quinta-feira, 2 de julho de 2009

O terceiro manifesto

Foi publicado hoje o terceiro manifesto sobre a política de investimentos públicos.

Embora os posicionamentos políticos sugiram que o segundo e o terceiro manifestos se propunham ir contra o primeiro, a leitura que faço dos textos indica que é o terceiro manifesto que se coloca em oposição aos dois anteriores.

Os 28 subscritores do primeiro manifesto alinham pela prudência e pela selectividade:

Tendo os grandes investimentos públicos significativas implicações no nível de vida dos portugueses durante as próximas gerações, é imperativo que exista um largo debate e um largo consenso nacional antes das decisões políticas e antes destes investimentos avançarem.



Os 52 subscritores do segundo manifesto nunca defendem o TGV nem o novo aeroporto de Lisboa (NAL) e concluem com o mesmo cuidado:

Por isso, como cidadãos de diversas sensibilidades, apelamos à opinião pública para que seja exigente na escolha de respostas a esta recessão, para evitar que o sofrimento social se prolongue.



Apenas os 31 subscritores do terceiro manifesto defendem claramente o TGV e o NAL e além disso mostram menos preocupação com o futuro financeiro:

Porque pensamos que o progresso não se consegue apenas com apelos à prudência e à parcimónia. Porque pensamos que é necessário ter a coragem e o arrojo de ir mais além na criação de oportunidades de desenvolvimento do País.



Pessoalmente consigo integrar muito dos dois primeiros manifestos (que aliás estão de acordo nas áreas prioritárias para o investimento público, como se pode ver aqui), mas não consigo aceitar os termos deste terceiro manifesto porque me parece incluir demasiadas afirmações que, no mínimo, precisariam de muito mais justificação.

O que me parece extraordinariamente positivo (e devemos agradecer isso aos subscritores do primeiro manifesto) é que haja um debate alargado sobre as grandes opções do investimento público em tempo de campanha eleitoral.



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