quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Torres da Europa

Tinha apenas 12 anos quando caiu o muro de Berlim, e na altura não compreendi bem o seu significado. Doze anos mais tarde aconteceu o 11 de Setembro. Dessa vez senti que era um momento que marcaria a história. Um daqueles momentos em que o mundo poderia mudar muito em pouco meses, como acontece em poucas alturas.
Desejei que o presidente americano com o apoio que tinha de todas as nações lançasse uma luta sem tréguas à raiz do problema: a pobreza e a desigualdade do mundo em que vivemos.
Em vez de uma resposta sólida, ponderada e madura, aproveitando uma oportunidade ímpar, a resposta foi infantil, precipitada e bélica. Um balanço, no dia de hoje, dirá que os EUA ajudaram o terrorismo à escala global.
Grandes momentos exigem grandes homens e, infelizmente para todos, os EUA não estiveram à altura.
Não gosto de viver a olhar para o passado, por isso olho para o 11 de Setembro de hoje. Hoje as torres estão cheias de pessoas que abandonam tudo para tentar transpor o estreito de Gibraltar. O mínimo que nos é pedido hoje é que ajudemos o desenvolvimento dos países que são nossos vizinhos, com parcerias, com investimento, com acordos comerciais, com intercâmbios, etc. Sabendo que só há futuro quando todos forem incluídos.
Hoje os europeus são grande parte da nobreza do mundo, num castelo amuralhado. Quem concorda com direitos diferentes para uma pessoa que nasça em Setúbal e outra que nasça em Lisboa? Ninguém.
Então porque achamos tão normal que existam deveres e direitos tão diferentes (e mesmo prisão e repressão) para uma pessoa que nasça em Algeciras e outra que nasça em Tânger?

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