sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

Porque hoje se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, retiro alguns elementos de caracterização da situação em Portugal que constam no Plano Nacional de Acção para a Inclusão PNAI 2008 - 2010. Urge fazer algo porque melhor é necessário e possível!


«As situações de pobreza continuam a manifestar-se de forma mais acentuada em alguns
subgrupos populacionais. Apesar das melhorias significativas no bem-estar das criancas e das
suas famílias, as crianças permanecem um grupo particularmente vulnerável, tendo em conta
que a infância surge como um fase decisiva nas subsequentes oportunidades de vida e onde a
multipla privação pode ter um impacto irreversivel na transmissão intergeracional da pobreza.
Em 2006, cerca de 21 por cento de criancas (0-17 anos) viviam em situacao de pobreza. O
carácter persistente destas situações também é significativamente superior ao de outros
grupos da população, com cerca de 22 por cento das criancas abaixo do limiar de pobreza em
2001 e em pelo menos dois dos três anos precedentes (face a 15 por cento na população
total). Há que assinalar, no entanto, a incidência de pobreza nas criancas tem acompanhado
a tendência nacional de retrocesso, estando esta realidade relacionada com a melhoria da
situacão das familias com crianças, um dos grupos onde se reflecte uma maior incidência de
pobreza em Portugal. Em 2004 as situações de pobreza abrangiam cerca de 25 por cento da
populacão infantil portuguesa. A população idosa, por outro lado, é o subgrupo populacional
que vive em maior risco de pobreza. Em 2006, existiam 26 por cento de idosos em risco de
pobreza (26 por cento de mulheres, 26 por cento de homens) face a 18 por cento da
populacao total. O retrocesso das situacções de pobreza manifesta-se tambem sobre a
população idosa, que em 2004 abrangia 29 por cento desta população. Os idosos são também
um dos grupos mais vulneráveis à desigualdade de rendimento. Os rendimentos médios das
famílias e a sua fragilidade face a novas situações de pobreza, estão também cada vez mais
sujeitos a pressões sociais e culturais de hábitos de consumo e despesa. O padrão médio de
despesas das famílias portuguesas aponta para uma elevada percentagem da despesa afecta
aos encargos com creditos, nomeadamente com o crédito à habitação. Neste contexto, tem-se
verificado um agravamento da capacidade das famílias para fazer face a estes
compromissos, gerando-se situações de pobreza monetária súbita com maior frequência nos
últimos anos.»

Sem comentários: