quinta-feira, 30 de outubro de 2008

(In)Versão do mundo actual

A crise financeira afecta todos os cidadãos, de todos os continentes…
De quem é a culpa desta maldita crise?!!!

Bem não sabendo muito sobre ela (e suspeito que ninguém saiba realmente o que está a acontecer e o que irá acontecer), posso dizer, numa análise muito primária da minha parte, que não percebo o porquê das famílias se endividarem.
E lanço uma pergunta para debate.
O que a economia perderia realmente, se as pessoas não contraíssem empréstimos?
Tirando o crédito à habitação, que o “comum dos mortais” necessita dele para poder ter uma habitação própria, para mim não faz sentido contrair créditos.
Se quero ter algo, devo só contar com o meu dinheiro… Quero comprar um carro de 25.000 euros, mas só tenho dinheiro para comprar um de 10.000 euros.
Ora para mim, faz todo o sentido comprar o de 10.000 euros; pois é o dinheiro que tenho disponível. Por outras palavras, gasto o que tenho.

O problema fundamental desta crise é… a mente… a mente humana actual.
Actualmente, e na sua maioria, cada pessoa vive para “ter”. Ter uma casa, ter um carro, ter muito dinheiro,… ter sobretudo algo que mostre para os outros que são muito ricas e que têm tudo o que de melhor há.

Lamento desiludir quem assim pensa, mas se assim continuarmos o nosso destino é o desastre.
O que distingue cada pessoa, é o facto de a pessoa “ser”.
Durante a nossa vida na terra, que é uma caminhada constante, marcaremos sempre outro alguém pela maneira como somos.
As mudanças profundas que conseguiremos provocar no outro ocorrerão no seu interior, e não no exterior.
Assim, o facto de a nossa sociedade pensar que a felicidade está no ter o mais materiais possíveis, leva-nos a que sejamos “menos pessoas”.
Serei muito mais feliz se não tiver um televisor que custe 5.000 euros e que consiga ajudar uma criança a sorrir, do que ver essa mesma criança a chorar de fome e ter um televisor, o qual tive que pedir um crédito para o ter.
Lá está! É uma questão de inversão de prioridades.
Vivemos para os outros e não para nós próprios.
É fundamental percebermos isto, se de facto queremos fazer melhor!
A vida humana de um outro valerá infinitamente, mais que um bem que possamos ter.

Falando agora em matéria puramente económica, parece-me óbvio que o crédito só descredibiliza a economia.
Vejamos: se eu não pedir crédito, vou juntando dinheiro (poupança) que mais tarde posso usar (consumo) em determinado bem, que irá fazer a economia “andar”.
Ora se “por tudo e por nada” eu contrair mais um crédito, o agente económico família (por exemplo) irá ter menos dinheiro de parte, para consumir futuramente.
E mesmo em termos psicológicos, não irá ter apetência mental para o consumo constante, contando com o dinheiro que tem; mas sim por outro lado, pagando dívidas que contraiu, e que psicologicamente o faz sentir “dono do mundo”, uma vez que se quer ter algo, basta pedir um crédito.
Quando chegamos a este ponto, onde basta querer, e temos (mesmo que seja um ter ilusório), o mundo está completamente de pernas para o ar.
A facilidade leva as pessoas a lado nenhum. Mais do que pescar, tem-se que ensinar a…

Bruno de Jesus

1 comentário:

tiago_f disse...

Parece-me que, o que vemos da crise financeira nas notícias são só as consequências, as aparências, a ponta do iceberg, o discurso do: 'isto está muito mau' ( gráficos complexos com setas vermelhas para baixo, desemprego, etc.). As causas continuam muito por entender! Por outro lado, parece-me que vivemos num tempo de mudança de paradigma em vários níveis...mas o povo em geral, anestesiado - como sempre - não se apercebe disso.