Hoje um ministro acusou uma confederação sectorial de estar a fazer "politiquice" ao criticar frontalmente as suas políticas para o sector. Fiquei a matutar sobre o que é suposto uma confederação sectorial fazer se a generalidade dos seus associados se sente visada negativamente pela política que o governo tem para consigo ao longo dos últimos 4 anos. Parece comum agora chamar-se "politiquice" a tudo o que é política, alargando o universo já de si extenso dos qualificativos pejorativos nesta actividade. Vindo de um ministro é apenas um pouco mais grave.
Fica uma proposta de slogan para um eventual cartaz do PS para as próximas legislativas: "Unimos os polícias, unimos os professores, unimos os agricultores. Obra feita."
Olhando para trás parece-me que a história do PS anda entre extremos, do dialogo levado ao exagero que bloqueava a acção, à imposição musculada por uma maioria absoluta que tentou reformar com mentalidade correccional. Algures pelo meio andará a virtude, mas de caminho a conjuntura mudou: temos, de facto, a união talvez não muito natural e talvez não muito recomendável de vários grupos profissionais e de vários sectores económicos com, para já, um único fito: afastar politicamente quem objectivamente lhes infernizou a vida. Em todo o caso, a tarefa para quem vier a seguir está longe de ter ficado simplificada.
* Esta frase ouvia numa das reuniões em que participei pelo MEP, em que ouvimos alguns agricultores portugueses tarimbados. A ideia chave era que o actual ministro conseguiu complicar quando outros ministérios de outros países simplificaram (o acesso às iniciativas comunitárias) criando dificuldades concorrenciais acrescidas em Portugal no sector agrícola.
Também publicado no Eleições 2009.
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