Em tempo de crise há uma tendência para o aumento da criminalidade e a primeira linha de defesa da sociedade é constituída precisamente pelas forças de segurança. São estas mulheres e homens que se arriscam diariamente para que possamos sentir-nos em segurança. Além disso, a missão da polícia deve ter um aspecto pedagógico e moralizador.
Talvez seja influência de ver séries televisivas estrangeiras, mas imaginava agentes com uma preparação e treino próprios para a maioria das eventualidades do seu dia-a-dia, com o equipamento adequado e tratados pelo Estado com a dignidade que corresponde à missão que desempenham e aos riscos que correm.
Fernando Contumélias e Mário Contumélias procuraram ouvir os agentes e daí resultou o livro "Polícia à portuguesa - um retrato dramático" (ed. Livros d'Hoje, 2008).
Os autores encontraram:
uma polícia mal preparada, desmotivada e sem condições de trabalho. Homens e mulheres que chegam a passar fome, que têm uma vida familiar desestruturada, problemas de saúde, sujeitos a regras que nem sempre compreendem, alvos fáceis de processos disciplinares e/ou criminais. Polícias que têm ordem de não disparar nas perseguições a criminosos. Que tentam fazer o seu trabalho com armas velhas, balas contadas, coletes muito pouco à prova de bala. Que conduzem carros que não passariam numa vulgar inspecção e cujos motores muitas vezes «rebentam» em plena «caça» ao ladrão! Que não acertam num alvo a não ser por acaso... E como se não bastasse, falamos de polícias que ainda se queixam de perseguições internas, de favoritismos, de partidarização da Corporação e da influência militar.
No caso da polícia dificilmente podemos imaginar o ponto a que sucessivos governos deixaram chegar a instituição. Muito melhor é possível e no seu programa o MEP propõe-se fazê-lo.
1 comentário:
Falar de polícia, segurança, autoridade… soa, hoje, aos ouvidos de muitos concidadãos a um discurso de «outros tempos», inadequado, retrógrado e próprio de um estado dito policial. Nada mais falso!
Uma visão integrada da segurança nacional, obriga-nos a reconhecer que necessitamos de forças de segurança bem preparadas, motivadas, respeitadas e com os meios materiais e financeiros adequados à sua missão.
O problema está, creio, na destituição da responsabilidade individual de cada cidadão que, habituado mais a um clima de libertinagem que de liberdade, se encontra hoje fragilizado na capacidade de aceitar o respeito e a ordem necessários à dignidade da pessoa humana e de uma sociedade democrática.
Enquanto não promovermos os valores de base – tais como: o respeito mútuo, a responsabilidade parental, a autoridade docente e o respeito discente – não podemos esperar que a sociedade evolua positivamente.
Mão à obra – com o MEP – e com todos os homens de boa-vontade!
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