quarta-feira, 5 de março de 2008

Porque me juntei ao MEP

1. Por entender a política, como um dever de cidadão preocupado em cuidar da polis (remonto aqui ao pensamento clássico ateniense em que os cidadãos, no espaço público, constituiam instituições que tinham o dever de deliberar e executar directrizes para a cidade). Nesse sentido, cada um de nós tem o dever de, enquanto cidadão consciente, de se tornar político sob pena de não participar nos processos de tomada de decisões que nos dizem respeito. Relembro Platão: a penalização por não nos tornarmos politicos é termos os imbecis a governar-nos.


2. Vivo mal nesta cultura do pessimismo, a ideia de viver o dia-a-dia sem expectativas de futuro, sem os amanhãs que cantam e que nos fazem projectar sonhos. Chocam-me as desgraças que todos os dias nos entram pela casa dentro sem nos dar tempo para pensar que talvez naquele momento um bébé tenha respirado pela 1ª vez rasgando, assim, horizontes. Não estou alheio à realidade, claro. Mas não quero só ficar indignado pelo que de mau acontece numa atitude de passividade. Quero-me comover no sentido de ganhar e fazer ganhar consciência para os problemas e de encontrar soluções para a resolução dos mesmos. Quero que as tormentas se tornem em BOA ESPERANÇA! Os portugueses já acreditaram que era possível...

3. Pela ideia de empatia como resposta apropriada à situação de outra pessoa relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica e afectiva do outro. Comungo da afirmação do diálogo como metodologia e das pontes como objectivo; do respeito pelo Outro; da cultura de negociação para vitórias comuns. Porque uma verdadeira construção só pode nascer por aquilo que nos une e nunca pelo que nos separa. E experimento com as cerca de 50 pessoas, que estão a fundar este movimento, a liberdade de pensamentos, opiniões para juntos construirmos uma sociedade mais responsável, mais justa e mais digna! Por um Portugal ainda melhor.

Rui Ivo Lopes

1 comentário:

Unknown disse...

O que me leva a aderir ao MEP é uma vaga mistura de descontentamento, indignação, esperança, vontade de partir, vontade de construir, eu sei lá mais o quê…..

Trabalho para o Estado (recuso a designação de funcionário público de tal modo ela foi degradada) vai fazer agora 22 anos e há 22 anos que espero que este país se ponha de pé.

Conheci nestes 22 anos, gente excelente, em todos os campos, publico e privado.

Tenho uma imensa admiração pela minha esposa, pelos meus filhos, pelos meus pais, pelos meus sogros e por uma multidão de familiares, amigos e profissionais, de todas as idades, com quem tive o prazer de lidar ao longo de todos estes anos.

Ferve-me o sangue quando vejo quem os representa politicamente e dirige actualmente os seus destinos.

Ferve-me o sangue quando vejo as incompetência, as banalidades, as mediocridades, as bajulices, as incapacidades, as prepotências, as inconsistências, as vigarices.

Já chega.

É preciso intervir. Fazer melhor é possível. Fazer melhor tem que ser possível. Não faço tenções de emigrar.

Espero que muita gente acredite, como eu, que é possível intervir, criar alternativas, empedrar o charco.