sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A esperança é a maior urgência dos nossos dias

A esperança é a maior urgência dos nossos dias, justamente quando os nossos dias parecem prometer um longo inverno.

Ao inventário das alterações climatéricas, ao cenário da instabilidade geopolítica, ao glossário das causas da fome e da pobreza, vem juntar-se o iminente colapso financeiro de um mercado global volátil, frágil, invisível como a mão que o embala.

A todo o instante, somos confrontados por especialistas em vaticínios sombrios. A toda a hora, cresce a ameaça de ver ruir empresas, empregos, poupanças. A cada momento, vemos com algum despeito, potências emergentes que, quais fidalgos falidos, continuamos a etiquetar como novos-ricos.

Ter esperança parece hoje mais insensato. Não é politicamente correcto nem se mostra prudente ficar de fora do coro de finados – dos que lamentam e dos que celebram o ocaso do capitalismo financeiro, dos que suplicam e dos que replicam o regresso do Estado. Correcto é saber prever e quem desce prevê melhor a queda do que a maneira de se levantar do chão.

Ter esperança não é ficar à espera de cair. Ter esperança é ousar, é criar, é despertar a capacidade humana – a nossa própria capacidade de homens e mulheres. É saber ler na História. Não numa História feita de gráficos e de ciclos, mas no grande livro da História: o engenho de homens e mulheres como nós que souberam ter esperança. Ter esperança não é remar contra a maré. Não é procurar soluções gastas, muito menos encontrar culpas e culpados.

Esperança é empenho, é inconformismo, é porventura alguma rebeldia nos gestos e palavras, mas sobretudo na acção. O caminho político da esperança não se faz pelo mal menor nem pela exclusão de partes. O caminho da esperança reclama, de cada um de nós, renunciar ao cativeiro do medo. O caminho da esperança liberta.

O medo mais insidioso é talvez o que estranhamente julgamos ser conforto. É o medo de todos os medos a que chamamos sistema como um circuito de leis – escritas ou por escrever - que determina inexoravelmente cada hora, cada minuto do que se passa. O sistema de partidos, o sistema económico, o sistema de governo, o sistema de educação, o sistema judiciário, os sistemas instalados, a quem devotadamente atribuímos, com alívio das consciências, tudo o que vai mal ou que vai ser pior ainda. O sistema de que nada esperamos, mas que nos consola poder deixar ficar cada vez mais na mesma. Dá-nos a segurança da expiação.

O Movimento Esperança Portugal nasce de um grupo de inconformados. De inconformados com o nosso próprio conformismo. Não somos revolucionários nem revoltados. Acreditamos que não é preciso mudar tudo para mudar muito. Não somos extremistas. Acreditamos que mudar sem rupturas ajuda a conservar o que de bom nos foi legado. É nesse sentido que podemos afirmar nos radicais, por nos revermos na raiz humanista que inspirou o que de melhor encontramos nos portugueses por todo o mundo e nos estrangeiros que connosco fizeram e fazem Portugal.

Não é difícil ser comentador e voltar a adormecer. É demasiado fácil ser profeta da desgraça e quase querer que ela aconteça. É tranquilizante não se atrever com medo do ridículo. Nascer pequeno faz todo o sentido. O que seria de um partido novo que surgisse já grande, crescido e gordo? O surgirmos como um novo partido dá-nos a frescura de nos sentirmos em odres novos e de sentirmos estar nas nossas mãos deitar mãos à esperança.

André Folque
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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

(In)Versão do mundo actual

A crise financeira afecta todos os cidadãos, de todos os continentes…
De quem é a culpa desta maldita crise?!!!

Bem não sabendo muito sobre ela (e suspeito que ninguém saiba realmente o que está a acontecer e o que irá acontecer), posso dizer, numa análise muito primária da minha parte, que não percebo o porquê das famílias se endividarem.
E lanço uma pergunta para debate.
O que a economia perderia realmente, se as pessoas não contraíssem empréstimos?
Tirando o crédito à habitação, que o “comum dos mortais” necessita dele para poder ter uma habitação própria, para mim não faz sentido contrair créditos.
Se quero ter algo, devo só contar com o meu dinheiro… Quero comprar um carro de 25.000 euros, mas só tenho dinheiro para comprar um de 10.000 euros.
Ora para mim, faz todo o sentido comprar o de 10.000 euros; pois é o dinheiro que tenho disponível. Por outras palavras, gasto o que tenho.

O problema fundamental desta crise é… a mente… a mente humana actual.
Actualmente, e na sua maioria, cada pessoa vive para “ter”. Ter uma casa, ter um carro, ter muito dinheiro,… ter sobretudo algo que mostre para os outros que são muito ricas e que têm tudo o que de melhor há.

Lamento desiludir quem assim pensa, mas se assim continuarmos o nosso destino é o desastre.
O que distingue cada pessoa, é o facto de a pessoa “ser”.
Durante a nossa vida na terra, que é uma caminhada constante, marcaremos sempre outro alguém pela maneira como somos.
As mudanças profundas que conseguiremos provocar no outro ocorrerão no seu interior, e não no exterior.
Assim, o facto de a nossa sociedade pensar que a felicidade está no ter o mais materiais possíveis, leva-nos a que sejamos “menos pessoas”.
Serei muito mais feliz se não tiver um televisor que custe 5.000 euros e que consiga ajudar uma criança a sorrir, do que ver essa mesma criança a chorar de fome e ter um televisor, o qual tive que pedir um crédito para o ter.
Lá está! É uma questão de inversão de prioridades.
Vivemos para os outros e não para nós próprios.
É fundamental percebermos isto, se de facto queremos fazer melhor!
A vida humana de um outro valerá infinitamente, mais que um bem que possamos ter.

Falando agora em matéria puramente económica, parece-me óbvio que o crédito só descredibiliza a economia.
Vejamos: se eu não pedir crédito, vou juntando dinheiro (poupança) que mais tarde posso usar (consumo) em determinado bem, que irá fazer a economia “andar”.
Ora se “por tudo e por nada” eu contrair mais um crédito, o agente económico família (por exemplo) irá ter menos dinheiro de parte, para consumir futuramente.
E mesmo em termos psicológicos, não irá ter apetência mental para o consumo constante, contando com o dinheiro que tem; mas sim por outro lado, pagando dívidas que contraiu, e que psicologicamente o faz sentir “dono do mundo”, uma vez que se quer ter algo, basta pedir um crédito.
Quando chegamos a este ponto, onde basta querer, e temos (mesmo que seja um ter ilusório), o mundo está completamente de pernas para o ar.
A facilidade leva as pessoas a lado nenhum. Mais do que pescar, tem-se que ensinar a…

Bruno de Jesus
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Lendo os outros (O salário mínimo)

Faça minhas as palavras do Leonel Vicente, em "PME ameaçam não renovar contratos a termo":
"A indigna chantagem que o presidente da Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas (ANPMES) acaba de veicular, ameaçando colocar no desemprego cerca de 44000 trabalhadores caso se mantenha a deliberação de actualizar o salário mínimo nacional para 450 euros, revela bem quão errado é o tradicional modelo de desenvolvimento do tecido empresarial português, que - mais de 20 anos após a adesão à União Europeia e milhões de contos e euros de subsídios depois - continua a assentar a sua competitividade numa ultrapassada política de baixos salários.

Não consigo evitar um momento demagógico: quem - de forma tão veemente - se opõe a esta medida deveria experimentar viver durante um mês com 450 euros!"


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Lendo os outros

Pedro Adão e Silva foi um dos dirigentes do PS no tempo de Ferro Rodrigues. Hoje, o que escreve no Diário Económico ("Investir ou não investir") está bem distante do que ouvimos será a política do actual governo para os próximos tempos em termos de investimento público.
Eis um excerto que partilha uma ideia muito cá de casa, uma perspectiva que sendo defendida pelo MEP, o coloca como uma alternativa que oferece a proposta mais equilibrada em termos de investimento público, uma alternativa que irá a votos já nas próximas eleições, sublinhe-se.

" (...) Não sendo o critério “recurso ao crédito” aceitável, é, contudo, necessário que haja critérios e que estes sejam partilhados. Muito provavelmente precisamos de fazer deslizar os investimentos em grande obras, mais pesados financeiramente – cujo efeito sobre o emprego tende a ser mais dilatado no tempo – e fazer ainda mais investimento em pequenos projectos, com impacto mais imediato no mercado de trabalho e com menor impacto financeiro. E, acima de tudo, precisamos de análises custo benefício claras, que permitem seleccionar o investimento prioritário. É por isso que se Ferreira Leite não tem razão quando defende que se pare tudo, dá, contudo, um contributo importante ao pressionar o Governo para tornar claras as suas opções. No actual contexto, o investimento público tem mesmo de ser feito, mas o actual contexto obriga a que sejamos ainda mais exigentes no escrutínio público do investimento."


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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Os Arquivos no Diálogo Intercultural

Os Arquivos no Diálogo Intercultural é a exposição com a qual o Arquivo Nacional da Torre do Tombo se associa ao Ano Europeu do Diálogo Intercultural.

Pensar o Diálogo Intercultural do Séc. XXI é também estabelecer o diálogo entre papéis, pessoas e os seus percursos. Os Arquivos participam neste diálogo, acompanhando o quotidiano dos cidadãos, através dos documentos, os quais testemunham o modo como essa relação se tem processado ao longo dos tempos. Neste âmbito, os arquivos não se limitam apenas a preservar a Memória, ou a constituírem objectos meramente culturais, mas participam activamente nos processos de negociação da Interculturalidade, enquanto prova dos direitos dos cidadãos.

Esta exposição é um convite, para percorrer diferentes épocas e situações através dos documentos que abriram e registaram percursos, processos e pessoas. Com ela, pretende-se levar o visitante a reflectir sobre a questão: Que futuro para este passado? Dos registos paroquiais que consubstanciam o direito ao nome, desde as formas mais antigas como por exemplo: Jorge, filho da Igreja…ao Diário escolar de 1929, pertencente às aulas do professor Mário de Oliveira que nos revela uma pedagogia activa, centrada no trabalho dos alunos.

No âmbito dos movimentos migratórios no espaço português, saliente-se a apresentação de documentos relacionados com a saída da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, ou a ida de colonos portugueses para Angola, nos anos 60 do Séc. XX e imagens de retorno em meados dos anos 70. A fixação de residentes estrangeiros em Portugal, está documentada nesta exposição desde o Séc. XV, através dos privilégios concedidos por D. Afonso V, aos alemães.S erá possível ainda observar documentos produzidos em diferentes idiomas, entre eles o tamil, o chinês ou o persa.

Local: Edifício da Torre do Tombo, Alameda da Universidade, Lisboa
Data da inauguração: 29 de Outubro de 2008 – 18.00 horas
A exposição estará patente ao público de 30 de Outubro de 2008 a 30 de Janeiro de 2009 no seguinte horário:
de Segunda-feira a Sexta-feira: das 10.00h às 19.00horas
Sábados: das 09.30h às 12.30horas
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Política e dinheiro


1 No final da semana passada, o Governo anunciou que irá prestar garantias bancárias aos quatros maiores bancos portugueses, de forma a suster a crise financeira emergente. Esta medida – histórica – vem resolver de forma apenas parcial todos os problemas originários da crise nacional. Um desses problemas é claramente o sobredimensionamento do mercado, em especial as imensas portas e janelas de consumo que se abriram aos portugueses fruto dos low credit – a nova vaga de empresas de crédito fácil. Nesta onda de intervencionismo estatal, o Estado poderia aproveitar para agarrar a mão invisível do mercado do crédito oportunista, que deseduca, hipnotiza e assombra as famílias portuguesas e impor critérios mais rigorosos para a obtenção de dinheiro em avanço. A igualdade de oportunidades a todos os cidadãos não deve ser sinónimo de acesso ilimitado, desmedido e inconsciente a todos os meios e fins.

2 Pela quarta vez este ano, José Sócrates e Hugo Chaves irão encontrar-se. Para além de troca de Magalhães e de elogios múltiplos, este encontro servirá para afinar alguns aspectos da estratégia politico-económica de cooperação entre os dois países. Num contexto de globalização, é natural que os países – hoje mais do que nunca – procurem estabelecer alianças, acordos e parcerias que satisfaçam os seus interesses económicos. Será contudo, menos normal, ou quiçá mais perverso, quando esses mesmos interesses abafam e esquecem a natureza e o modo acção da outra parte negociante. Nos últimos anos, Chávez tem sido protagonista da anti-democraticidade, da anarquia ditatorial e da irresponsabilidade política. Basta relembrar alguma das suas medidas mais famosas: defendeu a sua reeleição sem limite de mandatos, expulsou membros do Human Rights Watch e não renovou as concessões a televisões privadas. Trocar o que quer que seja com um líder com este perfil é silenciosamente pactuar e legitimar o que faz, o que diz e o que manda. Os interesses económicos não devem ser reféns dos interesses políticos, mas não podem ser cegos à natureza e ao modus operandi do líder da contraparte.

3 Por erro de escrita – ou quiçá por intenção do legislador – a recente Lei do Orçamento incluía um autêntico cavalo de Tróia: a alteração à lei do financiamento dos partidos. Em linhas gerais, a alteração, que já foi revogada, estabelecia a possibilidade de os partidos políticos receberem dinheiro em cash para a sua actividade partidária. Esta medida – felizmente revogada – significava um retrocesso gigante na transparência da contabilidade dos partidos e uma porta aberta para o regresso em força da troca de favores. Esta tímida e inesperada alteração à lei, pode bem ter sido, contudo, um mote para se voltar a discutir o actual regime de financiamento. A actual moldura legislativa favorece de uma forma desmedida e injustificada os partidos instalados e de maior dimensão, que obtém elevadas maquias de subvenções públicas pela participação nas diversas eleições, deixando os pequenos partidos (e ainda mais os novatos) entregues à sua sorte, que é como quem diz, dependentes apenas de si próprios. Numa verdadeira democracia, deveriam ser as ideias e não o dinheiro a determinar o espaço e influência dos partidos na comunidade.

Bernardo Cunha Ferreira

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O melhor destino é a escola

O caso de uma aluna da escola Carolina Michaelis, no Porto, que teve uma atitude violenta com a professora foi muito mediatizado, por ter sido filmado por um colega e disponibilizado na Internet para que todos pudessem ver. A maioria ficou escandalizada, mas, afinal, a verdade é que aquele foi apenas um pequeno incidente no conjunto das muitas situações que se repetem cada vez mais nas nossas escolas.
Esta semana voltou a falar-se de violência nas escolas a propósito do relatório da Comissão Parlamentar de Educação, que deixou de fora um fenómeno que afecta grande parte dos alunos portugueses (um em cada cinco): o “bullying”, que corresponde à intimidação constante de alunos por parte de colegas. Ninguém quererá intencionalmente escamotear a importância do fenómeno, mas há sempre quem apareça com uma “velha” visão do mundo, paternalista, desresponsabilizante, atirando para a sociedade o ónus abstracto que parece incapaz de delimitar, impedindo-se assim qualquer solução concreta. Cheguei a ouvir na televisão um afamado psiquiatra dizer que o fenómeno sempre tinha existido, como se isso diminuísse a gravidade dos factos e do aumento das situações. Leio mesmo num jornal nacional que uma investigadora de Educação diz que sempre foi assim, mas agora é mais divulgado. Alguém acredita? Os professores não acreditam e os pais também não.
Sabe-se que as razões dos comportamentos violentos serão muitas e diversas. Ninguém gostará de transformar um assunto complexo em demagogia, nem responder com extremismo autoritário. Mas havemos de concordar que alguma coisa precisa ser feita.
O medo no ambiente da escola, com base na violência de alunos sobre colegas e sobre professores e, agora também, de alunos e pais sobre professores e auxiliares, além da negatividade do facto em si, diminui fortemente a eficiência da educação. Os professores deixam de fazer o seu trabalho com liberdade, autoridade e qualidade. Os alunos chegam a ter medo de ir à escola e o seu rendimento escolar é afectado.
O ambiente prevalecente, de gradual desautorização dos professores e da escola, de crescente facilitismo, de aposta no “ensino-lazer”, descurando o trabalho e o rigor, tem relegado a aprendizagem de regras e valores essenciais para o domínio da teoria, da vacuidade de mais uma disciplina de cidadania. Não resulta: aprende-se uma cartilha politicamente correcta, mas não se exercita.
A compreensão das causas destes comportamentos, embora determinante para a descoberta de caminhos de inclusão, não pode descurar a preocupação com as vítimas e com o avultado e generalizado prejuízo educacional para os jovens. É fundamental que a sociedade e o Estado sejam capazes de agir para impedir a violência nas escolas e garantir a todos os alunos uma real oportunidade de integração social, de melhoria da sua vida. A mensagem deve ser clara: certos comportamentos são inadmissíveis.
Defender uma escola inclusiva não pode passar pelo branqueamento destas situações nem por soluções centralistas e igualitaristas.
Aos professores e aos estudantes devem ser garantidas as condições para trabalhar, para trilhar esse caminho fantástico de descoberta, de aprendizagem, de trabalho em harmonia. Em vez do centralismo das medidas actuais, à escola deve ser dada total autonomia, para que se encontrem localmente, com criatividade e inovação, as respostas mais adequadas e as sinergias (famílias, empresas, associações, etc.) que promovam um maior sucesso educativo. Muitas vezes isso terá de passar por projectos de ensino diferentes para alunos diferentes, em vez do igualitarismo elitista que temos e se traduz em verdadeira exclusão daqueles que não encontram motivação na “escola do seu bairro”.
Dificilmente encontramos organizações com um quadro profissional tão qualificado como aquele que existe nas escolas, pelo que tudo devia ser feito para que se assumissem como verdadeiras instituições, com real autonomia, com um projecto social e pedagógico próprio, em vez de serem apenas delegações do Ministério da Educação, abafadas em burocracia. Não conseguimos sequer imaginar a mobilização e as soluções criativas que daí poderiam surgir, se aos professores fosse dada a liberdade e a responsabilidade de conduzir os destinos da escola, em articulação com famílias e comunidade, num ambiente de maior liberdade de escolha dos pais e de maior envolvimento de todos.
Uma educação inclusiva não pode ser sinónimo de mediocridade generalizada. Uma escola onde não há segurança e harmonia é, antes de mais, o pior destino das crianças pobres.
Ângelo Ferreira
Publicado na edição de 28/10/2008 do jornal Diário de Aveiro

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sábado, 25 de outubro de 2008

Bola de neve

A bola de neve vai rolando para a frente e, nisso, ficando cada vez maior. Gerir uma economia como uma dona de casa, por intuição e a fiado, sai sempre caro. Se não aos actuais contribuintes, aos seus filhos.


Para onde nos levam todas estas obras públicas a crédito (disfarçado) que já vêm do passado e que o governo quer ainda aumentar? Destaco o gráfico no final deste artigo.

Um ponto de vista mais detalhado (e desafiante para a oposição) nesta entrevista de Silva Lopes.


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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Trabalho Infantil


“No espaço de uma década, Portugal reduziu de forma significativa o número de casos de menores em situação de exploração do trabalho infantil. Passou de cerca de 48 mil menores em situação de actividade económica, dos quais 28 mil estavam sujeitos a trabalho infantil e 14 mil em actividades perigosas, para um número residual. Em 2006, segundo dados da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), foram detectados apenas treze menores, com idades entre os 11 e os 15 anos, em situação ilícita.”
(in DN)

Ainda que em Portugal seja residual, melhor é possível.

Mas melhor é urgente no resto do mundo!

Segundo a Unicef, em todo o mundo, estima-se que existam 246 milhões de crianças envolvidas em trabalho infantil.
Calcula-se que cerca de 180 milhões de crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 17 anos (ou 73 por cento de todas as crianças trabalhadoras) estão envolvidas nas piores formas de trabalho infantil, incluindo em condições perigosas tais como as do trabalho em minas e com maquinaria pesada. Dessas crianças, 5.7 milhões são obrigadas à servidão por dívida ou outras formas de escravatura, 1.8 milhões são obrigadas a trabalhar na prostituição ou na pornografia e 600.000 são envolvidas noutras actividades ilícitas.

Celina Rodrigues
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Grande Entrevista- Professor Freitas do Amaral

Freitas do Amaral, foi na minha juventude, um homem de referência. Não me esqueço da campanha eleitoral para a Presidência em 86 em que, com muitos dos meus amigos, participei com grande empenho. Éramos uns miúdos, mas aderimos com total entusiasmo, à proposta de renovação e de pais que na altura o Prof. Freitas do Amaral simbolizava. Depois, fui deixando de me rever tanto nesta figura.
Hoje, quando falo com jovens dessa mesma idade, encontro desconhecimento e, mais do que isso, um enorme desinteresse, sobre o que se passa no domínio político. Enquanto mãe, preocupa-me esta situação, e pessoalmente, é uma das motivações a uma participação activa- no caso, no MEP.

Gostei muito da Grande Entrevista de ontem (RTP1), da qual retive algumas breves ideias:
- um apelo a que se cumpra para Portugal um projecto de justiça social, de uma sociedade mais inclusiva, que se detenha nas questões da distribuição de riqueza;
- que as questões na agenda política não podem estar divorciadas das inquietações que realmente afectam os portugueses;
- que há espaço, pelo menos ideológico, para uma visão “centrista”;

Estas ideias, espelham-se no MEP enquanto proposta política com sentido, actual e ideologicamente refrescante. Se calhar é por isto que tenho visto o MEP ser capaz de trazer para este domínio pessoas, até aqui dele arredadas.
Não precisava da validação, mas é bom constatar que, mesmo pessoas de outras famílias políticas, se podem rever nesta proposta.
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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ousemos Mobilizar-nos!

O início deste novo século não tem sido particularmente fácil para os portugueses, sobretudo para os de mais baixos rendimentos. E o discurso político, sempre a puxar para baixo, também não tem ajudado. Primeiro veio o 'pântano'; depois o ciclo do 'país de tanga'; e agora, apanhados pelo furacão financeiro, preparamo-nos para acabar a década mergulhados numa crise económica cujas reais consequências ainda ninguém pode prever. Fazer sacrifícios e apertar o cinto é uma dura realidade a que os portugueses parecem infelizmente já se terem habituado nos últimos anos.

As crises, já aqui o escrevi uma vez, embora no primeiro momento se nos apresentem sob a forma de ameaça, na medida em que põem em causa a ordem e as estruturas estabelecidas, têm de ser encaradas como oportunidades. Oportunidade para demonstrar coragem e capacidade de reacção à adversidade. Oportunidade para revelar dinamismo e espírito de iniciativa. Oportunidade para inovar e melhorar as estruturas existentes.

Depois de quase uma década de sacrifícios sem resultados, esta não é a hora de discussões estéreis de passa culpas nem dos que apostam no conflito ou no quanto pior melhor para reinarem. Esta é a hora do país se mobilizar para enfrentar a tempestade que se anuncia e de todos unidos em torno de objectivos comuns construirmos hoje como já construímos no passado um país mais próspero, mais justo e mais solidário.

Dizia Séneca que “não é porque as coisas são difíceis que não ousamos fazê-las. É porque não ousamos fazê-las que elas são difíceis.” Ainda que contra os habituais Velhos do Restelo, ousemos mobilizar-nos. Todos sem excepção. E o Cabo das Tormentas que agora nos anunciam tornar-se-á na Boa Esperança das gerações futuras. Elas agradecer-nos-ão.

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Uma educação de todos, de cada um

A educação deve ser umas das primeiras preocupações de qualquer pessoa, quanto a si, quanto aos que de si dependem, quanto a terceiros. Ela é algo que vai para além do ensino formal, da transmissão e descoberta de conhecimento, da aquisição de competências para o mundo do trabalho. A educação é também o mundo dos valores, dos direitos e deveres, da liberdade e da responsabilidade (individuais), da solidariedade.
Quando se fala de educação, não se está a falar necessariamente do Estado, mas antes de cada um de nós – esqueça-se, por momentos, o Ministério da Educação, a fértil produção legislativa que emana dos gabinetes da 5 de Outubro, que tudo procurar organizar e dirigir, nessa lógica centralista que tanto caracteriza Portugal. Esqueça-se mesmo, ainda que por instantes, a própria escola encarada como solução para tudo, à qual tudo se exige, ou apenas como armazém, onde tantas vezes se depositam os filhos, fugindo às responsabilidades como pais (principais responsáveis educativos) e como pessoas de uma comunidade, de um país.
A educação precisa do empenho de todos, das famílias como elemento central, como base fundamental de uma sociedade equilibrada, coesa. Precisa de uma atenção solidária e activa de toda a comunidade, que deve empenhar-se no apoio às famílias, sobretudo às mais pobres e com mais dificuldades, mas sem as substituir. Precisa que os empregadores criem condições para que os pais possam acompanhar os filhos.
O desafio é mobilizar as famílias, as escolas e os diversos agentes educativos, as comunidades e todos os seus recursos para o grande desígnio de proporcionar um ambiente de trabalho estimulante, criativo, exigente, de dedicação e esforço. Precisamos acreditar e firmar uma consciência de que os mais pobres não são incapazes, não estão condenados à partida e podem melhorar as suas vidas através de melhor educação.
Para encontrarmos juntos as melhores soluções é imprescindível e urgente dar autonomia e responsabilidade às escolas, colocando o foco na melhoria dos resultados dos seus alunos e das suas competências. É absolutamente urgente que tenham liberdade pedagógica, inovadora e criativa, encontrando-se soluções locais para contextos, problemas e desafios locais, envolvendo as escolas, as famílias e as diversas entidades locais, sejam as autarquias, os museus, as polícias, os bombeiros, os centros de saúde, as associações, as instituições de ensino superior, as empresas e outras.
É crucial estabelecer uma malha comunitária apertada de apoio que reduza o insucesso e o abandono, que procure não deixar ninguém para trás, criando condições para um desenvolvimento mais sólido e coeso. Trata-se inclusive de proporcionar também aos menos jovens a possibilidade de se qualificarem.
O desafio exige-nos diálogo franco entre todos os intervenientes, que a todos responsabilize. Exige grande respeito pelas opções das famílias e pessoas no que concerne à escolha dos projectos educativos que consideram mais adequados. Para tal, é necessário um sistema de informação e apoio à decisão acessível e transparente, e os apoios sociais devidos, que descriminem positivamente aqueles que mais precisam.
Urge construir um ambiente de confiança e respeito, desde logo pelos professores, elos fundamentais de uma cadeia de sucesso educativo. Não há outro caminho que não o de acreditar nas suas capacidades autónomas e exigir-lhes empenho, inovação, e a coragem de rasgar novos horizontes, pondo de lado atavismos ideológicos e corporativistas.
A recente transferência de maiores responsabilidades em matéria de ensino para as autarquias é uma oportunidade para criar dinâmicas locais. O enorme desafio que todos temos pela frente, de conquista de um futuro melhor, exige-nos, localmente, essa capacidade de resposta. As câmaras municipais podem, devem, desempenhar um importante papel de aglutinação de vontades e liderança.
Algumas destas (e outras) pistas para melhorar a educação estão inscritas no relatório final do Debate Nacional de Educação, iniciativa de grande monta e qualidade levada a cabo ao longo de mais de um ano pelo Conselho Nacional de Educação, presidido pelo Professor Júlio Pedrosa, antigo reitor da Universidade de Aveiro. O seu empenho pessoal nas questões da educação, em prol da comunidade, devem merecer a nossa homenagem e constituir exemplo de motivação.
A leitura dos resultados do debate (www.debatereducacao.pt/), pode, desde logo, constituir um importante passo.
Ângelo Ferreira
Publicado no jornal Diário de Aveiro de 21/10/2008

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Um olhar sobre os sem-abrigo


Sempre que chegam os primeiros dias de frio e de chuva lembro-me de todos aqueles que não têm um tecto para morar, que ao perderem o sentido da vida deixaram tantas vezes de saber quem são e o que fazem no mundo, entrando num ciclo vicioso de exclusão social e degradação física e mental.

Contudo, sabemos existem instituições e programas destinados à melhoria de vida e à reinserção daqueles que nos nossos dias são rejeitados pela sociedade, por aqueles que por algum motivo tomaram um rumo diferente à sua vida, não tendo nada nem ninguém que os oriente para uma vida organizada, para uma vida em sociedade, para uma vida justa e feliz.

Muitos sem-abrigo encontram sorrisos amigos, em muitos dos voluntários e assalariados que nas instituições de solidariedade social trabalham e por vezes pequenos gestos tornam-se em verdadeiros “milagres” na vida destas pessoas. Há muitas pessoas anónimas que dedicam parte do seu tempo a cuidar dos que mais dificuldades sentem. Têm que se preocupar com os aspectos mais essenciais e vitais, tais como, dar-lhes alimentos, roupas, às vezes locais para pernoitar. Mas, é importante não perder de vista a reinserção de cada um na via activa, objectivo este difícil de alcançar. É preciso criar relação, tratar todos como iguais, dar importância àquilo que cada um sente e ao que tem para nos dizer. O diálogo é fundamental para o início de qualquer processo de mudança!

Mas quantos de nós não somos capazes de encarar de frente este tipo de situações e preferimos continuar a viver a nossa vida no nosso canto e sem nos preocuparmos com o bem comum? É fundamental pensarmos que cada um tem um papel importante na mudança do mundo e que é possível diminuir o número de pessoas que vive nas ruas de Portugal.

Sofia Lousada
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Quem foi Peter Norman?

A ler:


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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Um orçamento que já não será avaliado nas eleições

O ano de 2008 e, provavelmente, de forma mais grave o ano de 2009 será de imensas dificuldades para muitos portugueses, sendo que muitos terão entre os seus maiores problemas conseguir pagar a renda ou a prestação da sua habitação, correndo mesmo o risco de entrar em incumprimento e perder a habitação. Como tal, o próximo Orçamento de Estado aumentará os benefícios fiscais para que todos que paguem IRS até ao 4º escalão, inclusive, de modo a que em Julho/Agosto/Setembro de 2010 recebam um maior retorno do IRS que descontarem em 2009.
Hum... Que maravilha de medida de emergência. Ora deixa cá ver o que anda por aí nas notícias. Um aval para os bancos poderem pedir dinheiro emprestado assina-se em meia hora - a medida em si não está em causa, note-se! - , a devolução do IRS às famílias faz-se daqui a dois anos. É esta a mensagem que passa, é esta a imagem que se dá. Simplifica-se a análise mas a substância política é evidente.
Por um lado, o apoio via benefício fiscal não abrange nem os que tem rendimentos tão baixos que não descontam IRS (mas que acredito continuem a ter de pagar a renda das suas casas caso sejam inquilinos), nem aqueles que, por exemplo, tenham feito um grande sacrifício de amortização dos seus empréstimos, agindo de forma sustentável. Estes últimos em particular, aqueles que deveriamos prezas pelo exemplo, estão hoje a pagar o azar e crónica desprotecção de uns mas também a incúria orçamental de outros seus concidadãos.
Esta não é a forma mais adequada de fazer política social e económica. Mal de nós se todas as famílias abrangidas daqui a 2 anos pelo benefício fiscal dependam efectivamente dele para serem solventes! A activação efectiva do mercado de arrendamento no qual persistem barreiras e justas desconfianças, a definição de programas de contratualização e de apoio localizado às famílias mais desprotegidas para enfrentar a crise e que efectivamente precisam de apoio financeiro e talvez até formativo (em formação de finanças pessoais, por exemplo) seriam medidas com muito maior probabilidade de alcançar efeitos mais duradouros e socialmente mais equitativos.
Por outro lado, pegando nos instrumentos predilectos do actual governo, se este quer reduzir impostos e agir de emergência, porque não propõe num valor próximo do que se perspectiva seja o impacto de quebra de receitas em 2010 por via do benefício fiscal para entrega já hoje (ou em Janeiro) às famílias? Em jeito de antecipação do IRS futuro, por exemplo. Tipo aval... Podia por exemplo, e em jeito de compensação pelo risco/"antecipação da devolução de imposto" forçar que essa verba só pudesse ser utilizada para pagar a renda ou a prestação ou realizar uma amortização extraordinária dos empréstimos.
Num cenário em que o agravamento da crise é perfeitamente plausível, reduzir impostos à distância de 2 anos, com estes critérios é um triste engodo que em nada amortizará os danos da dita crise.
Tenho para mim que os portugueses são um pouco mais inteligentes do que aquilo que está implícito na política que nos vai oferecendo o actual governo. Não é preciso muito para conseguir fazer melhor.
Nota final: é espantoso como este aumento de benefícios fiscais faça o pleno entre a oposição quanto à bondade da medida. Ou muito me engano ou andam a ver muito mal o filme que aí vem. E digo mesmo que esta medida será tão mais gravosa quanto mais duradoura for a actual crise. Se por hipótese 2010 ainda for um ano de complicações será então ainda mais evidente como o rebuçado em sede de benefícios fiscais foi um erro. Se a crise for mesmo do pior das últimas decadas, redistribuir a riqueza dessa forma será então ainda mais irresponsável. É que só há mesmo uma maçaroca, o segredo não está em dar tudo o todos - qualquer um poderia fazer isso -, mas dar o possível a quem está mais desprotegido num dado momento do seu ciclo de vida sem comprometer gravemente a capacidade de no futuro podermos ajudar outros na mesma situação. Só que entretanto já Outubro de 2009 estará passado e bem passado.

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Orçamento 2008; Orçamento 2009

A 12 de Outubro de 2007 o actual governo garantia que:

"Os escalões de IRS vão ser actualizados à taxa de inflação de 2,1% esperada para
2008, disse hoje o ministro das Finanças, sinalizando que não haverá aumentos de
impostos por esta via.
"


Hoje (em bom rigor nem em Outubro de 2007), ninguém acredita (nem o governo) que a taxa de inflação de 2008 feche o ano abaixo dos 2,8%. O IRS em 2008 terá aumentado cerca de 0,7 pontos percentuais para todas as pessoas que receberam aumentos salariais de pelo menos 2,1%.

Hoje, a garantia é a mesma:

O matutino explica que a proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2009 prevê uma actualização dos escalões do IRS em linha com a inflação de 2,5 por cento
prevista para o próximo ano e que actualização da maioria das deduções é feita
acima desse limiar, mas outras ficam iguais.


Amanhã, provavelmente estaremos aqui a constatar o mesmo de sempre: apostar na inteligência do ouvinte e assumir a justeza e a necessidade das medidas de política económica sujeitando-se de imediato ao contraditório é táctica pouco popular entre os políticos. Se queremos voltar a acreditar que a política é um meio fundamental e insubstituível à vida em comunidade, também isto tem de mudar. Não há esperança sem verdade, não há verdade sem honestidade intelectual.

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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Humor e fair play em New York




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Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

Porque hoje se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, retiro alguns elementos de caracterização da situação em Portugal que constam no Plano Nacional de Acção para a Inclusão PNAI 2008 - 2010. Urge fazer algo porque melhor é necessário e possível!


«As situações de pobreza continuam a manifestar-se de forma mais acentuada em alguns
subgrupos populacionais. Apesar das melhorias significativas no bem-estar das criancas e das
suas famílias, as crianças permanecem um grupo particularmente vulnerável, tendo em conta
que a infância surge como um fase decisiva nas subsequentes oportunidades de vida e onde a
multipla privação pode ter um impacto irreversivel na transmissão intergeracional da pobreza.
Em 2006, cerca de 21 por cento de criancas (0-17 anos) viviam em situacao de pobreza. O
carácter persistente destas situações também é significativamente superior ao de outros
grupos da população, com cerca de 22 por cento das criancas abaixo do limiar de pobreza em
2001 e em pelo menos dois dos três anos precedentes (face a 15 por cento na população
total). Há que assinalar, no entanto, a incidência de pobreza nas criancas tem acompanhado
a tendência nacional de retrocesso, estando esta realidade relacionada com a melhoria da
situacão das familias com crianças, um dos grupos onde se reflecte uma maior incidência de
pobreza em Portugal. Em 2004 as situações de pobreza abrangiam cerca de 25 por cento da
populacão infantil portuguesa. A população idosa, por outro lado, é o subgrupo populacional
que vive em maior risco de pobreza. Em 2006, existiam 26 por cento de idosos em risco de
pobreza (26 por cento de mulheres, 26 por cento de homens) face a 18 por cento da
populacao total. O retrocesso das situacções de pobreza manifesta-se tambem sobre a
população idosa, que em 2004 abrangia 29 por cento desta população. Os idosos são também
um dos grupos mais vulneráveis à desigualdade de rendimento. Os rendimentos médios das
famílias e a sua fragilidade face a novas situações de pobreza, estão também cada vez mais
sujeitos a pressões sociais e culturais de hábitos de consumo e despesa. O padrão médio de
despesas das famílias portuguesas aponta para uma elevada percentagem da despesa afecta
aos encargos com creditos, nomeadamente com o crédito à habitação. Neste contexto, tem-se
verificado um agravamento da capacidade das famílias para fazer face a estes
compromissos, gerando-se situações de pobreza monetária súbita com maior frequência nos
últimos anos.»
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MEP - Adesão "SIMPLEX"


Lançado o desafio de atingir 500 membros até ao final do ano, é hora de pôr mãos à obra!

A adesão de novos membros significa um importante contributo cívico e financeiro para o projecto do MEP e para a construção da política da esperança. É com estes dois contributos que o MEP chegará onde os portugueses o quiserem levar.

Para isso está disponível desde hoje, no site do MEP, uma ficha de pré-adesão que visa agilizar a adesão de novos membros ao MEP.

O MEP conta com todos os que se revêm no seu Programa e querem particiapr activamente para construir a política da Esperança. Melhor é possível!
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"Politicamente"

Boomp3.com

Entrevista de Rui Marques a Pedro Adão e Silva e Pedro Marques Lopes no programa "Politicamente" do Rádio Clube Português, a 4 de Outubro de 2008.
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Agência de comunicação MEP


Há algo de familiar no novo site do PSD...

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O Olhar de uma Holandesa sobre Lisboa...

...que muito me faz pensar sobre a vantagem, em muitos campos, de uma visão refrescada de quem vem "vem de fora".

http://www.flowoflife.nl/re03f.htm
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Uma boa notícia...

No Público: Sistemas de rega vão deixar de pagar taxa de audiovisual (via Conversas Vadias).
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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sob os telhados da “velha amizade”

Soubemos nos últimos dias da forma amiga como a Câmara Municipal de Lisboa trata alguns dos seus munícipes oferecendo-lhes um tecto por renda simbólica. Serão as outras câmaras do país assim tão simpáticas? Espero, sem sombra de certeza, que não.
Estaremos eventualmente perante uma outra dimensão de habitação social, muito peculiar, resultante da bondade humana de parte da nossa classe política.
O apoio solidário, através do estado, aos mais necessitados é muito importante para ser confundido com os expedientes referidos. A assistência às pessoas (famílias) mais carenciadas, nomeadamente com alojamento condigno, deve ser vista como base para uma vida saudável, criando condições basilares para uma autonomização e para uma fuga à pobreza.
O caso das casas de Lisboa, atribuídas a políticos, jornalistas, gente das artes e outros profissionais de elevado gabarito é ilustrativo de um paradigma de actuação de parte da nossa classe política. Este mecenato político de critério nebuloso revela-nos a sórdida promiscuidade de alguns gestores dos recursos públicos, que são de todos, com aqueles que, vestindo o suposto manto da independência, os vão promovendo publicamente e, assim, ajudando-os a manterem-se no poder.
Incrível é observar uma multidão de gente “inteligente” defendendo, mais ou menos timidamente, é certo, que o caso não é motivo para tanto alarido e que os problemas do país não passam por aí. Há até quem queira fazer passar a ideia de que tudo é perfeitamente normal, porque todos os partidos o fazem, porque sempre foi assim, como a prática de uma asneira a legitimasse.
É verdade que temos muitos e mais complexos problemas. Mas é mais verdade ainda que muito do que está errado na matriz do nosso (sub) desenvolvimento decorre deste modelo de actuação política, em que o estado é abusado por aqueles que elegemos para servir. A dimensão do orçamento público resulta, dizem-nos, da necessidade de promover justiça social, igualdade de oportunidades, coesão. Mas depois, bem vemos como se actua, sorvendo recursos, tantas em vezes em benefício dos partidos e dos políticos, das empresas que os financiam, dos amigos, de familiares. Entretanto, aqueles que verdadeiramente precisam de apoio não o têm. E isto é que é trágico.
O sinal que o estado passa, o estímulo, é para que encostemos a cabeça no seu ombro “amigo”, e adormeçamos sem o questionar. Essa amizade tem um preço alto, que passa pelo silêncio, pela subserviência, pela dependência. O estado instrumentalizado que temos não gosta de críticas, de perguntas incómodas, de discordância.
Se olharmos à recém criada lista de credores do estado, percebemos facilmente o clima de medo que está criado. Apenas três entidades tiveram coragem de ali colocar o seu nome. Todas as outras instituições ou empresas, a quem o estado, no conjunto, deve muitos milhões de euros, pagando tarde e a más horas, preferiram remeter-se ao prudente silêncio. O seu grau de interferência na sociedade, na vida das pessoas, na economia é de tal ordem que nos conduz a uma fatal dependência, a uma deteriorante incapacidade e a um medo castrador da nossa liberdade, dos nossos direitos (e deveres).
Quem tiver a ousadia de questionar quem reina põe-se a jeito como alvo a abater. Quem souber meter o pé seguro nesse caminho de servidão talvez se veja recompensado pelo “mecenato político”.
Todos já teremos ouvido dizer, a propósito de cumplicidades convenientes, que «uma mão lava a outra e as duas lavam a cara». O problema é quando o espelho continua a mostrar a cara suja.
O futuro exige-nos que lutemos por um estado forte, pessoa de bem, capaz de garantir as suas funções primordiais e o apoio solidário aos que realmente precisam.
Melhor é possível, é necessário e é urgente!
Ângelo Ferreira
Publicado no jornal Diário de Aveiro de 14/10/2008

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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Mão-a-Mão

Mãos de artesãos que criam. Mãos de artesãos que dão as suas mãos por um projecto. Em troca, vários sorrisos nos rostos de quem recebeu mais uma Mão. Neste projecto os artesãos dão um pouco do seu trabalho a Instituições de Solidariedade Social

É desta forma muito simples que se apresenta o projecto Mão a Mão: artesãos oferecem os seus produtos para ser licitados num leilão que decorre na net durante cerca de um mês. As verbas revertem a favor de uma instituição de solidariedade escolhida previamente.

Gosto da inovação presente:
- na simplicidade com que o conceito de comunidade é resgatado para a promoção de um encontro (artesãos, instituições de solidariedade social e público em geral) com recurso a um meio de comunicação mais actual (a internet que quase ninguém já dispensa);
- na actualização do espírito de boa vizinhança, de inter-ajuda e de responsabilidade individual na resolução de problemas colectivos. A cimentação desse espírito ganha bastante força com iniciativas de cariz mais micro e é até mais importante do que as verbas conseguidas (se calhar ainda diminutas por uma escassa divulgação do projecto).

Quem estiver interessado visite:
- http://mao-a-mao.blogspot.com/
http://mao-a-mao-leilao.blogspot.com/( o leilão de Outubro já começou!)
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sábado, 11 de outubro de 2008

Errei. E não foi a última vez...

por Rui Marques


Na passada semana cometi o primeiro grande erro de avaliação política. Ao ser interrogado, no final duma entrevista com uma jornalista da LUSA, nas vésperas do Congresso do MEP, sobre a crise financeira internacional disse “o pior já passou”.

A entrevista ocorria no dia seguinte à aprovação, nos Estados Unidos, do Plano Paulson, onde se disponibilizavam 700 mil milhões de dólares para que a Administração americana pudesse travar a degradação da confiança do sistema financeiro. Embalado por essa expectativa manifestei essa convicção/desejo optimista. Ora, na semana seguinte, a hecatombe continuou. Agravou-se mesmo. O que fez da minha declaração um erro grosseiro e uma previsão totalmente errada. Aconteceu exactamente o contrário do que tinha expresso como minha convicção.

Perante esse erro óbvio só uma coisa deve ser feita: reconhecê-lo publicamente. Com todas as letras e sem hesitação. Como não causou prejuízo a ninguém - a não ser aos MEPs, por ter representado mal o nosso projecto - talvez seja dispensável um pedido de desculpas formal. Mas o reconhecimento do erro é essencial.

No meu caminho de intervenção partidária – que começou há pouco tempo – terá sido o primeiro erro importante. Não será seguramente o último. Ao longo das próximas etapas, num contexto de intervenção sobre uma realidade turbulenta e incerta, o risco de errar será elevado. Também a inexperiência política ajudará, aqui e além, a que aconteçam erros. Será inevitável.

Li uma vez, algures, que “Errar é humano. Atribuir o erro a outro é política.”. Poderia acrescentar uma variação assim desenhada “errar é humano...não reconhecer os erros é política”. A política, como qualquer actividade humana, está sujeita ao erro. Quem desenvolve esta intervenção cívica, arrisca muitas vezes, no fio da navalha, ao reagir instantaneamente a dinâmicas em curso. Ou a pronunciar-se sem ter ainda todos os elementos disponíveis.

Creio que um dos grandes desafios que uma nova geração de políticos e uma nova forma de fazer política enfrentam é estar disponível para assumir – em tempo útil - os erros cometidos. E fazê-lo sem hesitação. Sem medo das consequências junto dos eleitores. Sem medo da fragilidade. Sem medo da verdade.

A política da coragem exige que não nos deixemos paralisar pelo medo de errar. Nem pelo medo de reconhecer os erros.


Rui Marques
Presidente do MEP


PS: Agradeço ao Pedro Mexia por, no programa “Governo Sombra”, da TSF, ter iluminado este erro. Foi uma crítica merecida.
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Como se distingue um MEP

"E o MEP como votaria? O Rui Marques votaria contra, eu votaria a favor e de seguida passariamos ao que nos une e nos preocupa, algo imensamente mais vasto do que estas fracturinhas que alguns teimam em eleger como as únicas questões para as quais parece haver combustível político."

Rui Cerdeira Branco no Adufe


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Nobel da Paz 2008 atribuído a Martti Ahtisaari



Nobel da Paz para o finlandês Martti Ahtisaari, Público Última Hora
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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Morrer em Paz



Estamos no mês dedicado aos cuidados paliativos. A definição de cuidados paliativos, segundo a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos http://www.apcp.com.pt/ ,é “a resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ele gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias”.
Já que a morte é inevitável, morrer em paz é porventura o objectivo de todos nós. Robert Twycross, médico inglês e um dos pioneiros dos cuidados paliativos, diz que as pessoas morrem em paz se conseguirem dizer a quem amam as palavras, Obrigada, Amo-te, Perdoa-me, Perdoo-te, Adeus. A verdade é que nem sempre há condições para que isto aconteça.
Tenho estado, por razões pessoais, relativamente próxima desta temática dos cuidados paliativos e tenho percebido, não só a sua fundamental importância, como o muito que há a fazer de modo a tornar estes cuidados acessíveis a todos.
É para falar destas temáticas, nomeadamente para apresentar um estudo sobre cuidados paliativos, que se realiza amanhã, às 15h30, na Fundação Calouste Gulbenkian um encontro com a participação de Carlos Liz, responsável da empresa autora do estudo, de Isabel Galriça Neto, de Laurinda Alves e Marcelo Rebelo de Sousa. Com entrada gratuita, fica o desafio de, conhecendo melhor, juntarmos vontades, para que em Portugal, se possa morrer em Paz.

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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Álvaro Siza recebe Medalha Isabell II

«O português Álvaro Siza Vieira vai ser homenageado pela sua contribuição para a arquitectura internacional com a Medalha de Ouro Real de 2009, uma distinção atribuída pelo Instituto Real dos Arquitectos Britânicos, em nome da rainha Isabel II. Em 2008, o galardoado foi o britânico Edward Cullinan.»

(in JN; leia mais)
O MEP felicita o arquitecto Álvaro Siza Vieira por mais este reconhecimento do seu valioso contributo para a arquitectura internacional. Os feitos de gande valor, por cidadãos portugueses, devem servir-nos de estímulo e inspiração para os dias difíceis que atravessamos.

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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ontem senti um arrepio!

Ontem, como diz o provérbio, demos o primeiro passo numa longa caminhada. Acabámos a imensa tarefa de começar e de nos preparar para o que aí vem. E ontem, como muitos outros, certamente, tive um arrepio. Ao ouvir o Hino Nacional a encerrar o congresso fundador do MEP senti que estava a fazer parte da História. De uma História que permitirá um dia dizer aos meus netos: "eu estive lá. Ajudei a mudar o meu, o vosso, o nosso país e a torná-lo um pouco melhor." Na verdade, o país está hoje um pouco pior do que ontem mas "Melhor É Possível". 
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domingo, 5 de outubro de 2008

Sessão de Encerramento: um novo princípio (II)

Nos discursos de encerramento, Rui Marques falou das tormentas que o optimismo e a esperança do MEP terá de enfrentar sobretudo pela instalação do medo na sociedade portuguesa. Para vencer esse medo, o presidente do partido apelou à coragem dos congressistas. Por o MEP já ser uma realidade em movimento, a presidente da Mesa do Congresso, Margarida Olazabal Cabral, apelou à responsabilidade de cada um na construção do MEP demonstrada pela consistência das propostas e pela coerência das atitudes nas vidas quotidianas.


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O pré-encerramento

Momentos de descontracção antes do encerramento








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Sessão de Encerramento: um novo princípio.

E o Congresso termina com chave de ouro!
- com agradecimentos, que tanto se justificam, à equipa que fez com que acontecesse um Congresso perfeito!
-com um louvor ao Hino do MEP que entusiasma e reflecte tão bem os seus princípios;
-com um desafio a que nos libertemos do medo, e partamos para uma aposta clara de coragem: que não se contente com uma política de mal menor, e aposte numa política de bem maior.

...E com a missão de servir este projecto - Política de Esperança- que acreditamos ser possível, necessário e urgente!
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Moção Estratégica para 2009 (resumo)


O presidente do partido apresentou a sua moção de estratégia MEP 2009 cujas linhas principais são:
- num contexto difícil, os próximos 12 meses representam para o MEP o tempo crucial para a construção da identidade do MEP, para a capacidade de inovar na política e para aperceber apoio que os portugueses lhe quererão dar;
- encarar as adversidades como um desafio;
- a identidade do MEP assenta em 3 pilares estruturantes:
1) O MEP é o mais sério intérprete da "Política da Esperança" afirmando-se como o protagonista da cultura "melhor é possível" assumindo a posição camoniana de árdua esperança como factor de desinstalação face à apatia e à desistência;
2) O MEP será o projecto político que mais relevo dá à justiça social, à coesão e à inclusão assumindo a tónica de uma mesa com lugar para todos. Recusando quer a omnipotê ncia e a omnipresença do Estado quer a suposta eficiência automática do mercado. Para promover a justiça social o MEP é "mais sociedade civil" (ao contrário do "mais Estado" do PS e do "mais mercado do PSD);
3) O MEP apelará para uma nova geração de políticos e uma nova forma de fazer política trazendo para esta caminhada cidadão comuns, gente que entendeu ter chegado o momento de criar uma alternativa, pessoas que, consideram urgente a mudança e não se demitem de lutar por um mundo melhor, pessoas que consideram inadiável assumir a política com sentidode missão e de serviço. Pessoas focadas no bem comum,e que se comprometem sem qualquer superioridade moral, com um novo código de ética política

Mas existem outros traços relevantes da identidade do MEP:
- O MEP é um movimento cívico que pode ir a eleições não querendo perder essa dimensão dinâmica de proximidade e abertura à sociedade civil.
- O MEP é um projecto do século XXI: mulheres e homens têm presença equilibrada na Direcção, Mesa do Congresso e Conselho Nacional, equivalente à proporção de ambos os sexos entre os filiados; não precisa de qualquer imposição externa para procurar eficiência; já nasceu WEB-MEP.
- O MEP é, em si mesmo, uma rede. Organizado de uma forma achatada, sem grande distância entreo topo e as bases, optou por se estruturar em Núcleos que se constituem enquanto nós de uma rede de fluxos.
- Correndo o risco de inovar , o MEP procurará valorizar a criatividade na política. Através da sua comunicação, da sua organização e da sua agenda, o MEP quer e deve consolidar uma imagem de permanente inovação. Recusará naturalmente as manifestações mais retrógradas do debate político e ousará outras formulações e comportamentos, ainda que despertem alguma perplexidade e estranheza.


Os destinatários do MEP:
- todos os que não se revêem nos partidos tradicionais, estando com eles desiludidos, mas que não desistiram de lutar por um país melhor;
- quem votar no MEP vota na esperança e mostra a vontade de participar na construção de um futuro melhor.
- os que lutam por se libertar da pobreza; as famílias que trabalham para dar um futuro melhor aos seus filhos; os seniores que querem continuar a participar activamente na sociedade; os empresários que contra todas as dificuldades, criam emprego e riqueza; os empreendedores e trabalhadores sociais que tornam a solidariedade presente todos os dias, em contextos muito diferentes.

Aproximando-se três ciclos eleitorais as prioridades do MEP:
- o foco essencial para 2009 deve estar nas eleições legislativas. É nelas que o MEP terá a sua principal batalha. É através delas que atingirá o seu objectivo estratégico de entrar na dinâmica política parlamentar, na legislatura de 2009/2013. Afirmamos com toda a clareza: o MEP irá lutar por entrar no Parlamento através da presença de um grupo parlamentar. (2 a 4 deputados) não ambicionando ser “muleta” de ninguém, e procurando ter uma atitude de construção na oposição.
- o programa apresentará o seu programa eleitoral para as eleições legislativas no início de 2009. Da sua estrutura ressaltará a centralidade da luta pela coesão social, baseada na justiça e inclusão sociais, num quadro de aposta no desenvolvimento humano sustentável. Será um programa inspirado na metodologia da construção de uma matriz, na qual as políticas sectoriais (eixos verticais) estarão condicionadas aos sete valores fundamentais do nosso manifesto (eixos horizontais). Em cada célula, indicaremos as medidas de política pública que entendemos serem necessárias para se concretizar aquele princípio (p.e. “uma mesa com lugar para todos”) naquela área sectorial (p.e. “educação”).

- A segunda prioridade, no plano eleitoral, é a eleição para o Parlamento Europeu. Cronologicamente esse será o primeiro momento eleitoral de apresentação do MEP em que os Portugueses se depararão com as propostas políticas do MEP. É importante, por isso, dar a conhecer o MEP ao País. Essa missão é tanto mais legítima quanto o MEP é euro-entusiasta, revendo-se na visão política dos fundadores do projecto europeu (Adenauer, Schuman, Gasperi).

- Em termos de eleições autárquicas, é importante reafirmar que, programaticamente, o MEP atribui a maior importância ao poder local. O princípio da subsidiariedade a isso inspira. Ora essa relevância só é compatível com uma proposta séria e consistente. Tendo pela frente um período curto de um ano não se consider viável apresentar
candidaturas sérias para 308 concelhos.

O período até 2009 será para o MEP um tempo épico ao serviço de Portugal, de exigência e de desafio. O MEP terá de ser capaz de reunir financiamento a partir de pequenos contributos individuais e de montagem de uma estrutura nacional que leve o MEP a todo o País, num contexto de elevado de cepticismo e de descrença na política.

Longe de qualquer postura de superioridade moral ou de arrogância intelectual, une-nos a vontade de servir, de lutar por um futuro diferente para os jovens e de honrar a memória colectiva do país.

Queremos uma política com alma!
Queremos ajudar a fazer melhor.
...Porque melhor é necessário,
...Porque melhor é urgente,
...Porque melhor é possível!

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Moção de estratégia para 2009


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Moção Estratégica

Ouvimos agora a Moção Estratégica, que se resume em três grandes (ou deveria dizer Grandes?) dimensões:

1º O MEP é o mais sério intérprete da "Política da Esperança";

2º O MEP será o projecto político que mais relevo dá à justiça social, à coesão e à inclusão;

3º O MEP apelará para uma nova geração de políticos e uma nova forma de fazer política.

Melhor já está a ser possível!
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At your places, get ready, go!

Ao fim de dia e meio de trabalhos o MEP acabou de aprovar o seu programa político.
05 de Outubro de 2008
11h37m
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Parabéns República!







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entusiasmo




No 2º dia, o Congresso reabre os trabalhos com o cantar entusiasta do Hino MEP, seguindo com as propostas de alteração ao Programa para posterior aprovação ainda da parte da manhã

Olha bem que o caminho que aí vem,
É só teu, não é de mais ninguém.
Pedra a pedra tu constróis a tua estrada
E essa força não pode ficar parada

Portugal é o país que te dá cor,
Sabes bem que é possível ser melhor.
Passo a passo vai subir àquele monte,
Passo a passo vais construir uma ponte.

Melhor é possível!
Acredita!
Melhor é possível!
Dá a mão
Aos teus pais e aos teus filhos
E à tua geração.

Portugal é o teu país,
Portugal que promete.
Pela paz e a p'la justiça,
Confia, sê um MEP!




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sábado, 4 de outubro de 2008

É preciso sonhar

Lançado o mote de que é preciso sonhar para que as coisas aconteçam, o 1º dia (histórico) do Congresso continua com a apresentação e debate em torno da visão sectorial do MEP para as áreas da Educação, Família e Solidariedade Social, Economia e Finanças, Ambiente, Justiça, Negócios Estrangeiros, Cultura e Cidades.




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Ao vivo!

Congresso do MEP é aberto a todos em: http://www.mep.pt/
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Tomada de Posse da Direcção

Presidente: Rui Manuel Pereira Marques, Lisboa
Vice-Presidentes:
Margarida Neto, Lisboa
Angelo Ferreira, Aveiro
Joaquim Pedro Cardoso da Costa, Lisboa

Secretária-Geral: Rui Nunes da Silva, Lisboa
Tesoureiro: Miguel Angelo Alves, Lisboa
Vogais:
Francisca Assis Teixeira, Lisboa
Luis Sousa, Porto
Maria Assis Swinerton, Lisboa
José Costa Ramos, Lisboa
Anabela Rodrigues, Lisboa
José Meireles,Braga
Raquel Pereira, Lisboa
Miguel Oliveira, Porto.

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Momentos históricos

Estão abertos os trabalhos do 1ª Congresso do MEP.
Para todos nós, envolvidos neste Movimento, é um momento histórico.
Acreditamos que também possa ser para o país!!!
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....cumprimento das formalidades


Com uma taxa de participação de 62% os membros do MEP cumpriram as formalidades, previstas por lei, com a eleição dos seus corpos dirigentes

PRESIDENTE DO MEP Rui Manuel Pereira Marques, Lisboa

MESA DO CONGRESSO PRESIDENTE Margarida Maria de Olazabal Cabral, Lisboa
VICE-PRESIDENTE Ana Rita Barreira Duarte Bessa, Lisboa
3 SECRETÁRIOS
Gina Maria Alves Meleiro, Braga,
Pedro Manuel Rodrigues da Silva Madeira e Góis,Cantanhede
Rui Manuel Cerdeira Branco, Lisboa

CONSELHO DE JURISDIÇÃO
PRESIDENTE
Sebastião Silveira Vianna de Sousa Pinto, Porto
VICE-PRESIDENTE
Joana Aires da Silva de Morais e Castro Martins dos Santos, Porto
VOGAL
Pedro Miguel Lima das Neves Pais de Almeida, Lisboa

CONSELHO NACIONAL
Ana Luísa da Silva Roberto Nunes da Silva, Lisboa
António Gil d'Orey de Andrade Campos, Aveiro
Bernardo Maria Morais David da Cunha Ferreira, Lisboa
Carlos Manuel Ribeiro Albuquerque, Lisboa
Celina Verónica Gonçalves Rodrigues, Aveiro
Fernando Emanuel de Pina Mendes, Lisboa
Hugo Luís Martinez de Seabra, Mafra
João Afonso Sequeira Pereira Bastos, Oeiras
Jorge Diamantino Gomes Sousa, Braga
Jorge Manuel Lima Pinto Mayer, Porto
José Eduardo Piedade de Oliveira, Lisboa
Leonor Amélia Guimarães Corrêa de Sá, Porto
Luís de Olazabal Cabral, Lisboa
Luís Miguel Castanheira Pinto, Lisboa
Luís Gonzaga Vieira da Gama Lobo Xavier, Lisboa
Maria Cecília de Carvalho Morgado Belo Dias Costa, Abrantes
Maria Inês Horta Correia Ramirez de Morais Sarmento, Mafra
Maria Isabel Gomes Cunha, Amadora
Maria Isabel Sanchez Horta Correia Rio Carvalho, Lisboa
Maria José Correia Botelho Soares de Oliveira de Lucena e Vale, Lisboa
Marta Maria Martins Soares Gonçalves Pereira, Lisboa
Michael Gonçalves, Arganil
Miguel Henrique Bandeira Vieira Martins dos Santos, Porto
Nelson Luís Pedroso Gomes, Leiria
Nuno Reis e Almeida Frazão, Lisboa
Nuno Lobo Antunes, Cascais
Rui Miguel Ivo Lopes, Porto
Sandra Maria Galvão Jorge Rodrigues Cabral, Lisboa
Sofia Pavia Mantero Morais Duarte Silva, Lisboa
Sónia Patrícia Diz Rodrigues, Braga
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Alea jacta est



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A decisão do Caminho



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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Leituras

Laço dá 500 mil euros para unidade especial de diagnóstico e tratamento do cancro da mama, no Sol
Novo partido MEP quer estar entre os três maiores partidos em cinco anos, no Sol
Novo partido MEP quer estar entre os três maiores partidos em cinco anos, no Expresso
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Leituras

Medidas contra a crise, Eduardo Dâmaso no Correio da Manhã
Casamentos homossexuais, Francisco José Viegas no Correio da Manhã
Processos demoram 3 anos até sentença, no DN
Segurança: Falta de confiança aumentou nos últimos seis meses em Portugal, no Público

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Política e ética

Uma excelente base para reflexão, de Marina Costa Lobo, no Jornal de Negócios: Política e ética.

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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Donos da democracia

Tive recentemente a oportunidade de ouvir uma daquelas pessoas ímpares, que são verdadeiras no que dizem e que agem de acordo. Além disso, somava ao saber de muito trabalho a sabedoria que só o tempo e uma vida preenchida proporcionam. A pessoa de que falo mostrava-se, naturalmente, muito preocupada com o rumo de Portugal, com as condições de vida dos portugueses, não apenas económicas, mas também noutros planos da nossa vivência.
Tendo vivido a transição da ditadura para a democracia com enorme expectativa quanto ao futuro, sentia-se muito desiludido com o desenrolar dos acontecimentos e atribuía grandes responsabilidades à nossa classe política.
No fundo, aquilo que sublinhava, com maior propriedade e conhecimento, não era mais do que aquilo que a maioria de nós, de alguma forma, sente. Mas há quem nos procure convencer permanentemente de que, nas eleições, temos a oportunidade de influenciar determinantemente o curso dos acontecimentos, escolhendo novos representantes, novos governantes, e que tudo melhorará. Nada disso tem acontecido.
A liberdade que a democracia trouxe resume-se hoje a uma pálida imagem daquilo que foi desejado e prometido, sendo muitas vezes apenas um pântano de formalidades. O desenvolvimento está muito aquém do imaginado, daquilo que era possível ter construído, e as condições económicas da grande maioria das pessoas estão a deteriorar-se gravemente.
Estamos muito melhor do que há trinta anos, é verdade, todos o reconhecemos. Porém, não podemos ficar por tão pobre ambição. Melhor é possível e urgente.
Para a pessoa de que vos falo, a situação política portuguesa havia-se degradado de tal forma que os partidos que temos procuravam o poder pelo poder, tendo perdido a noção de serviço, de missão. Tornaram-se agências de emprego, de distribuição de benesses, de compadrios.
Nessa voragem procuram os meios para se manterem ganhadores de eleições, servindo interesses pessoais e daqueles que lhes servem de suporte para voltar a ganhar – um ciclo vicioso. Essa tendência, essa cegueira gananciosa, fez crescer o Estado tentacular, omnipresente, reduzindo a liberdade e a responsabilidade dos cidadãos, ao mesmo tempo que, de forma inversamente proporcional, aumentou os gastos do orçamento, o esbanjamento da riqueza que produzimos, sem quaisquer vantagens para as pessoas.
A necessidade de novas formas de actuação política, de políticos que servem, em vez de se servirem, é uma urgência. Mas é também premente uma nova mensagem aos portugueses, a de que o país só melhorará se eles tomarem em mãos a responsabilidade individual de promover a mudança.
Precisamos, como de pão para a boca, de menos Estado, de mais liberdade, de mais responsabilidade individual e solidária. É a sustentabilidade do país que está em causa. Aqueles que se apoderaram da democracia, como se fosse sua, teimam em prosseguir um caminho esgotado, bom para eles, mau para a maioria. Embora todos falem em mudança, especialmente em tempo de eleições, não têm ideias e propostas novas, nem serão capazes de actuar com verdadeiro respeito pelos valores apregoados.
Há por aí muitos ditadores vestidos de democratas, que julgam poder actuar como proprietários da liberdade alheia e tudo fazem para a diminuir. Instalados, insaciáveis, têm medo que os descubram e se acabe o banquete.
Como dizia o sabedor homem, está na hora de os desinstalar do poder e devolver às pessoas a capacidade de conduzirem os seus destinos.

Publicado no Diário de Aveiro de 30 de Setembro de 2008

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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Sociedade-Dominó




(depois de alguns minutos de espera)

– O que era?
O jornal
– Qual deles?
O Público
– É só?
Sim! Quanto é?
– 90 cêntimos…
Hoje em dia é tudo tão caro…tiram-nos dinheiro por todo o lado!
– Não tem mais pequenino?
Não!
– Pois, devem achar que temos troco para tudo
Preciso das moedas para o parquímetro…

In dia-a-dia num qualquer estabelecimento comercial português


Há qualquer coisa que não bate certo na relação cliente – empregado, em Portugal. Não me refiro à essência da troca, nem aos mecanismos de mercado, mas às atitudes subjacentes que parecem contraditórias com aquilo que a ordem natural, o bom senso ou as regras de boa convivência comum ditariam. Comecemos pelo cliente. Por vezes excessivamente exigente com o serviço, demasiado mesquinho e incompreensível com determinados aspectos do trabalho prestado, é na maior parte das vezes aquele que faz revelar a verdadeira face do empregado, seja ela boa ou má. Procura na maior parte das vezes uma espécie de desconto, de abatimento ou de promoção especial que verdadeiramente não precisa mas que usualmente consegue. Gosta de meter conversa ou de abrir a boca para dizer apenas que sim ou que não. Normalmente não agradece no fim do serviço. Já o empregado, tendencialmente a parte mais interessada, é na maior parte das vezes aquele que parece menos desejar trabalhar, embora através do trabalho, que directa ou indirectamente garante o seu salário e a sua subsistência. No seu comportamento denota-se sempre uma preguiça inerente, um laxismo constante e um desdém pelo profissionalismo ao ponto de o cliente quase precisar de lhe “pedir desculpa pelo incómodo causado”. Na conversa, na troca de palavras, geralmente azedas ou telegráficas, há um misto de sensação de injustiça ou de iminência de “revolta de escravos sem escravos”.
Da descrição, poderíamos achar que Portugal sofre de uma lacuna de boa educação. Ou até que os portugueses têm mau humor. Ou que não tem capacidade produtiva. Também. Mas não só.
Às portas do século XXI, Portugal sofre hoje de um fenómeno característico de sociedades ocidentalizadas: a menor preponderância de grupos com uma autoridade moral e ética, outrora determinantes, como são a família, a escola, os políticos e os patrões demitem-se cada vez mais do seu papel, originando situações de dislexia social. Se a família deixa de ser o espaço, o laboratório por excelência de relações humanas, não será normal que haja um total desordenamento nos comportamentos sociais? Se na escola, se respira um espírito de concorrência desleal, de facilidade e de “copianço” não será normal que o mundo do trabalho seja o seu espelho? Se o patrão é prepotente, ultra-controlador e egoísta não será normal que o trabalhador seja preguiçoso, descomprometido e desinteressado? Se o trabalho bem feito não é premiado e a falta de zelo é a regra geral, não será normal que a produtividade estagne e os serviços sejam mal prestados? Vivemos numa sociedade perigosamente em efeito dominó. A qualidade das relações humanas e do trabalho não são apenas resultado de pequenos ajustes, programas espontâneos ou simples variações de humor. São resultado da influência estrutural e basilar das famílias, dos professores, dos patrões e dos governantes.
Numa sociedade, onde a ausência de autoridade e coerência destes grupos se vão acentuando, percebe-se melhor o porquê da deterioração de relações, como sejam as entre cliente e empregado. Tal como num dominó, uma sociedade assente em pedras voláteis e ocas, desmorona-se. Peça a peça.

Bernardo Cunha Ferreira

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