segunda-feira, 30 de março de 2009

"Mãe há só duas"

Um artigo interesante no Público.

“Diz-se que as crianças precisam de um pai e de uma mãe para ter modelos femininos e masculinos da sociedade, mas esses modelos foram criados por esta mesma sociedade e nada nos diz se são bons para o crescimento harmonioso do criança”, diz Margarida Gaspar de Matos. “Não está escrito em lado nenhum, nem há qualquer investigação que permita concluir que a criança que cresça a observar a mãe na cozinha e o pai a ver futebol fique melhor ou pior do que outra que vê a mãe na cozinha e a outra mãe a ver futebol, o pai na cozinha e o outro pai a ver futebol, o pai na cozinha e a mãe a ver futebol ou os dois na cozinha ou os dois a ver futebol ou qualquer outra combinação. Mas o mesmo não se pode dizer da criança que vê o pai a bater na mãe, o pai a espancar os irmãos, a mãe a bater no pai, a mãe a bater na outra mãe…”

3 comentários:

Anónimo disse...

José de Villalobos:
Diz-se q é preciso "um pai e uma mãe" para servirem de "modelos masculino e feminino" ás crianças e DIZ-SE MUITO BEM !
E além do "diz-que-disse" da "esquerda-moderna" isso está mesmo escrito, há séculos...
Mãe há só uma,sem dúvida; porém notícias destas não abonam o E do MEP...

Carlos Albuquerque disse...

José

Há naturalmente ambientes melhores e piores para educar uma criança. Mas será que um viúvo/a ou uma mãe ou pai solteiros deixam de ser uma família capaz de educar uma criança? É preferível institucionalizar essa criança? O que é que é realmente fundamental e o que é que é desejável mas não essencial?

A outra questão é saber o que é o modelo feminino e o modelo masculino. Um pai que goste de cozinhar ou uma mãe que goste de futebol são uma influência perigosa para a criança que justifique tirar a crinça dessa família?

A esperança que eu vejo é que, se chegarmos à conclusão que alguns dos nossos receios não têm muita razão de ser, teremos certamente menos preocupações.

Rui Ivo Lopes disse...

Julgo que no MEP nunca temos à partida grandes certezas... ou melhor.. à partida temos a certeza de manter uma atitude de empatia com a opinião do outro mesmo que essa opinião seja contrária à nossa. E só dessa atitude pode surgir um verdadeiro debate em diálogo que nos permite construir soluções conjuntas.

E há que também ver as questões pelos lados menos óbvios do que aqueles que nos são servidos pela comunicação social ou que temos cá dentro por "culpa" da nossa socialização.

À luz da actual lei um(a) homossexual pode adoptar pois a questão de orientação sexual não é ritério e não pode sequer ser questionada. Mas mais importante do que discutir se os homossexuais podem adoptar é discutir o direito que todas as crianças têm a uma vivência familiar condigna onde impere o amor e as condições dignas para um desenvolvimento estável.

Em Portugal cerca de 15 mil crianças vivem institucionalizadas (são mais que a população reclusa). A possibilidade de adopção por parte de casais homossexuais não virá resolver o problema mas esta não é uma questão de números! Se houver famílias de pessoas do mesmo sexo que tenham as condições necessárias (com o amor à cabeça) eu pergunto: E porque não?