Esta semana, em contactos de rua, uma senhora de oitenta e tal anos disse-me que o dia de que mais gostava era o das eleições.
Primeiro porque quando era mais nova não entendia por que razão as mulheres não podiam votar. E, depois, dizia ela, porque o dia das eleições era o único em que o seu voto valia tanto como o do presidente, do primeiro-ministro ou de outra pessoa qualquer.
As pessoas abstêm-se muito nas eleições, mas mais ainda nas europeias. Isso pode ser um sinal de que tudo corre bem na vida do país, de tal forma que as leve a considerar que a política tem pouco peso nas suas vidas. Será?
Poderá também ser por considerarem que nada de muito decisivo está em causa. Ou, estando, que os partidos não terão posições assim tão diferentes que valha a pena escolher – tanto faz. Será?
Poderão ainda pensar que não é o seu voto que vai decidir a eleição. Nada mais errado, claro. Todos os votos contam, menos aqueles de quem não votou.
Existirão pessoas que, no entanto, não votem, apenas por comodismo? Custa a acreditar. E outras por andarem completamente a leste? Custa a acreditar ainda mais.
Será que algumas pessoas não votam por não terem cultura/formação que lhes permita distinguir os partidos com um sentido crítico mínimo? Será por falta de informação sobre as diferentes propostas?
Estarão as pessoas cansadas da política porque ela se tem transformado numa gritaria ruidosa, cheia de palavrões impróprios e ofensas gratuitas, afastada da realidade concreta, sem sensibilidade, sem grandes resultados, confusa, sem se perceber grandes diferenças entre os partidos de poder, para se poder escolher?
Independentemente das razões que possamos procurar para justificar o elevado nível de abstenção - e quero dizer que considero a abstenção legítima, sendo totalmente contra o voto obrigatório -, julgo, no entanto, que se deve votar. É que estou convencido que se decide muita coisa importante no parlamento europeu para deixarmos os nossos créditos em mãos alheias. O nosso voto informado pode fazer a diferença! A abstenção é mal lida pelos políticos, uma espécie de “quem cala consente”.
A Europa sofre de défice democrático, de falta de liberdade dos cidadãos, e assenta numa cidadania construída com base em direitos, sem deveres. O que precisa na sua construção é de maior participação das pessoas nas decisões, nos destinos das suas vidas (e não apenas nos momentos eleitorais). Precisa de maior liberdade e de mais responsabilidade. Precisa de ética. Do regresso aos valores, sem pudores. Só assim o projecto europeu fará sentido.
Nestas eleições há dois partidos novos: o Movimento Esperança Portugal e o Movimento Mérito e Sociedade. Apesar da cortina mediática que nos impede de escutar as diferenças entre os vários partidos a concurso, ou sequer saber da sua existência, devemos procurar a informação e decidir em consciência.
Afinal, quanto vale o seu voto?
Publicado no Região de Águeda de 4 de Junho de 2009
3 comentários:
o voto conta e o mep ganha expressão nas sondagens!!!
Obrigada pelas ideias que defendem e pelo empenho com que o estão a fazer!!!
o mep tem um papel muito importante na democracia!!!
http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Empate-tecnico-entre-PS-e-PSD-preve-sondagem-Antena-1.rtp&headline=46&visual=9&article=224564&tm=9
Concordo plenamente consigo devemos votar.Eu voto não porque é um dever ou um direito, voto por respeito pelo direito que me é dado de poder escolher.Mas ultimamente meu voto foi branco. Com o MEP voltei a acreditar, a ter esperança, por isso dia 7 vou votar com prazer!! voto MEP
Obrigado pelo apoio! Tudo dependerá do passa-palavra, pois os nossos meios são reduzidos e há quem não queira deixar ouvir a nossa voz, a sua voz, a voz de muitos portugueses! Sem ingenuidade, lutemos mais um pouco, até ao fim. Por um voto se ganha, por um voto se perde!
Ajudem-nos a construir a "árdua esperança"! Passe a palavra aos amigos. Dia 7, vote MEP!
Enviar um comentário