terça-feira, 30 de junho de 2009

As limitações da caridade social

Ao contrário do que os tradicionais opositores do apoio social dirão, o principal risco moral nestas situações de apoio financeiro não é o de as pessoas viveram à custa dele, o principal risco moral é o de aliviarmos a nossa consciência com esmolas em vez de contratualizarmos com a pessoa algo mais do que a sua mão estendida.

Rui Cerdeira Branco no Eleições 2009 / Economia e Finanças.

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Repartir para crescer

Não é com 'shows' do Bono que vamos resolver o problema da fome ou da Sida em África. É com recursos reais. O grande mérito do Lula, personalizando esta situação, é que durante décadas os gurus foram dizendo que era preciso aumentar o bolo para o repartir, o Lula disse que repartir o bolo era aquilo que o fazia crescer. Se pusermos mais pessoas a consumir e mais pessoas a viver decentemente isso é que fará crescer o bolo. Essa é uma grande lição que Lula deixa para a humanidade. E só tem a quarta classe.

André Jordan, em entrevista ao JNegócios de 26Jun09


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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Afinal havia outros...

A contagem definitiva dos votos trouxe uma agradável surpresa ao MEP: um total de 55072 votos (mais 2244 votos do que os 52828 inicialmente contabilizados), correspondentes agora a 1,54% dos votantes (em vez dos 1,48% anteriores), deixando ainda mais claro que o MEP é a 6.ª força política em Portugal.

Via Eleições 2009



P.S. Aqui fica uma tabela com os dados (clicar na tabela para ver melhor):


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Fraco jornalismo?

«Partidos e candidatos em Portugal têm multiplicado o uso de sites, mas apenas, até à data, como plataformas declarativas e não interactivas.»

no DN

Quem acompanha o site e o blog do MEP sabe que isto não é verdade. O pior é esta desinformação permanente promovida por alguns órgãos de comunicação social. Os media são muito responsáveis pela qualidade da nossa democracia, pela qualidade da nossa sociedade. E nem sempre dão o contributo que se espera: apenas equidistância, isenção, rigor.

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domingo, 28 de junho de 2009

Portugal real

Portugueses são pobres, estão desmobilizados mas consideram-se felizes.

Cerca de um terço da população vive “um contexto de precariedade” e está preocupado “com a sua sobrevivência”, indicam os resultados. A impossibilidade de pagar uma semana de férias fora, manter a casa aquecida (32,6 por cento não o conseguem) ou não usufruir da baixa médica total por razões económicas ultrapassam em muito os 20 por cento de pobres. O índice resultante do inquérito diz que 35 por cento dos portugueses têm uma privação alta ou média. Mais de metade (57 por cento) tem um orçamento familiar abaixo dos 900 euros.

(...) os mais jovens começam a enfrentar situações de vulnerabilidade; e as qualificações superiores também já não garantem emprego seguro.


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Manifestos e grandes obras - descubra as diferenças

Estou a ler os dois manifestos de economistas (e não só) mas não consigo encontrar as diferenças que dão origem aos debates e notícias. Nem os 28 são contra o investimento público, nem os 52 defendem o TGV, o novo aeroporto de Lisboa ou a terceira auto-estrada Lisboa-Porto. Vou ler melhor.
Mas não seria preferível procurarmos os pontos de acordo ou de compatibilidade entre os dois manifestos?

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sábado, 27 de junho de 2009

Em contra-relógio

As eleições legislativas estão marcadas para 27 de Setembro.

Para o MEP trata-se agora de uma corrida contra-relógio: dar a conhecer as propostas políticas destes partido que ao mesmo tempo é novo e é já o maior partido a seguir ao cinco tradicionais.

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pontes para o futuro

A líder do maior partido da oposição referiu-se assim ao que se propõe fazer se for governo:

Vamos rasgar e romper com todas as soluções que têm estado a ser adoptadas em termos de política económica e social.


Independentemente do que se possa pensar da actual governação (e as razões para querer mudanças são muitas), esta posição é muito preocupante.

Um dos maiores problemas da governação em Portugal tem sido esta abordagem à rotatividade: romper sempre com o que estava a ser feito.

Em primeiro lugar nas políticas dos governos que temos tido tem sempre havido aspectos positivos. Muitas vezes estes aspectos são alterados apenas para marcar a diferença, a ruptura.

Em segundo lugar esta vontade de mudar a todo o custo dispensa os governantes de fazer uma avaliação ao trabalho dos que os antecederam, que se contagia depois ao seu próprio trabalho. Às vezes o que se segue a uma alteração não é a avaliação mas sim o planemaneto de uma nova alteração, seja a que pretexto for.

Finalmente estas mudanças cíclicas e totais geram uma instabilidade em toda a sociedade (indivíduos, empresas, instituições) que depois de trabalharem uns anos com uma orientação se vêem obrigadas a alterar tudo cada vez que há alterações governativas.

De tudo isto resulta naturalmente a desorientação estratégica que Portugal vive.

Por isso nas próximas eleições temos que ir além de uma (natural e justificada) vontade de mudar. Temos que procurar uma mudança sobretudo no modo de abordar a política e a sociedade. Num momento de crise, mais do que fazer alterações impensadas, é importante criar pontes entre os portugueses, entre os representantes políticos dos portugueses e entre as políticas do passado, do presente e do futuro.

O MEP, com a sua cultura de pontes, apresenta uma inovação que me parece decisiva para que Portugal se reconcilie, estabeleça objectivos comuns de longo prazo e seja solidário a ultrapassar a presente crise, de modo a sair dela como um país na linha da frente do desenvolvimento e da solidariedade.

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Crise ética na economia e na política

Este é o título de um seminário que vai decorrer em Lisboa no próximo dia 4 de Julho, sábado, e que contará com as presenças de Adriano Moreira e Guilherme d'Oliveira Martins, entre outros. A organização é da Comissão Nacional Justiça e Paz e mais detalhes podem ser encontrados aqui.

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Debates Quinzenais

Fui acompanhando ao longo do ano, e sempre que possível, os debates quinzenais que hoje se encerram. De um modo geral, é um modelo que faz todo o sentido e que concretiza um princípio que valorizo muito: a "prestação de contas".

É certo que muitas vezes se discute com argumentos demagógicos, muitas vezes pouco fundamentados. Eu gostaria de ver discussões mais construtivas, focadas na melhoria que se pode alcançar e menos orientadas para a "oposição" como valor em si próprio.
Eu até valorizo muito uma boa discussão, com argumentos sólidos e até sem linearidades. Acredito na riqueza da troca de ideias, mas não cultivo a discórdia persistente como valor ou graça.

Ocorreu-me um comentário que ouvi noutro dia, relativo à correlação entre a qualidade da discussão na AR e a presença dos media. De facto, e mais ainda em tempo eleitoral, a tentação de fazer da Assembleia mais um espaço de campanha do que um espaço de "gestão" do país é grande, particularmente quando a publicidade é gratuita e os meios de "broadcast" estão ali, mesmo à mão...

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sobre outdoors e afins

Não querendo advogar nenhuma superioridade moral, não posso deixar de notar a relevância da postura dos partidos em relação ao seu material de campanha, depois de realizadas as eleições, muitas vezes deixado a "apodrecer" nas ruas.
A forma como os partidos gastam dinheiro para "encher" os espaços com meios de campanha contrasta muito com a sua postura no dia seguinte às eleições. O país está cheio de cartazes de vários partidos, "grandes" e "pequenos", que se descolam dos painéis dos outdoors, em decadência visual, ou de plásticos pendurados nos postes de iluminação, que, esventrados, mostram habituais esquecimentos pós-eleitorais. Não devia ser assim.
Julgo mesmo que a lei manda retirar os materiais com prazo. Mas não devia ser necessário, bastando o bom senso e o respeito pelas pessoas, pelos eleitores, pelo ambiente, pela estética da paisagem, mesmo da paisagem política.
Também aqui se pode trilhar um novo caminho de relacionamento entre a política e os cidadãos, a quem frequentemente muito acusam de não participar, de não querer saber.
Vamos lá saber porquê...

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Leituras

«Uma Justiça sem defesa» no Expresso
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domingo, 21 de junho de 2009

Sobre outdoors

Hoje aproveitei o Sábado para estar com a família alargada, algo que já não acontecia há algum tempo. Entre almoços e boleias, atravessei boa parte da solarenga cidade de Lisboa, actividade que me leva hoje em dia a um hobby recente que adquiri - vá-se lá saber por quê - o de observar outdoors de partidos políticos.
Ora, esta actividade, com o seu quê de risível, revela em si outra oportunidade muito divertida: a da analogia entre o estado dos ditos e o dos partidos seus autores.

A primeira constatação é que apenas três partidos já renovaram os cartazes e todos eles o fizeram no dia a seguir às eleições. Congratulo-me por o MEP ser um desses partidos pois revela, apesar do esforço financeiro que implica, toda a frescura e energia de um movimento que não fica parado após uma conquista e que põe os olhos no objectivo seguinte que é, neste caso, também o mais importante. Revela ainda uma notável capacidade de antecipação de uma equipa que com os seus escassos recursos mas muita convicção, e apesar de empenhada e focada numa campanha eleitoral, vai sendo capaz de prever os passos seguintes não descurando nenhum pormenor do percurso que quer fazer.
Dentro deste grupo, dos que mudaram os seus cartazes, está ainda o Bloco de Esquerda que voltou aos rotundos chavões do seu sucesso e o PSD que exibe um cartaz planeado para uma derrota mas que não destoa de todo na vitória.


No outro grupo estão os partidos que ainda mantêm os cartazes e dentro destes aquele que mais me escandaliza. Passados 15 dias sobre as eleições europeias o partido que mais dinheiro gastou, numa euforia de imagem e espectáculo, exibe agora os rasgados e descoloridos despojos dos seus cartazes que revelam, como uma cebola, as várias camadas que se foram amontoando com as substituições feitas ao longo da campanha eleitoral. O fulgor mediático e a aparência de profissionalismo esvai-se quando termina a razão da sua urgência e fica a ideia de que isso possa ser tanto pior quanto o insucesso dos resultados obtidos.
É claro que existem mais partidos que mostram, através dos seus outdoors, esta sintomatologia (como o PP que já provou que em matéria de timings, neste segmento, nem uma boa votação é suficiente para os corrigir), mas o diagnóstico é mais preocupante quando se trata do partido que nos governa.



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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Faleceu Carlos Candal (1938-2009)


Faleceu Carlos Candal, advogado e político aveirense, que se definia como "Republicano convicto, socialista humanista e democrata sem transigências".
Estive com ele em pelo menos dois debates/palestras/tertúlias sobre temas diversos. Curiosamente, o primeiro foi sobre o parlamento europeu, era eu presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro. Nesses tempos, ainda era possível, com a devida licença dos presentes, fumar em lugares fechados, e Candal manteve o seu charuto aceso (imagem de marca), do qual era difícil separar-se. Creio que era ou tinha acabado de ser eurodeputado, mas ia dizendo qualquer coisa como "aqui o doutor é que sabe", "diga lá ó doutor", no seu tom irónico, algo jocoso, algo truculento, que escondia, aos espíritos menos atentos ou mais frágeis, sob a rude superfície das suas tiradas, uma leal afectividade.
Já mais recentemente fomos convidados para uma tertúlia sobre a academia e as actividades dos estudantes, sobre o associativismo estudantil. Voltou a ter o charuto na boca, mas apagado, apenas para saborear, porque os tempos já não davam para veleidades.
Muito além da sua militância político-partidária, Candal colocava Aveiro em primeiro, o que lhe vale a homenagem de todos os aveirenses, independentemente das simpatias partidárias.
Fica aqui esta memória. E uma mensagem de condolências à família e ao PS Aveiro.

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Urge aprofundar a Democracia

Conhecidos os resultados definitivos das recentes Eleições para o Parlamento Europeu e as consequentes análises dos intervenientes e comentadores mais conceituados, talvez seja oportuno repensar o "bloqueio mediático" sofrido por 8 candidaturas.

Não pretendemos avançar com um eventual discurso de vitimização, nem sequer com a estimativa do que poderia ser uma expressão eleitoral com significativas correções da distorção mediática, porque seriam sempre fruto de limitações ou expectativas pessoais. Basta realçar que à luz da lei, e da Comissão Nacional de Eleições, todas as candidaturas devem ser tratadas paritariamente.

Embora todos os partidos tenham tido os mesmos tempos de Antena e constado no Boletim de Voto (conforme o sorteio realizado); as 3 principais televisões generalistas (SIC; RTP1; TVI) noticiaram constantemente as iniciativas de campanha de 5 candidaturas (à razão de mais de um minuto) 3 vezes ou mais por dia, durante 16 dias. Em muitas edições desses espaços informativos nem sequer se abordaram,uma única iniciativa de campanha, entre todas as outras 8 candidaturas. E os raros destaques atribuídos ás iniciativas de um ou dois cabeças de lista entre esses 8 partidos, ficaram-se sempre por 30 seguntos.

Relativamente à cabeça de lista Laurinda Alves e à candidatura do MEP, destaque-se que durante os cerca de 16 dias de campanha terão sido globalmente objecto de 4 noticias televisivas, que no seu conjunto totalizaram pouco mais de 2 minutos. Acreditamos, pelo que vimos enquanto espectador especialmente atento, que 7 outras candidaturas também não tiveram maior exposição televisiva. Enquanto isso 5 candidaturas foram objecto de notícia diariamente, à razão de mais de 3 minutos por dia em cada canal, totalizando cerca de 10 minutos diarios. Se multiplicarmos 10 minutos por 16 dias podemos estimar que 5 candidaturas dispuseram de quase 3 horas de visibilidade jornalistica televisiva cada. E isto sem contar com os debates televisivos, que à excepção da Jornal da RTP2 e de uma edição do programa "Prós e Contras" da RTP1 também se restringiram a 5 participantes.

Perante este evidente "bloqueio televisivo" a oito propostas políticas entre 13 concorrentes, urge alertar para a necessidade de aprofundarmos a democracia portuguesa. Uma democracia consolidada não pode ter número clausus. E numa situação de crise acentuada e de alguma desistência cívica, mais importante se torna ouvir e analisar todas as ideias, possibilidades e contributos.

Felizmente o MEP conseguiu superar parcialmente esta penumbra... E logo na estreia eleitoral foi a sexta força política mais votada. O MEP continuará agora, com empenho e esforço ainda mais redobrado, a construir e a apresentar aos portugueses as suas propostas, porque "Melhor é Possível". O MEP está a crescer e estará cada vez mais presente em cada local de Portugal, sem descurar a forte presença na internet e redes sociais (que são um dos traços identitários do MEP).

É importante que todos estudiosos; responsáveis pelas televisões e cidadãos em geral percebam que o esforço que o MEP e outros partidos fazem por criarem alternativas políticas para Portugal contribui para o alargamento e enriquecimento da democracia portuguesa. Que é justo e democratico acabar com os "bloqueios televisivos" e aplicar a paridade entre candidaturas. Que o MEP não vai desistir de contribuir para "Construir Portugal" e aprofundar a democracia, independentemente dos obstáculos do caminho...
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Portal da Transparência.

Esta tarde recebi de um amigo o link de um portal chamado Portal da Transparência.

A verdade é que fiquei com a disposição bem "turva" depois de ver alguns dos ajustes directos do nosso estado.

Dêem um salto a http://transparencia-pt.org/ e vejam os "ajustes" que se estão a fazer. Não se esqueçam de passar pela página de Investigação.

Acho bastante positivo que iniciativas como esta surjam, já que trazem mais clareza à administração do nosso país. Para Melhor ser Possível é essencial que no estado Português exista uma verdadeira de responsabilização pelos gastos efectuados. (É conhecimento público de quem os efectua)

Jorge Santos
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domingo, 14 de junho de 2009

"Quem nos dera ter o ministro espanhol!"*

Hoje um ministro acusou uma confederação sectorial de estar a fazer "politiquice" ao criticar frontalmente as suas políticas para o sector. Fiquei a matutar sobre o que é suposto uma confederação sectorial fazer se a generalidade dos seus associados se sente visada negativamente pela política que o governo tem para consigo ao longo dos últimos 4 anos. Parece comum agora chamar-se "politiquice" a tudo o que é política, alargando o universo já de si extenso dos qualificativos pejorativos nesta actividade. Vindo de um ministro é apenas um pouco mais grave.
Fica uma proposta de slogan para um eventual cartaz do PS para as próximas legislativas: "Unimos os polícias, unimos os professores, unimos os agricultores. Obra feita."

Olhando para trás parece-me que a história do PS anda entre extremos, do dialogo levado ao exagero que bloqueava a acção, à imposição musculada por uma maioria absoluta que tentou reformar com mentalidade correccional. Algures pelo meio andará a virtude, mas de caminho a conjuntura mudou: temos, de facto, a união talvez não muito natural e talvez não muito recomendável de vários grupos profissionais e de vários sectores económicos com, para já, um único fito: afastar politicamente quem objectivamente lhes infernizou a vida. Em todo o caso, a tarefa para quem vier a seguir está longe de ter ficado simplificada.


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sábado, 13 de junho de 2009

Ecos de Campanha...

Estive activa nesta campanha eleitoral. Participei, distribuí informação sobre o MEP, falei com as pessoas. Nunca tinha feito nada assim até hoje, aos 35 anos, um emprego exigente e 3 filhos. Mas achei extremamente útil. Aprendi muito.

Sem a presunção de ter construído uma visão científica sólida, não tendo o rigor de estudo sociológico, uma amostra representativa, calibrada e extrapolável, fiquei com uma certeza, do contacto com as pessoas na rua, de várias idades, níveis sociais e em vários pontos do país: falta alma ao país. As pessoas não acreditam na sua nação, no seu presente, e parece-me que também no seu futuro.

É mais do que não acreditar na política, o que já de si é um problema porque a nossa vida enquanto povo, quer se “sinta” quer não, assenta numa construção política, com características específicas, que, pese os seus defeitos, permite, em teoria, que sejamos nós a re-definir o rumo que nos queremos dar. É um estar desligado do país, enquanto conjunto identitário, enquanto força comum. Não se pertence. Cada um olha por si, basicamente porque não confia “neles”, que são “quem acha que está a mandar”. Por esta altura do 10 de Junho, em que se exaltam sentimentos patrióticos, eu que chego deste “banho” de desinteresse, sinto a dissonância perturbadora.

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Já em “mini ferias”, mais distante, leio jornais e revistas, falo com amigos de outros partidos e é um sem fim de análises sobre os resultados eleitorais e o que se antevê para os próximos escrutínios, estratégias sobre o que devem ser os comportamentos dos líderes e quais linhas de comunicação para os próximos tempos. Tudo válido e importante, é certo.

Na mesa ao meu lado estão os meus filhos e sobrinhos a jogar jogos de estratégia: “se eu jogar esta peça, tu jogas aquela e eu perco…o melhor é antes jogar para este lado porque assim não ganhas tu…”. Soa-me muito familiar…é a jogada do “voto útil” (acho que vou patentear esta designação...).

Eu também adoro jogar jogos. Aliás, assim que acabar de escrever este texto, vou ter com os miúdos. Mas espero ter a lucidez de distinguir o que me move num jogo de tabuleiro, do que me move quando participo na vida do meu país. Acredito que, para poder acreditar em Portugal, temos que criar uma descontinuidade. Não perpetuar uma lógica mental e uma suposta alternância de poder que está presa a um mesmo jogo de tabuleiro.


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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Leituras

«O exemplo

DIA DE PORTUGAL... É dia de congratulação. Pode ser dia de lustro e lugares comuns. Mas também pode ser dia de simplicidade plebeia e de lucidez.
Várias vezes este dia mudou de nome. Já foi de Camões, por onde começou. Já foi de Portugal, da Raça ou das Comunidades. Agora, é de Portugal, de Camões e das Comunidades. Com ou sem tolerância, com ou sem intenção política específica, é sempre o mesmo que se festeja: os Portugueses. Onde quer que vivam.
Há mais de cem anos que se celebra Camões e Portugal. Com tonalidades diferentes, com ideias diversas de acordo com o espírito do tempo. O que se comemora é sempre o país e o seu povo. Por isso o Dia de Portugal é também sempre objecto de críticas. Iguais, no essencial, às expressas por Eça de Queirós, aquando do primeiro dia de Camões. Ele afirmava que os portugueses, mais do que colchas às varandas, precisavam de cultura.
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Estranho dia este! Já foi uma “manobra republicana”, como lhe chamou Jorge de Sena. Já foi “exaltação da raça”, como o designaram no passado. Já foi de Camões, utilizado para louvar imperialismos que não eram os dele. Já foi das Comunidades, para seduzir os nossos emigrantes, cujas remessas nos faziam falta. E apenas de Portugal.
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Os Estados gostam de comemorar e de se comemorar. Nem sempre sabem associar os povos a tal gesto. Por vezes, quando o fazem, é de modo desajeitado. “As festas decretadas, impostas por lei, nunca se tornam populares”, disse também Eça de Queirós. Tinha razão. Mas devo dizer que temos a felicidade única de aliar a festa nacional a Camões. Um poeta, em vez de uma data bélica. Um poeta que nos deu a voz. Que é a nossa voz. Ou, como disse Eduardo Lourenço, um povo que se julga Camões. Que é Camões. Verdade é que os povos também prezam a comemoração, se nela não virem armadilha ou manipulação.
Comemora-se para criar ou reforçar a unidade. Para afirmar a continuidade. Para reinterpretar o passado. Para utilizar a História a favor do presente. Para invocar um herói que nos dê coesão. Para renovar a legitimidade histórica. São, podem ser, objectivos decentes. Se soubermos resistir à tentação de nos apropriarmos do passado e dos heróis, a fim de desculpar as deficiências contemporâneas.
Não é possível passar este dia sem olharmos para nós. Mas podemos fazê-lo com consciência. E simplicidade.
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Garantimos com altivez que Camões é o grande escritor da língua portuguesa e um dos maiores poetas do mundo, mas talvez fosse preferível estudá-lo, dá-lo a conhecer e garantir a sua perenidade.
Afirmamos, com brio, que os portugueses navegadores descobriram os caminhos do mundo nos séculos XV e XVI e que os portugueses emigrantes os percorreram desde então. Mais vale afirmá-lo com o sentido do dever de contribuir para a solidez desta comunidade.
Dizemos, com orgulho, que o Português é uma das seis grandes línguas do mundo. Mas deveríamos talvez dizê-lo com a responsabilidade que tal facto nos confere.
Quando se escolhe um português que nos representa, que nos resume, escolhe-se um herói. Ele é Camões. Podemos festejá-lo com narcisismo. Mas também com a decência de quem nele procura o melhor.
Os nossos maiores heróis, com Camões à cabeça, ilustraram-se pela liberdade e pelo espírito insubmisso. Pela aventura e pelo esforço empreendedor. Pela sua humanidade e, algumas vezes, pela tolerância. Infelizmente, foram tantas vezes utilizados com o exacto sentido oposto: obedientes ou símbolos de uma superioridade obscena.
Ainda hoje soubemos prestar homenagem a Salgueiro Maia. Nele, festejámos a liberdade, mas também aquele homem. Que esta homenagem não se substitua, ritualmente, ao nosso dever de cuidar da democracia.
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As comemorações nacionais têm a frequente tentação de sublinhar ou inventar o excepcional. O carácter único de um povo. A sua glória. Mas todos sentimos, hoje, os limites dessa receita nacionalista. Na verdade, comemorar Portugal e festejar os Portugueses pode ser acto de lucidez e consciência. No nosso passado, personificado em Camões, o que mais impressiona é a desproporção entre o povo e os feitos, entre a dimensão e a obra. Assim como esta extraordinária capacidade de resistir, base da “persistência da nacionalidade”, como disse Orlando Ribeiro. Mas que isso não apague ou esbata o resto. Festejar Camões não é partilhar o sentido épico que ele soube dar à sua obra maior, mas é perceber o homem, a sua liberdade e a sua criatividade. Como também é perceber o que fizemos de bem e o que fizemos de mal. Descobrimos mundos, mas fizemos a guerra, por vezes injusta. Civilizámos, mas também colonizámos sem humanidade. Soubemos encontrar a liberdade, mas perdemos anos com guerras e ditaduras.
Fizemos a democracia, mas não somos capazes de organizar a justiça. Alargámos a educação, mas ainda não soubemos dar uma boa instrução. Fizemos bem e mal. Soubemos abandonar a mitologia absurda do país excepcional, único, a fim de nos transformarmos num país como os outros. Mas que é o nosso. Por isso, temos de nos ocupar dele. Para que não sejam outros a fazê-lo.
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Há mais de trinta anos, neste dia, Jorge de Sena deixou palavras que ecoam. Trouxe-nos um Camões humano, sabedor, contraditório, irreverente, subversivo mesmo.
Desde então, muito mudou. O regime democrático consolidou-se. Recheado de defeitos, é certo. Ainda a viver com muita crispação, com certeza. Mas com regras de vida em liberdade.
Evoluiu a situação das mulheres, a sua presença na sociedade. Invisíveis durante tanto tempo, submissas ainda há pouco, as mulheres já fizeram um país diferente.
Mudou até a constituição do povo. A sociedade plural em que vivemos hoje, com vários deuses e credos, com dois sexos iguais, com diversas línguas e muitos costumes, com os partidos e as associações que se queira, seria irreconhecível aos nossos próximos antepassados.
A sociedade e o país abriram-se ao mundo. No emprego, no comércio, no estudo, nas viagens, nas relações individuais e até no casamento, a sociedade aberta é uma novidade recente.
A pertença à União Europeia, timidamente desejada há três décadas, nem sequer por todos, é um facto consumado.
A estes trinta anos pertence também o Estado de protecção social, com especial relevo para o Serviço Nacional de Saúde, a segurança social universal e a escolarização da população jovem. É certamente uma das realizações maiores.
Estas transformações são motivo de regozijo. Mas este não deve iludir o que ainda precisa de mudança. O que não foi possível fazer progredir. E a mudança que correu mal.
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A Sociedade e o Estado são ainda excessivamente centralizados. As desigualdades sociais persistem para além do aceitável. A injustiça é perene. A falta de justiça também. O favor ainda vence vezes de mais o mérito. O endividamento de todos, país, Estado, empresas e famílias é excessivo e hipoteca a próxima geração. A nossa pertença à União Europeia não é claramente discutida e não provoca um pensamento sério sobre o nosso futuro como nacionalidade independente.
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Há poucos dias, a eleição europeia confirmou situações e diagnósticos conhecidos. A elevadíssima abstenção mostrou uma vez mais a permanente crise de legitimidade e de representatividade das instituições europeias. A cidadania europeia é uma noção vaga e incerta. É um conceito inventado por políticos e juristas, não é uma realidade vivida e percebida pelos povos. É um pretexto de Estado, não um sentimento dos povos. A pertença à Europa é, para os cidadãos, uma metafísica sem tradição cultural, espiritual ou política. Os Estados e os povos europeus deveriam pensar de novo, uma, duas, três vezes, antes de prosseguir caminhos sem saída ou falsos percursos que terminam mal. E nós fazemos parte desse número de Estados e povos que têm a obrigação de pensar melhor o seu futuro, o futuro dos Portugueses que vêm a seguir.
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É a pensar nessas gerações que devemos aproveitar uma comemoração e um herói para melhor ligar o passado com o futuro.
Não usemos os nossos heróis para nos desculpar. Usemo-los como exemplos. Porque o exemplo tem efeitos mais duráveis do que qualquer ensino voluntarista.
Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais.
Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses necessitam de exemplo, bem mais do que de sermões.
Pela eficácia, pela pontualidade, pelo atendimento público e pela civilidade dos costumes, os portugueses serão mais sensíveis ao exemplo do que à ameaça ou ao desprezo.
Pela liberdade e pelo respeito devido aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes.
Contra a decadência moral e cívica, os portugueses terão mais a ganhar com o exemplo do que com discursos pomposos.
Pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo, os portugueses seguirão o exemplo com mais elevado sentido de justiça.
Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo “ethos” deveria ser o de servir.
Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena, para usar uma frase feita, dar “sinais de esperança” ou “mensagens de confiança”. Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica. Dê-se o exemplo de um poder firme, mas flexível, e a democracia melhorará. Dê-se o exemplo de honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá. Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos.
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Políticos, empresários, sindicalistas e funcionários: tenham consciência de que, em tempos de excesso de informação e de propaganda, as vossas palavras são cada vez mais vazias e inúteis e de que o vosso exemplo é cada vez mais decisivo. Se tiverem consideração por quem trabalha, poderão melhor atravessar as crises. Se forem verdadeiros, serão respeitados, mesmo em tempos difíceis.
Em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas para o esforço de recuperação do país.

(Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, Santarém, 10 de Junho de 2009)»
António Barreto no Jacarandá

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O PRIMEIRO PASSO DE UM LONGO CAMINHO!

Nas primeiras eleições em que marca presença, o MEP alcançou um resultado muito bom ao assumir-se como 6º partido e ao recolher 53.000 votos. Recordamos que o Bloco de Esquerda, uma história de sucesso eleitoral nos últimos dez anos, teve na sua primeira eleição europeia, em 1999, o resultado de 1,7% (60.000 votos). Hoje, o MEP obtém 1,5% e começa aqui o seu caminho de crescimento eleitoral.

O resultado alcançado pelo MEP decorre, desde logo, do mérito, competência e dedicação da Lista que se apresentou a eleições, da qual naturalmente se destaca Laurinda Alves. A nossa candidata deu um enorme lição de generosidade, espírito de serviço e sentido da verdadeira política.

A sua eleição ficou perto e, por agora, Portugal perde a possibilidade de contar com a sua voz no Parlamento Europeu. Mas a política portuguesa ganhou uma nova protagonista de quem se esperará novos contributos.

A campanha que o MEP desenvolveu só foi possível, graças a uma equipa extraordinária que desenhou e executou esta campanha. Com recursos escassos, deram tudo por tudo e marcaram a diferença. Guiados por uma convicção profunda de que estão a servir o bem comum, deram o melhor de si! Obrigado a todos!

Este resultado eleitoral do MEP é encarado por nós com humildade e como um grande sentido de responsabilidade. Os 53.000 portugueses que confiaram em nós, exigem que continuemos o nosso trabalho em prol do bem comum, com toda a competência e entrega, com toda a alegria e esforço.

Esta foi a primeira etapa de um longo caminho. Já em Setembro, teremos uma outra etapa: as Legislativas. A essas eleições apresentar-nos-emos com a mesma determinação, alegria e esperança com que estivemos nas Europeias.

No nosso horizonte, uma razão de ser: avançamos “PARA CONSTRUIR PORTUGAL.”. Para ser parte da solução e para continuar esta construção inacabada de oito séculos que não dispensa o contributo de ninguém.

Faremos este caminho propondo uma política com alma.
Lutaremos por uma política que constrói ao invés de uma política que corrói.
Construiremos uma política de soluções em vez de uma política de problemas.

Contamos consigo para esta próxima etapa.
Amanhã recomeçaremos o trabalho.

Rui Marques
Presidente do MEP

in www.mep.pt

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mensagem do Presidente dos E.U.A. no dia de Portugal


THE WHITE HOUSE

Office of the Press Secretary
________________________________________________________
For Immediate Release June 10, 2009


Statement of President Barack Obama
on Day of Portugal, Camões, and the Portuguese Communities


The United States and Portugal have a strong and long standing friendship. Today, on the "Day of Portugal, Camões, and the Portuguese Communities,"people of Portuguese descent around the world mark the date of the passing of Portugal’s greatest poet, Luís Vaz de Camões. It is fitting that Camões, who lived from 1524 to 1580, is best known for his epic poem, Os Lusíadas -- a tribute to the golden age of Portuguese exploration and discovery. This Nation has greatly benefited from the contributions of countless Portuguese-Americans. On this Day of Portugal, I proudly send my best wishes to all who celebrate Portuguese culture and heritage on this occasion.
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Quem quer mudar?

"Os portugueses têm um prazer enorme em alardear a vontade de mudança desde que esta nunca se concretize."
A ler, Carlos Abreu Amorim, no Correio da Manhã

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terça-feira, 9 de junho de 2009

Lei do financiamento dos partidos

Apelo a todos que leiam o comunicado do MEP sobre a lei de financiamento dos partidos em http://www.mep.pt/images/stories/comunicados/mep%20felicita%20a%20decis%E3o%20de%20veto%20do%20pr.pdf
Mais uma vez o MEP demonstra que MELHOR É POSSÍVEL e que, por vezes, até nem é assim tão difícil.
Parabéns MEP! Força MEP!
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um deputado (virtual)

Os resultados das eleições europeias permitiram ter uma ideia da implantação do MEP no país. Uma questão interessante é a seguinte: se os votos obtidos o tivessem sido numas eleições legislativas, será que o MEP estaria representado no Parlamento?

Pedro Magalhães, no Margens de Erro, fez as contas e a conclusão é que o MEP obteria um deputado em Lisboa.

Trata-se de um deputado "virtual", mas significa que se o MEP mantiver esta dinâmica é muito provável que venha a eleger no mínimo um deputado nas próximas eleições legislativas.

(Este post baseia-se na sugestão do leitor JSerra nos comentários ao post anterior.)

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Um estádio da Luz cheio de gente

"Começamos com este resultado, que sendo excelente não permitiu alcançar o objectivo de eleger um deputado", disse Rui Marques aos cerca de 80 apoiantes que hoje à noite se encontravam na sede do MEP a acompanhar os resultados das eleições. O mesmo responsável congratulou-se por o MEP se ter consolidado como sexta força a nível nacional e ter conquistado 50 mil votos, sublinhando que "há um ano" o movimento contava apenas com 10 mil apoiantes.

"É um estádio da Luz cheio de gente. Existe uma quantidade de pessoas que apostaram em nós e colocaram no MEP uma grande responsabilidade", disse, adiantando que o movimento "vai saber estar à altura dessa responsabilidade". Rui Marques comparou os resultados do MEP ao dos Bloco de Esquerda, quando se candidatou pela primeira vez às europeias há 10 anos, e obtiveram a mesma votação. "Daqui a 10 anos será escrita uma história pela positiva de gente que quer dar um contributo para ajudar a construir um futuro para o país", realçou.

O presidente do MEP adiantou que o próximo desafio são as eleições legislativas de Outubro. "Amanhã vamos recomeçar o caminho. É urgente construir Portugal que é uma obra inacabada. O MEP veio para a política portuguesa para ficar", frisou.

Por sua vez, a cabeça-de-lista do partido, Laurinda Alves, sublinhou que o MEP "já não é uma minoria", pois "50 mil votos são muitos votos para quem começou agora". Laurinda Alves afirmou ainda que a primeira meta foi atingida ao se conseguir "pôr o MEP no mapa".

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A abstenção e a falta de informação...

Esta noite não pude viver a satisfação de ver a Laurinda Alves eleita para o Parlamento Europeu. Fica esse travo amargo num resultado francamente positivo para o MEP que os portugueses elegeram como o primeiro dos «pequeninos». A todos os mais de 50 mil eleitores que confiaram no MEP o meu profundo agradecimento pessoal e o meu agradecimento em nome de Portugal pois acredito que o futuro do nosso país será tanto melhor quanto mais força de expressão tiver este nosso Movimento.
Lamento muito os elevados valores de abstenção. Compreendo a tentação de a usar como forma de protesto e respeito quem o tenha feito mas não posso concordar. O verdadeiro protesto - para quem não se reveja em nenhum dos projectos políticos que lhe tenham dado oportunidade de conhecer - é o de ir às urnas e votar em branco ou mesmo nulo! Dessa forma não poderão diluir o seu protesto genuíno nas desculpas de sempre para a abstenção (desinteresse, preguiça, férias, chuva, sol, etc.). Seria interessante as televisões darem-nos a saber qual a verdadeira dimensão desses votos de protesto daquelas portuguesas e daqueles portugueses que se «deram ao trabalho» de ir exercer o seu direito/dever de votar mas que «castigaram» toda a classe política. Penso que representam uma percentagem significativa mesmo assim. Mas falta-me informação...
Aliás esse é outro facto que lamento mais uma vez neste acto eleitoral: a falta de informação! Não se pode verdadeiramente criar condições de genuína democracia se, mesmo em tempo de campanha eleitoral, os meios de comunicação social quase que desprezam os partidos de menor expressão que são aqueles que mais deles necessitam para transmitir e dar a a conhecer os seus projectos pois não têm meios financeiros para competir com as campanhas parcialmente subsidiadas por dinheiros públicos dos partidos que, pela televisão, nos entram casa adentro todos os dias. E cuidado com a possível justificação de menor interesse público. Basta ver o tempo de antena dado aos principais candidatos à câmara de Lisboa nas últimas eleições para o efeito. Será que o Dr. António Costa teve muito mais votos para Lisboa que o MEP teve no país?
E quantos daqueles cidadãos que, legitimamente, não votaram em nenhum partido, o teriam feito nos tais «pequeninos» se lhes fosse dada a oportunidade de os conhecer melhor?
De qualquer modo, congratulo-me com o civismo desta jornada eleitoral, pelos resultados obtidos pelo MEP e, sobretudo, pela excelente campanha cheia de Esperança que este novo Movimento fez pelas terras de Portugal. Viva o MEP!
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domingo, 7 de junho de 2009

O 6.º partido mais votado

Às 23:30, hora deste post, o MEP conta com 52 924 votos, a que corresponde uma percentagem de 1,49% dos votos.

Mais de 50 000 pessoas confiaram no MEP!

Há muito trabalho pela frente, mas a vontade de uma política melhor para Portugal afirmou-se e está para ficar.

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Resumo da campanha pela positiva e da esperança do MEP por uma Europa de rosto humano

Este domingo, dia 7 de Junho, os Portugueses a viver no Continente e nas ilhas vão eleger os seus Eurodeputados. Já os Portugueses a viver no estrangeiro (99.496 na Europa e 107.509 fora da Europa) já começaram hoje a votar.
Faço um apelo a todos os eleitores para ir votar. Sendo Português luso-descendente e um emigrante, faço um apelo especial aos nossos emigrantes.
O futuro de Portugal e da Europa estão também nas suas mãos.

Eu deixo aqui o resumo da campanha pela positiva e da esperança do MEP por uma Europa de rosto humano para que as pesoas possam conhecer o partido e as suas ideias.

Apresentação da lista do MEP às Europeias 2009 (8 Dezembro 2008):
http://www.youtube.com/watch?v=celOVNlTOj8
http://www.youtube.com/watch?v=1QvRuIapBSc

Programa MEP Europeias 2009
Revista MEP

Presentação dos membros da lista do MEP:
Laurinda Alves, Rui Cerdeira Branco, Pedro Pais de Almeida, Joana Morais e Castro, Nuno Frazão, Anabela Rodrigues, Ana Rita Bessa, Luis Sousa, Pedro Góis, Gina Meleiro, Celina Rodrigues, Jorge Sousa, Sónia Diz Rodrigues, Sebastião Sousa Pinto, Luis Lobo Xavier, Inês Menezes, Rui Ivo Lopes, Bruno Jesus, Paula Vaz, João Pereira Bastos, Miguel Alves, Suzanne Rodrigues

Debate das Europeias nos Prós e Contras (RTP1)
Solideriedade e interdependência entre os estados membros
Tratado de Lisboa
Crise e do desemprego
Papel dos eurodeputados
Declaração final de Laurinda Alves

Laurinda Alves e Rui Marques no programa "Tardes de Júlia" (TVI):
Parte 1, Parte 2, Parte 3

Tempo de antena:
1ª série, 2ª série, 3ª série, 4ª série, 5ª série

Vozes de apoio:
Catalina Pestana
Roberto Carneiro
Luís Montez
Salvador Mendes de Almeida
Tiago Neto
Tiago Forjaz
Daniel Serrão
Margarida Lancastre
Pedro Sottomayor
Michel Renaud
Jorge Gabriel

12 Estrelas para a Europa
Ao longo desta campanha eleitoral, o MEP entregará 12 Troféus de Reconhecimento a 12 instituições Portuguesas com o objectivo de dar visibilidade a projectos de sucesso que concretizam as ideias de proximidade e de referência à escala europeia nas áreas centrais do programa do MEP para estas eleições.
Construiremos assim uma bandeira da União Europeia com 12 estrelas de Portugal e do MEP para a Europa!

22 Maio 2009: Combate à pobreza e inclusão social - Resposta da sociedade civil
CNIS (Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade)
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=736

25 Maio 2009: Resposta económica à crise - Inovação
F3M – Soluções de Sistemas de Informação
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=737

27 Maio 2009: Cidadania europeia
Associação Sócrates Erasmus
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=738

28 Maio 2009: Resposta económica à crise - Agricultura
CALCOB (Cooperativa Agrícola dos Lavradores de Oliveira do Bairro) http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=739

29 Maio 2009: Envelhecimento activo
RUTIS (Rede das Universidades de Terceira Idade e Sénior)
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=740

30 Maio 2009: Ambição da sustentabilidade ambiental
Junta de Freguesia da Ericeira
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=741

31 Maio 2009: Europa acolhedora e intercultural
Associação Olho Vivo
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=742

01 Junho 2009: Combate à pobreza e inclusão social - Séniores
Aldeia de S. José de Alcalar
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=743

02 Junho 2009: Resposta económica à crise - Pescas
ArtesanalPescas
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=744

03 Junho 2009: Cooperação para o desenvolvimento
OIKOS
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=745

04 Junho 2009: Combate à pobreza e inclusão social - Pessoas com deficiência
Cercipeniche
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=829&Itemid=1

04 Junho 2009: Educação e cultura
SAMP
http://www.mep.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=827&Itemid=1

Campanha em Movimento do 21 de Maio 2009 até ao 5 de Junho 2009
Transparência em Movimento: os custos da campanha

Arranque da campanha - 21 de Maio 2009:
Conferência de imprensa em frente ao Mosteiro dos Jerónimos
Saída da Praça de Espanha para Vila Nova de Gaia
Dormida em Vila Nova de Gaia

1º dia - 22 de Maio 2009:
Matosinhos - Porto - Vila Nova de Gaia - Porto
Jantar comício no Porto – Fundação Cupertino de Miranda – Av. Boavista
Dormida no Porto

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques
Imposto Europeu e racionalização do Orçamento Comunitário

2º dia - 23 de Maio 2009:
Matosinhos - Vila Nova de Gaia - Matosinhos
Jantar comício em Braga
Dormida em Braga

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques

3º dia - 24 de Maio 2009:
Ponte de Lima - Viana do Castelo - Esposende - Barcelos
Dormida em Braga

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques

4º dia - 25 de Maio 2009:
Braga - Vila Nova de Famalicão – Guimarães - Fafe
Dormida em Vila Real

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques
Campanha do MEP no Telejornal, 25 de Maio de 2009
Caravana MEP no Minho

5º dia - 26 de Maio 2009:
Vila Real - Lamego - Viseu - Guarda
Dormida em Cantanhede

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques
A SIC com o MEP, na Guarda
MEP em campanha, dia 26 de Maio

6º dia - 27 de Maio 2009:
Cantanhede - Coimbra - Pombal - Figueira da Foz
Dormida em Aveiro

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques
Jornal de campanha - Antena1

7º dia - 28 de Maio 2009:
Aveiro - Oliveira do Bairro - Águeda - Ílhavo - Aveiro
Dormida em Aveiro

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques
"A campanha melhor organizada de todos os partidos"

8º dia - 29 de Maio 2009:
Ovar - Sta. Maria da Feira - São João da Madeira - Oliveira de Azeméis - Espinho
Jantar Comício em Aveiro - Hotel Imperial,
Dormida em Lisboa

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques

9º dia - 30 de Maio 2009:
Mafra - Ericeira - Algueirão-Mem Martins
Jantar comício em Lisboa – Espaço Ribeira (Mercado da Ribeira ao Cais do Sodré)
Dormida em Lisboa

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques

10º dia - 31 de Maio 2009:
Lisboa (CCBelém - Corrida da Mulher) - Cascais - Jamor (Ribeira do Jamor)
Dormida em Portimão

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques
MEP na corrida da mulher - Antena 1

11º dia - 1 de Junho 2009:
Portimão - Faro - Évora

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques

12º dia - 2 de Junho 2009:
Setúbal - Lisboa (Campo Pequeno e Estação Sul/Sueste)
Dormida em Lisboa

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques

13º dia - 3 de Junho 2009:
Lisboa (Campo Grande - Praça dos Restauradores - Cidade Universitária - Praça de Londres - Parque das Nações - Gare do Oriente
Dormida em Lisboa

Caravana MEP em Lisboa
MEP subscreve Manifesto sobre Voluntariado

14º dia - 4 de Junho 2009:
Santarém - Peniche - Caldas da Rainha - Alcobaça - Leiria

A eleição de Laurinda Alves está próxima

15º dia - 5 de Junho 2009:
Lisboa (Cais do Sodré - Cidade Universitária - Marquês de Pombal- Sete Rios

Balanço do dia da Laurinda Alves e do Rui Marques

Foram 200.000 mil revistas distribuídas, 12 Estrelas MEP oferecidas, 60 locais visitados e 3.500km percorridos.

Fizemos (bem) a nossa parte. Falta a sua.

Vote MEP para o bem de Portugal e da Europa!!!!
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Voto útil

1. A Laurinda Alves ainda pode ser eleita com estas sondagens?

Sim!

Até há muito pouco tempo o MEP era quase desconhecido. Durante a campanha houve estimativas de cerca de 1% dos votos. Há poucos dias uma sondagem já deu 2% ao MEP. A dinâmica tem continuado e para eleger a Laurinda são precisos apenas cerca de 4%.

As sondagens e os elogios à campanha do MEP têm levado ainda mais pessoas a querer votar no MEP. Os acessos ao site e ao blog aumentaram muito nos últimos dias.

É provável que haja muitos mais portugueses a votar MEP do que as sondagens mediram ainda há poucos dias.

2. Identifico-me com o MEP e com a Laurinda Alves, mas o meu voto não será mais útil noutro partido, com mais hipóteses de eleger um deputado europeu?

Vote MEP!

Por um lado é bem possível que seja eleita. Por outro lado, cada voto no MEP, mesmo que não eleja a Laurinda Alves, dá mais força à Política da Esperança e à defesa de uma Mesa com Lugar para Todos.

Cada voto no MEP mostra que o MEP é uma alternativa real e credível para mudar a política em Portugal e na Europa.

O seu voto é muito mais importante e útil a apoiar o MEP na política da Árdua Esperança, agora tão necessária, do que a decidir disputas entre outros partidos.

Vote pela positiva!

Vote pela Esperança!

Apoie a Laurinda Alves!

Vote MEP!


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Dia 7

A nossa sociedade vive momentos difíceis. Nem todos os problemas, como sabemos, se devem à classe política. Somos todos responsáveis pelo estado das coisas.

O tempo exige-nos um olhar atento sobre o mundo, mas também um olhar para dentro, para o fundo de nós mesmos. E aí, no silêncio e no escuro desse canto sossegado do pensamento, devemos questionar-nos sobre o mundo que queremos e qual o nosso papel nele.

Vivemos com muito ruído à nossa volta, o que nos impede de escutar os sussurros de bom senso que a vida nos faz. Somos interpelados a agir em nosso nome individual e em nome dos outros, mas olhamos para o lado, para baixo, para qualquer lado que não nos obrigue a agir, a sair da monotonia daquilo que consideramos comodamente ser a nossa cápsula protectora – quanto engano! Não temos tempo para nada a não ser para tudo o que sempre fazemos. Permanecemos agarrados ao chão de um sentimento de insignificância, de incapacidade, restando-nos, tantas vezes, apenas a crítica feroz, de quem atira, perdido, pedras ao espelho.

Vivemos hoje rodeados de tanta gente, de tantos gritos, e às vezes tão sós. Perdemo-nos, em grande medida, do tempo, que escorre por entre os nossos dedos trémulos, debaixo dos nossos olhos cansados. Não temos tempo para ler, para pensar, para ouvir, para conversar, para usufruir da companhia dos outros, para dar atenção aos outros, aos idosos, às crianças. Para, em silêncio, estar com a vida.

Há um caminho cheio de pedras para retirar, usando-as para construir a calçada e as pontes necessárias. Outras para descansar. E há pântanos a evitar, escolhas a fazer. Esse é um caminho que todos devemos construir com empenho, sensibilidade, exigência, dando a mão aos que vêm mais cansados, aos que não podem caminhar.

Se nem tudo se decide na política, e todos temos um papel decisivo em sociedade, é também verdade que a política é um dos espaços nobres de construção de uma vida melhor, com liberdade, responsabilidade e solidariedade. Os últimos tempos não têm sido nada felizes e todos estão descontentes. Mas será isso motivo para que atitude?

No próximo dia 7 de Junho realizar-se-ão as eleições para o parlamento europeu, um acto de grande importância para os nossos destinos. A campanha decorre e a gritaria é imensa. Os cinco maiores partidos fazem tanto ruído, ampliado pela comunicação social, que nada se vislumbra de novo, nada se consegue perceber. O debate de ideias é uma guerra de surdos-mudos no vazio infértil do éter. As televisões, as rádios e os jornais nacionais não ligam nenhuma aos novos partidos, como se a democracia tivesse numerus clausus. Como se não houvesse lugar para mais ninguém na construção do nosso futuro. Estarão contentes com os caminhos seguidos?

E você? Basta-lhe a escolha entre os cinco do costume? Não sei se sabe, mas, no dia 7, quando se dirigir à sua urna de voto, vai deparar-se com uma lista de 13 partidos, dos quais 2 (Movimento Esperança Portugal e Movimento Mérito e Sociedade) são recentes. Conhece as suas propostas?

A importância do acto eleitoral, pelo que o parlamento europeu representa de determinante nas nossas vidas, não pode ser desvalorizada, nem ficar refém das escolhas das directorias dos órgãos de comunicação social. A nossa democracia não pode permanecer encarcerada nas grilhetas daqueles que se julgam seus donos.

Informe-se e escolha. Ou vai deixar que outros decidam por si?

Publicado no jornal Diário de Aveiro de 4 de Junho com a seguinte nota sobre conflito de interesses: Sou membro do MEP.


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Dia 7, vote MEP!

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

MEP destaca-se nas sondagens!

Europeias. CESOP, 30 Maio-2 Junho, N=3375, simulação voto urna. No Margens de Erro

PS: 34%
PSD: 32%
CDU: 11%
BE: 9%
CDS-PP: 4%
MEP: 2%
PCTP-MRPP: 1%
Outros: 3%
Brancos e nulos: 4%


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Quanto vale o seu voto?


Esta semana, em contactos de rua, uma senhora de oitenta e tal anos disse-me que o dia de que mais gostava era o das eleições.

Primeiro porque quando era mais nova não entendia por que razão as mulheres não podiam votar. E, depois, dizia ela, porque o dia das eleições era o único em que o seu voto valia tanto como o do presidente, do primeiro-ministro ou de outra pessoa qualquer.

As pessoas abstêm-se muito nas eleições, mas mais ainda nas europeias. Isso pode ser um sinal de que tudo corre bem na vida do país, de tal forma que as leve a considerar que a política tem pouco peso nas suas vidas. Será?

Poderá também ser por considerarem que nada de muito decisivo está em causa. Ou, estando, que os partidos não terão posições assim tão diferentes que valha a pena escolher – tanto faz. Será?

Poderão ainda pensar que não é o seu voto que vai decidir a eleição. Nada mais errado, claro. Todos os votos contam, menos aqueles de quem não votou.

Existirão pessoas que, no entanto, não votem, apenas por comodismo? Custa a acreditar. E outras por andarem completamente a leste? Custa a acreditar ainda mais.

Será que algumas pessoas não votam por não terem cultura/formação que lhes permita distinguir os partidos com um sentido crítico mínimo? Será por falta de informação sobre as diferentes propostas?

Estarão as pessoas cansadas da política porque ela se tem transformado numa gritaria ruidosa, cheia de palavrões impróprios e ofensas gratuitas, afastada da realidade concreta, sem sensibilidade, sem grandes resultados, confusa, sem se perceber grandes diferenças entre os partidos de poder, para se poder escolher?

Independentemente das razões que possamos procurar para justificar o elevado nível de abstenção - e quero dizer que considero a abstenção legítima, sendo totalmente contra o voto obrigatório -, julgo, no entanto, que se deve votar. É que estou convencido que se decide muita coisa importante no parlamento europeu para deixarmos os nossos créditos em mãos alheias. O nosso voto informado pode fazer a diferença! A abstenção é mal lida pelos políticos, uma espécie de “quem cala consente”.

A Europa sofre de défice democrático, de falta de liberdade dos cidadãos, e assenta numa cidadania construída com base em direitos, sem deveres. O que precisa na sua construção é de maior participação das pessoas nas decisões, nos destinos das suas vidas (e não apenas nos momentos eleitorais). Precisa de maior liberdade e de mais responsabilidade. Precisa de ética. Do regresso aos valores, sem pudores. Só assim o projecto europeu fará sentido.

Nestas eleições há dois partidos novos: o Movimento Esperança Portugal e o Movimento Mérito e Sociedade. Apesar da cortina mediática que nos impede de escutar as diferenças entre os vários partidos a concurso, ou sequer saber da sua existência, devemos procurar a informação e decidir em consciência.

Afinal, quanto vale o seu voto?

Publicado no Região de Águeda de 4 de Junho de 2009


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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Bandeira: o MEP e a Laurinda despertam paixões...

por Gonçalo Rebelo Pinto

Hoje foi dia de caravana da campanha MEP pelas ruas de Lisboa.
Uma experiência nova para muitos de nós.
Foi bonito ver uma onda verde e branca a descer a Av. da Liberdade.
Algumas pessoas de olhar vago e indiferente, outras reagindo de forma simpática à nossa passagem.
Em frente à sede da CDU, alguns camaradas saudaram a nossa passagem.

Ao fim da tarde, sessão de distribuição de folhetos no parque de estacionamento junto ao metro da Pontinha.
Terminada a tarefa, dei por falta da bandeira do MEP que trazia pendurada na janela do carro.
Presumo que alguém se tenha apaixonado por ela de tal forma que não conseguiu resistir à tentação de a levar.
Compreendo-o. Espero que a agite freneticamente até à exaustão nos dias que restam de campanha.

Ao apaixonado desconhecido desejo as maiores felicidades.
E se precisar de mais bandeiras ou quiser dar uma ajuda a distribuir folhetos, basta enviar uma mensagem para: voluntariado@mep.pt.
Bem haja!
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MEP, Europa e Voluntariado

O MEP subscreve o Manifesto para as eleições europeias do Centro Europeu de Voluntariado, apoiando a intenção de que 2011 seja o Ano Europeu do Voluntariado.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Laurinda, Europa e Victor Hugo



"A minha vingança é a fraternidade" dizia Victor Hugo no seu discurso de abertura ao Congresso da Paz em Paris no dia 28 de Agosto de 1849. "Pela Sérvia", do mesmo autor, data de 29 de Agosto de 1876 e é considerado, creio que justamente, um dos actos fundadores da "ideia" Europa.

Confesso que não conhecia o texto, foi-me sugerido por uma citação de Godard na sua história(s) do cinema. Impedido de sair - a recuperar de uma doença malina - e galvanizado pela alegria e justeza da campanha de Laurinda para o Parlamento Europeu, metendo a foice em seara alheia, decidi traduzir: "Pela Sérvia" de Victor Hugo, que aqui deixo em homenagem à campanha de Laurinda ao Parlamento Europeu.

A visão de uma Europa com nacionalidade europeia como condição da paz justifica a leitura do texto ao qual espero a minha falta de arte não tenha retirado todo o seu esplendor. O que aconteceu na Sérvia, há mais de um século, aconteceu depois muitas vezes e em muitos lugares o que prova, que para todos os efeitos, é um erro pensar que a história não se repete. O que aconteceu na Sérvia, há mais de um século, aconteceu depois muitas vezes, em muitos lugares e uma só vez mais, num único lugar, já teria sido monstruoso. O que aconteceu na Sérvia, há mais de um século, aconteceu, também, no nosso tempo. Como pode a nossa consciência suportar o horror?


Cabe perguntar: No dia 7 de Junho estamos só a votar para o Parlamento Europeu?


Vota Laurinda!







Pela Sérvia

È necessário chamar a atenção dos governos europeus para um facto de tal forma pequeno, que segundo parece, os governos não se apercebem. Eis o facto: assassina-se um povo. Onde? Na Europa. Esse facto tem testemunhas? Uma testemunha, o mundo inteiro. Vêm-no os governos ? Não. As nações têm acima delas uma coisa que está abaixo delas os governos. Em certos momentos, este contra-senso explode: a civilização está nos povos, a barbárie está nos governos. Esta barbárie é desejada? Não; ela é simplesmente profissional. O que o género humano sabe, os governos ignoram. Daqui decorre que os governos não vejam nada senão através dessa miopia, a razão de estado; o género humano olha com um outro olho, a consciência.



Vamos surpreender os governos europeus ensinando-lhe uma coisa, que os crimes são crimes e que não é permitido mais a um governo que a um indivíduo ser um assassino, que a Europa é solidária, que tudo o que se faz na Europa é feito pela Europa, que se existe um governo animal feroz, ele deve ser tratado como animal feroz; que na nossa hora, perto de nós, ali, sob os nossos olhos, massacra-se, incendeia-se, pilha-se, extermina-se, corta-se o pescoço aos pais e às mães, vendem-se as meninas e os meninos; que, as crianças demasiado pequenas para serem vendidas, cortam-se ao meio com um golpe de sabre; que se queimam as famílias nas suas casas. Que uma certa cidade, Balak, por exemplo, é reduzida em algumas horas de nove mil habitantes a trezentos; que os cemitérios estão atulhados de mais cadáveres que os que se podem enterrar, de maneira que aos vivos a quem foi enviada a carnificina, os mortos reenviam a peste, o que é bem feito; Mostramos aos governos da Europa isto, que se abrem mulheres grávidas para lhes matar as crianças nas entranhas, que há nas praças publicas montes de esqueletos com sinais de esventramento, que os cães roem nas ruas os crâneos das meninas violadas, que tudo isto é horrível, que bastaria um gesto dos governos da Europa para o impedir, e que os selvagens que cometem estes actos são assustadores, e que os civilizados que os deixam cometer são abomináveis.



Chegou o momento de elevar a voz. A indignação universal eleva-se . Há horas em que a consciência humana toma a palavra e dá aos governos a ordem de a escutar. Os governos gaguejam uma resposta. Já tentaram esse balbuciamento. Eles dizem: exagera-se. Sim, exagera-se. Não foi em algumas horas que a vila de Balak foi exterminada. Foi em alguns dias; diz-se duzentas cidades queimadas não foram senão noventa e nove; o que vocês chamam a peste não é senão o tifo; nem todas as mulheres foram violadas, nem todas as raparigas foram vendidas, algumas escaparam. Castraram-se prisioneiros, mas cortou-se-lhe também a cabeça, o que menoriza o facto; a criança que se disse ter sido lançada de uma lança para outra não foi, na realidade, senão posta na ponta de uma baioneta; onde existe um vocês põem dois, engrossam o duplo; etc., etc. E depois, porque é que esse povo se revoltou? Porque é que um rebanho de homens não se deixa possuir como um rebanho de animais? Porquê? ..etc.



Esta maneira de mitigar adiciona ao horror. Chicanear a indignação pública, nada mais miserável. As atenuações agravam. É a subtileza em defesa da barbárie. É Bizâncio a desculpar Istambul. Chamemos as coisas pelos seus nomes. Matar um homem no recanto dum bosque chamado floresta de Bondy ou floresta Negra é um crime; matar um povo no recanto desse outro bosque que se chama a diplomacia também é um crime. Maior. Eis tudo. Será que o crime diminui na razão da sua enormidade? Aí está! É de facto uma velha lei da história. Mate seis homens, será Troppman; mate seiscentos mil, será Cesar. Ser monstruoso, é ser aceitável. Provas: O (massacre de) Santo Bartolomeu, abençoado por Roma; As “Dragonades”, glorificadas por Bossuet; O Dois de Dezembro, saudado pela Europa.
Nós respondemos: A humanidade também tem a sua questão; e essa questão aqui está, é maior que a Índia, a Inglaterra e a Russia: é a criança no ventre da sua mãe. Substituamos as questões políticas pela questão humana. Todo o futuro está aí. Digamo-lo, seja o que se fizer, o futuro será. Tudo lhe serve, mesmo os crimes. Servidores terríveis.



O que se passa na Sérvia demonstra a necessidade dos Estados Unidos da Europa. Que aos governos desunidos sucedam os povos unidos. Acabemos com os impérios que matam. Açaimemos os fanatismos e os despotismos. Quebremos as espadas ao serviço das superstições e os dogmas que têm o sabre no punho. Não mais guerras, não mais massacres, não mais carnificinas; livre pensamento, livre troca; fraternidade. É assim tão difícil, a paz? A República da Europa, a Federação Continental, não existe outra realidade política senão esta. As razões o constatam, os acontecimentos também. Sobre esta realidade, que é uma necessidade, todos os filósofos estão de acordo, e hoje os carrascos juntam a sua demonstração á demonstração dos filósofos. À sua maneira, e precisamente porque ela é horrível, a selvajeria testemunha a favor da civilização. O progresso está assinado Achmet-Pacha. O que as atrocidades da Sérvia colocam fora de dúvida, é que falta à Europa uma nacionalidade europeia, um governo uno, uma imensa arbitragem universal, a democracia em paz com ela mesma, todas as nações irmãs tendo como cidade e como lugar central Paris, quer dizer a liberdade tendo por capital a luz. Numa palavra, os Estados Unidos da Europa. É o objectivo, é o porto. Ontem isto não era senão a verdade; graças aos carrascos da Sérvia, é hoje a evidência. Aos pensadores juntam-se os assassinos. A prova estava feita pelos génios, ei-la feita pelos monstros. O futuro é um deus treinado por tigres.



Paris, 29 août 1876.




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