quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

CONFIA NOS POLÍTICOS? ...E quer confiar?



“Os políticos e os vendedores de automóveis são os profissionais em quem os portugueses menos confiam, segundo um estudo divulgado pelas Selecções do Reader’s Digest, escreve a agência Lusa. A análise, que assenta num questionário feito a 1.228 leitores das Selecções em Portugal, mostra que 97% dos portugueses não depositam nenhuma confiança na classe política. No lado oposto da tabela, os pilotos de avião e os bombeiros surgem como as profissões em que os portugueses depositam mais confiança, para perto de 93% dos inquiridos. (…) Questionados sobre o que mais caracteriza a sua personalidade, os portugueses vêem-se como pessoas honestas, 91%, dedicadas à família e práticas, 71%, participativas, 65% e activas, 58%.”

(http://diario.iol.pt/noticias/politicos-profissoes-confianca-estudo-portugueses-inquerito/778366-291.html)


Sem discutir em detalhe as causas que levam a estes resultados, sabemos empiricamente porquê e verificamos esta falta de confiança nos políticos diariamente: nos media, nas conversas com amigos, e até, por vezes, nos nossos próprios comentários.

Quase todos os dias ouvimos uma “história menos bonita” sobre o comportamento de um político qualquer, e reforçamos este sentido de desconfiança. E assim o habitual torna-se normal e não só não nos espantamos com estes números, como até os achamos “banais”. E de facto muita coisa menos boa acontece, e a verdade é que não podemos forçar a honestidade e o sentido de serviço- “eles, os políticos “ tendem a ter comportamentos oportunistas e são portanto o problema. E ficamos por aí.

“Nós”, que já agora vivemos aqui na mesma realidade, muitas vezes com tentações semelhantes, somos “honestos, dedicados e participativos”.
Mas apesar de nos vermos assim, somos afinal muito indiferentes e muito pouco empenhados na construção global do nosso país: quer seja porque não votamos, quer seja porque, pelo nosso discurso derrotado, também contribuímos para descredibilizar a instituição política na qual assenta o rumo de Portugal

Sem confiar e, claro, sem se ser digno dessa confiança, torna-se difícil ser exigente e encarar o futuro com esperança.
Mas queremos nós confiar? Perceberemos nós o impacto, alargado no tempo, de não travar esta passividade? Num ano com três momentos eleitorais, temos pelo menos uma boa oportunidade para decidir…

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