terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CRISE: PERIGO E OPORTUNIDADE

 "Quando escrita em chinês a palavra crise decompõe-se em dois caracteres:  um representa perigo e o outro representa oportunidade”


Há uns tempos ouvi esta frase (que é atribuída a JFK), e parece-me uma chave de leitura pertinente nos tempos muito difíceis que correm.

Crise deve ser (logo a seguir a Freeport…) a palavra mais presente no discurso e na vida dos portugueses. Com toda a dureza que tem suposto e continuará a supor – domingo noticiava-se na RTP1 que, só na última semana, tinham sido anunciados 230 mil despedimentos em todo o mundo –, importa não perder de vista que, para além deste perigo real, a crise também comporta legitimas oportunidades. Listo algumas que me têm chegado:

- Novas oportunidades de negócio, por exemplo: em França, empresas que fornecem serviços de acompanhamento no desemprego (as pessoas podem usufruir de aconselhamento e de espaço num escritório com telefone e internet, num período da semana para facilitar a procura de emprego); na Islândia, com a desvalorização do Krona, os operadores turísticos constatam, agradados, um aumento da procura turística…

- Na linha do equilíbrio entre vida profissional e familiar, verifica-se por parte das empresas uma maior disponibilidade para aceitar situações de trabalho a tempo parcial - pelo menos para quem pode dar-se a esse luxo, esta é uma conquista desta crise…

- Correcção do preço de alguns serviços, ajustados agora a níveis de maior racionalidade, por exemplo serviços prestados por escritórios de advogados, tabelas de venda espaço publicitário, e até tarifários de ginásios…

Estou consciente das dificuldades graves que muitas pessoas atravessam já e que outras atravessarão nos próximos tempos. Mas isso não me impede de pensar que é preciso apelar à nossa resiliência, criatividade e empenho, para sermos capazes de ver (e fazer) para além do que há.

3 comentários:

João NAR Ferreira disse...

Caro(a) ARB,

É com muita alegria que me revejo no espírito que quis transmitir com o seu texto.
É, sem dúvida, nestas ocasiões que nascem outras sementes, outros negócios...
Aliás, convido-o(a) a si e a todos os amigos do MEP a fazermos uma lista dirigida a desempregados(que depois poderá tornar-se num pequeno manual prático) com várias sugestões, e oportunidades de negócio. Que acha? Seria muito interessante e seria com certeza um exemplo de uma cidadania activa que quer dar a mão ao próximo... para que ninguém fique para trás.

abraço,
joão ferreira
núcleo MEP comunidades

Anónimo disse...

Caro(a) ARB,

gostei to seu artigo...o outro lado de crise.

Fiquei contudo chocado com o parêntesis "(logo a seguir a Freeport…)"; creio que não se coaduna com os princípios do MEP, com os quais, em geral, me identifico.

um abraço,
RM

Anónimo disse...

O item da correcção dos preços tem um laivo Bloquista tipo: "Quem tem lucros não pode despedir!"