quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ONGDs, crianças, famílias e futuro da Europa

Encontro-me a dar apoio jurídico na constituição de um associação que pretende vir a ser uma ONGD e que quer, entre outros objectivos, promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes no nosso País e em particular, nos países em vias de desenvolvimento.
Ontem e hoje assisti ás duas festas de Natal da escola que os meus três filhos frequentam.

As crianças, os pais, educadoras e professoras esmeram-se em cuidados para que tudo saia bem, e de facto, as festas destes anos foram as melhores de sempre: alegria, criatividade, e ritmo marcaram o desenrolar das apresentações das crianças. È vê-las atentas a reparar se os Pais vieram à Festa e estão a ver o que se passa: um mar de crianças vestidas de formas tão diversas como figurantes de um mundo globalizado que festeja o Pai Natal e o Menino-Jesus.


Dei por mim a pensar no futuro de todas estas crianças: num mundo como o nosso e em especial, no Ocidente, onde todos os dados disponíveis apontam para uma forte queda da fecundidade, com consequências sobre a sustentabilidade da economia europeia, com uma espécie de “Inverno demográfico” do “capital” humano, qual nuvem sombria a pesar sobre todos: o que será delas?
O que podermos fazer de melhor por elas e pela suas famílias ?
Neste cenário de hostilidade não deverão estas famílias ser as primeiras a ver reconhecidas o seu estatuto de verdadeiras ONGDs? Sim, as famílias como ONGds. Porque não?

Todavia, parece hoje em dia, ser necessário ao menos equacionar, se a consolidação na criança de uma personalidade capaz de socializar e de obter a serenidade dentro e fora do circulo familiar, protegendo-se-lhe bens e interesses como os afectos, a intimidade, a segurança e autonomia, da intromissão de terceiros, a começar pelo próprio Estado, não se faria de forma mais eficaz através do reconhecimento de um status jurídico unitário.

JMCM

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