O Plano Tecnológico da Educação (PTE), definido no Diário da República, N.º 180, de 18 de Setembro de 2007, constitui um programa de modernização tecnológica da escola portuguesa que ambiciona prepará-la para a sociedade do conhecimento. A meta é prover as escolas com os equipamentos necessários para colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados em matéria de modernização tecnológica das escolas até 2010, desenvolvendo, também, iniciativas de certificação e de desenvolvimento das competências TIC de professores, alunos e funcionários.O PTE articula três eixos de actuação que cobrem os vários domínios da modernização do sistema educativo em Portugal: Tecnologia, Conteúdos e Formação. No último eixo, a formação de professores é um vector fundamental para a mobilização consciente e com intencionalidade pedagógica dos recursos TIC na escola, sem a qual a mera existência de equipamentos não assegura, de facto, a integração significativa das TIC no contexto educativo.O desenvolvimento das TIC pode, até, vir a ser um fardo na tradicional organização escolar, se não assumir que a real incorporação das TIC nos processos de ensino aprendizagem implica que se mudem significativamente esses processos, de forma a explorar os computadores como ferramentas da mente e a promover mais colaboração, interactividade e aprendizagem activa. É pedido aos professores que criem novos ambientes e actividades de aprendizagem, mobilizando as TIC para experiências inovadoras, que não sejam simples réplicas das tarefas escolares tradicionais.Paradoxalmente, esta é uma mudança que não se faz com máquinas mas com pessoas; assim, para além de pôr computadores nas escolas, é fundamental mobilizar todos os agentes educativos para esta evolução.
Sónia Santos Alves
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Humanizar o PTE
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Educação
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1 comentário:
Receio bem que este plano (PTE) seja completamente irrealista.
A ideia de introduzir computadores no ensino tem décadas em Portugal mas as coisas não funcionam de acordo com as intenções e os planos.
O que é fácil e normalmente é feito é a aquisição de equipamento. Tudo o resto fica por fazer por desadequação à realidade.
Quanto à tecnologia, o software em geral não existe ou não é adequado aos processos usados ou não é suficientemente flexível. Fazer bom software é caríssimo e duvido que haja verbas previstas para tal.
Quanto aos conteúdos aplica-se algo semelhante ao software: é algo complexo e muito caro. Justificar-se-ia talvez haver uma produção central de grande qualidade para o país inteiro. Não creio que haja dimensão do mercado em Portugal para haver concorrência. Os manuais escolares são um triste exemplo da dificuldade de produzir conteúdos para o mercado português.
Quanto à formação das pessoas, será viável se as ambições forem muito mais realistas e por isso mais modestas. Já seria óptimo se houvesse bom software de gestão nas escolas e se os professores usassem normalmente os computadores e a net para se prepararem e prepararem as suas aulas.
Estou de acordo quanto à necessidade de mobilizar todos os agentes educativos para a evolução no aproveitamento da tecnologia mas isso está obviamente fora de causa nos próximos tempos pois o clima entre este governo e os professores é de guerra total.
A verdadeira mudança terá em conta o ponto onde estamos e a experiência passada para avançar com passos pequenos mas seguros. Grandes passos sonhados esquecendo a realidade e a história não vão em geral dar a lado nenhum.
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