quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O caminho

“Gatinho de Cheshire”, começou, bem timidamente, pois não tinha certeza se ele gostaria de ser chamado assim: entretando ele apenas sorriu um pouco mais. “Acho que ele gostou”, pensou Alice, e continuou. “O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice.
“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.

Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas



Em tempo de crise a vida não pára. E, muitas vezes, é nestes tempos que se constroem os tempos que vêm a seguir. Às vezes estamos tão centrados nos problemas que estamos a resolver que esquecemos que estamos também a moldar o futuro para depois da crise.

Um dos caminhos apontados para atenuar a crise económica que se avizinha é o investimento público. A dívida dos portugueses ao estrangeiro (pública e privada) é preocupante e recomenda moderação, mas ainda é razoável que o estado invista.

A questão central é saber que sociedade queremos ser daqui a alguns anos e em que mundo nos vamos situar. Este deverá ser o critério para os novos investimentos.

A sociedade do futuro próximo terá que resolver problemas básicos de subsistência (temos que assegurar estrategicamente a alimentação, a energia e o ambiente, tão autonomamente quanto possível, no quadro da União Europeia) mas a chave do desenvolvimento continuará a ser o conhecimento.

O que separa Portugal da Sociedade do Conhecimento é sobretudo a qualificação das pessoas.

Ora se é verdade que o sistema educativo tinha margem para ganhos de eficiência, nada justifica a verdadeira tragédia que se está a passar ao nível do ensino básico e secundário.

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