão Europeia concedem uma entrevista a um blog – por sinal foi a primeira vez!

Mas um pequeno passo pode transformar-se num grande salto. Cavaco Silva apelou no 25 de Abril a uma maior participação política dos portugueses, em especial das gerações mais novas.

Ora, a Internet tornou-se um meio de comunicação de tal forma eficaz que pode ajudar a contribuir para uma maior participação dos portugueses no debate e na acção política, sendo que tendencialmente as gerações mais novas terão maior propensão para as novas tecnologias e para o trabalho em rede.

Os políticos portugueses e os partidos têm em geral descurado a Internet como ferramenta da acção política. Um vídeo colocado na blogosfera ou um comentário a um post seu poderá ser muito mais interessante para alguns eleitores que muitos minutos de televisão.

Quantos deputados da nossa Assembleia da República investiram na criação de um site verdadeiramente dinâmico e interactivo que, para além da informação institucional, possibilite a participação em tempo real dos eleitores que o elegeram?

Quantas redes e grupos de trabalho tipo Star Tracking poderão ser criadas em Portugal?

Estarão os políticos dispostos a participar activamente nessas redes criando pontes com a sociedade civil, seduzindo os mais novos e captando aqueles que nos últimos tempos têm estado mais afastados da política?

Estou seguro que o MEP - Movimento Esperança Portugal está pronto para assumir estes desafios, de outra forma não teria posto o seu projecto de programa à discussão e participação dos portugueses, o que é inédito entre os partidos.

Cavaco Silva e Durão Barroso estiveram bem, marcando a sua presença e dando a cara no encontro Star Tracking.

Tão bem ou melhor esteve Laurinda Alves que também participou no evento e teve a ideia de entrevistar para um blog o Presidente da República, o Presidente da Comissão Europeia e Tiago Forjaz, um dos criadores do conceito.

Se a moda pegar entre os nossos políticos, não penso que alguma vez nos arrisquemos a ter uma corrida a Belém igual à que se assiste no outro lado do Atlântico, mas seguramente teremos mais e melhor participação política dos portugueses.

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