terça-feira, 17 de março de 2009

Há mais seguranças privados em Portugal do que Polícias



"Em Portugal existem mais seguranças privados do que agentes de forças policiais. O Relatório Anual de Segurança Privada de 2008, da responsabilidade do Ministério da Administração Interna (MAI), refere que são mais de 61 mil as pessoas habilitadas a desempenhar a função, embora só cerca de 39 mil a tenham exercido no ano passado, ao passo que o somatório de efectivos da PSP e GNR ronda os 48 milhares."
In Publico ultima hora



A apropriação privada de armas e de meios de violência é, e sempre foi, uma ameaça ao diálogo e à acção em esfera pública. A esmagadora dimensão das seguranças privadas e a menoridade numérica dos efectivos encarregados da segurança pública constituem uma situação gravíssima. A segurança, quer em espaço privado quer em espaço público, é um bem público que compete ao Estado fornecer de uma forma universal e gratuita. A tendência de residualização da segurança pública face à segurança privada significa que os cidadãos que queiram ter "acesso" à segurança têm que a pagar? Ou têm que estar preparados para se defender através do uso e porte de armas? Que consequências civilizacionais é que este facto tem num contexto de agudização dos problemas sociais?
Qual a gravidade desta notícia no quadro do discurso securitário que procura bodes espiatórios das situações de insegurança e medo que vivemos entre aqueles que são as suas principais vítimas: Os pobres, os imigrantes, os habitantes de bairros degradados e todos aqueles que não têm meios para "comprar" a sua segurança?

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