«O português Álvaro Siza Vieira vai ser homenageado pela sua contribuição para a arquitectura internacional com a Medalha de Ouro Real de 2009, uma distinção atribuída pelo Instituto Real dos Arquitectos Britânicos, em nome da rainha Isabel II. Em 2008, o galardoado foi o britânico Edward Cullinan.»
(in JN; leia mais)
O MEP felicita o arquitecto Álvaro Siza Vieira por mais este reconhecimento do seu valioso contributo para a arquitectura internacional. Os feitos de gande valor, por cidadãos portugueses, devem servir-nos de estímulo e inspiração para os dias difíceis que atravessamos.
3 comentários:
A Arquitectura é das áreas que, actualmente, melhor representa o País ao mais alto nível. Temos Arquitectos e produção Arquitectónica de altíssima qualidade!
Não questiono o galardão que Siza Vieira agora recebe e sobretudo a sua influência na escola de arquitectura do Porto. No entanto, o seu trabalho merece ser visto, também, com alguma distância crítica. A transformação da Avenida dos Aliados (arborizada e com jardins)num enorme espaço de granito,acabando com a calçada portuguesa (que disse não ser típica do Porto) e com um tanque no meio que disse inspirado em fontes parisienses (?!) merecem, quanto a mim, reparo. Como disse uma amiga.. "isto ficou assim feio para nós andarmos de cabeça para o ar a olhar os prédios" (que apesar de bonitos também revelam alguns sinais de degradação). Enfim, faltou-nos, aqui no Porto, gente da estirpe da Baronesa Carmen Thyssen que constetou o projecto Siza Vieira/Hernandez de Léon para a requalificação do Paseo Prado - Recoletos (Madrid) que se levado à prática implicará o abate de centenas de árvores, algumas centenárias. Pelo menos lá, o prjecto voltou a ser alvo de nova consulta pública por mais 6 meses. Pelo menos lá, olhou-se mais para a qualidade do projecto do que para a assinatura do projectista. Mesmo com nomes sonantes é preciso não perder a dimensão crítica!
A homenagem ao arquitecto Siza Vieira está muito acima do pormenor das intervenções referidas.
A questão do Porto não é simples, como não será a outra. Eu considero que a praça ganhou muito com a intervenção. Ganhou grandeza o seu património, que antes não tinha força. Ver o que está degradado é bom, para evitar que isso aconteça, para tomar medidas. As árvores podem (devem) plantar-se o mais possível, mas isso é um problema mais vasto que merece toda a nossa atenção.
Mas não quero estar aqui neste lugar a prolongar-me em argumentos sobre uma questão que, como disse, fica fora da homenagem que se pretendia ao arquitecto que tanto valor tem, que tanto reconhecimento tem granjeado para a arquitectura portuguesa, abrindo, nomeadamente, as portas a outros arquitectos.
O reconhecimento do arquitecto é independente de se gostar ou não do seu trabalho.
Há momentos para tudo.
Enviar um comentário