domingo, 21 de junho de 2009

Sobre outdoors

Hoje aproveitei o Sábado para estar com a família alargada, algo que já não acontecia há algum tempo. Entre almoços e boleias, atravessei boa parte da solarenga cidade de Lisboa, actividade que me leva hoje em dia a um hobby recente que adquiri - vá-se lá saber por quê - o de observar outdoors de partidos políticos.
Ora, esta actividade, com o seu quê de risível, revela em si outra oportunidade muito divertida: a da analogia entre o estado dos ditos e o dos partidos seus autores.

A primeira constatação é que apenas três partidos já renovaram os cartazes e todos eles o fizeram no dia a seguir às eleições. Congratulo-me por o MEP ser um desses partidos pois revela, apesar do esforço financeiro que implica, toda a frescura e energia de um movimento que não fica parado após uma conquista e que põe os olhos no objectivo seguinte que é, neste caso, também o mais importante. Revela ainda uma notável capacidade de antecipação de uma equipa que com os seus escassos recursos mas muita convicção, e apesar de empenhada e focada numa campanha eleitoral, vai sendo capaz de prever os passos seguintes não descurando nenhum pormenor do percurso que quer fazer.
Dentro deste grupo, dos que mudaram os seus cartazes, está ainda o Bloco de Esquerda que voltou aos rotundos chavões do seu sucesso e o PSD que exibe um cartaz planeado para uma derrota mas que não destoa de todo na vitória.


No outro grupo estão os partidos que ainda mantêm os cartazes e dentro destes aquele que mais me escandaliza. Passados 15 dias sobre as eleições europeias o partido que mais dinheiro gastou, numa euforia de imagem e espectáculo, exibe agora os rasgados e descoloridos despojos dos seus cartazes que revelam, como uma cebola, as várias camadas que se foram amontoando com as substituições feitas ao longo da campanha eleitoral. O fulgor mediático e a aparência de profissionalismo esvai-se quando termina a razão da sua urgência e fica a ideia de que isso possa ser tanto pior quanto o insucesso dos resultados obtidos.
É claro que existem mais partidos que mostram, através dos seus outdoors, esta sintomatologia (como o PP que já provou que em matéria de timings, neste segmento, nem uma boa votação é suficiente para os corrigir), mas o diagnóstico é mais preocupante quando se trata do partido que nos governa.


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