A educação deve ser umas das primeiras preocupações de qualquer pessoa, quanto a si, quanto aos que de si dependem, quanto a terceiros. Ela é algo que vai para além do ensino formal, da transmissão e descoberta de conhecimento, da aquisição de competências para o mundo do trabalho. A educação é também o mundo dos valores, dos direitos e deveres, da liberdade e da responsabilidade (individuais), da solidariedade.
Quando se fala de educação, não se está a falar necessariamente do Estado, mas antes de cada um de nós – esqueça-se, por momentos, o Ministério da Educação, a fértil produção legislativa que emana dos gabinetes da 5 de Outubro, que tudo procurar organizar e dirigir, nessa lógica centralista que tanto caracteriza Portugal. Esqueça-se mesmo, ainda que por instantes, a própria escola encarada como solução para tudo, à qual tudo se exige, ou apenas como armazém, onde tantas vezes se depositam os filhos, fugindo às responsabilidades como pais (principais responsáveis educativos) e como pessoas de uma comunidade, de um país.
A educação precisa do empenho de todos, das famílias como elemento central, como base fundamental de uma sociedade equilibrada, coesa. Precisa de uma atenção solidária e activa de toda a comunidade, que deve empenhar-se no apoio às famílias, sobretudo às mais pobres e com mais dificuldades, mas sem as substituir. Precisa que os empregadores criem condições para que os pais possam acompanhar os filhos.
O desafio é mobilizar as famílias, as escolas e os diversos agentes educativos, as comunidades e todos os seus recursos para o grande desígnio de proporcionar um ambiente de trabalho estimulante, criativo, exigente, de dedicação e esforço. Precisamos acreditar e firmar uma consciência de que os mais pobres não são incapazes, não estão condenados à partida e podem melhorar as suas vidas através de melhor educação.
Para encontrarmos juntos as melhores soluções é imprescindível e urgente dar autonomia e responsabilidade às escolas, colocando o foco na melhoria dos resultados dos seus alunos e das suas competências. É absolutamente urgente que tenham liberdade pedagógica, inovadora e criativa, encontrando-se soluções locais para contextos, problemas e desafios locais, envolvendo as escolas, as famílias e as diversas entidades locais, sejam as autarquias, os museus, as polícias, os bombeiros, os centros de saúde, as associações, as instituições de ensino superior, as empresas e outras.
É crucial estabelecer uma malha comunitária apertada de apoio que reduza o insucesso e o abandono, que procure não deixar ninguém para trás, criando condições para um desenvolvimento mais sólido e coeso. Trata-se inclusive de proporcionar também aos menos jovens a possibilidade de se qualificarem.
O desafio exige-nos diálogo franco entre todos os intervenientes, que a todos responsabilize. Exige grande respeito pelas opções das famílias e pessoas no que concerne à escolha dos projectos educativos que consideram mais adequados. Para tal, é necessário um sistema de informação e apoio à decisão acessível e transparente, e os apoios sociais devidos, que descriminem positivamente aqueles que mais precisam.
Urge construir um ambiente de confiança e respeito, desde logo pelos professores, elos fundamentais de uma cadeia de sucesso educativo. Não há outro caminho que não o de acreditar nas suas capacidades autónomas e exigir-lhes empenho, inovação, e a coragem de rasgar novos horizontes, pondo de lado atavismos ideológicos e corporativistas.
A recente transferência de maiores responsabilidades em matéria de ensino para as autarquias é uma oportunidade para criar dinâmicas locais. O enorme desafio que todos temos pela frente, de conquista de um futuro melhor, exige-nos, localmente, essa capacidade de resposta. As câmaras municipais podem, devem, desempenhar um importante papel de aglutinação de vontades e liderança.
Algumas destas (e outras) pistas para melhorar a educação estão inscritas no relatório final do Debate Nacional de Educação, iniciativa de grande monta e qualidade levada a cabo ao longo de mais de um ano pelo Conselho Nacional de Educação, presidido pelo Professor Júlio Pedrosa, antigo reitor da Universidade de Aveiro. O seu empenho pessoal nas questões da educação, em prol da comunidade, devem merecer a nossa homenagem e constituir exemplo de motivação.
A leitura dos resultados do debate (www.debatereducacao.pt/), pode, desde logo, constituir um importante passo.
Quando se fala de educação, não se está a falar necessariamente do Estado, mas antes de cada um de nós – esqueça-se, por momentos, o Ministério da Educação, a fértil produção legislativa que emana dos gabinetes da 5 de Outubro, que tudo procurar organizar e dirigir, nessa lógica centralista que tanto caracteriza Portugal. Esqueça-se mesmo, ainda que por instantes, a própria escola encarada como solução para tudo, à qual tudo se exige, ou apenas como armazém, onde tantas vezes se depositam os filhos, fugindo às responsabilidades como pais (principais responsáveis educativos) e como pessoas de uma comunidade, de um país.
A educação precisa do empenho de todos, das famílias como elemento central, como base fundamental de uma sociedade equilibrada, coesa. Precisa de uma atenção solidária e activa de toda a comunidade, que deve empenhar-se no apoio às famílias, sobretudo às mais pobres e com mais dificuldades, mas sem as substituir. Precisa que os empregadores criem condições para que os pais possam acompanhar os filhos.
O desafio é mobilizar as famílias, as escolas e os diversos agentes educativos, as comunidades e todos os seus recursos para o grande desígnio de proporcionar um ambiente de trabalho estimulante, criativo, exigente, de dedicação e esforço. Precisamos acreditar e firmar uma consciência de que os mais pobres não são incapazes, não estão condenados à partida e podem melhorar as suas vidas através de melhor educação.
Para encontrarmos juntos as melhores soluções é imprescindível e urgente dar autonomia e responsabilidade às escolas, colocando o foco na melhoria dos resultados dos seus alunos e das suas competências. É absolutamente urgente que tenham liberdade pedagógica, inovadora e criativa, encontrando-se soluções locais para contextos, problemas e desafios locais, envolvendo as escolas, as famílias e as diversas entidades locais, sejam as autarquias, os museus, as polícias, os bombeiros, os centros de saúde, as associações, as instituições de ensino superior, as empresas e outras.
É crucial estabelecer uma malha comunitária apertada de apoio que reduza o insucesso e o abandono, que procure não deixar ninguém para trás, criando condições para um desenvolvimento mais sólido e coeso. Trata-se inclusive de proporcionar também aos menos jovens a possibilidade de se qualificarem.
O desafio exige-nos diálogo franco entre todos os intervenientes, que a todos responsabilize. Exige grande respeito pelas opções das famílias e pessoas no que concerne à escolha dos projectos educativos que consideram mais adequados. Para tal, é necessário um sistema de informação e apoio à decisão acessível e transparente, e os apoios sociais devidos, que descriminem positivamente aqueles que mais precisam.
Urge construir um ambiente de confiança e respeito, desde logo pelos professores, elos fundamentais de uma cadeia de sucesso educativo. Não há outro caminho que não o de acreditar nas suas capacidades autónomas e exigir-lhes empenho, inovação, e a coragem de rasgar novos horizontes, pondo de lado atavismos ideológicos e corporativistas.
A recente transferência de maiores responsabilidades em matéria de ensino para as autarquias é uma oportunidade para criar dinâmicas locais. O enorme desafio que todos temos pela frente, de conquista de um futuro melhor, exige-nos, localmente, essa capacidade de resposta. As câmaras municipais podem, devem, desempenhar um importante papel de aglutinação de vontades e liderança.
Algumas destas (e outras) pistas para melhorar a educação estão inscritas no relatório final do Debate Nacional de Educação, iniciativa de grande monta e qualidade levada a cabo ao longo de mais de um ano pelo Conselho Nacional de Educação, presidido pelo Professor Júlio Pedrosa, antigo reitor da Universidade de Aveiro. O seu empenho pessoal nas questões da educação, em prol da comunidade, devem merecer a nossa homenagem e constituir exemplo de motivação.
A leitura dos resultados do debate (www.debatereducacao.pt/), pode, desde logo, constituir um importante passo.
Ângelo Ferreira
Publicado no jornal Diário de Aveiro de 21/10/2008
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