Da Rádio Renascença
"O pessimismo no mundo contemporâneo foi o tema em debate entre Jorge Sampaio, Pinto Balsemão e D. José Policarpo, nesta edição do programa “Três Dimensões”.
Para o Cardeal Patriarca, “o Papa diz, na sua Encíclica, que a esperança se pode afirmar mesmo no drama e no sofrimento. Curiosamente, olhando a Humanidade, quer na sua História, quer na nossa verificação pessoal, são situações de grande sofrimento que desencadearam grandes dinamismos de esperança”.
“O problema” – salienta D. José Policarpo – “é saber se as pessoas, hoje em dia, são capazes de sofrer. Sofrer no sentido humano da palavra, ou se são simplesmente esmagadas ou desviadas do sentido da vida pelas circunstâncias. Porque se as pessoas forem capazes de sofrer são capazes de amar e são capazes de ter esperança”.
“Para mim, a esperança está muito ligada ao sentido da vida, portanto àquela dimensão, àquele dinamismo interior que todas as pessoas têm de gostar de viver a sua vida, gostar de viver como projecto, gostar de viver como saída, gostar de viver cada vez melhor, gostar de viver com um horizonte, um projecto de futuro. A esperança, sendo isto, está profundamente ligada à maneira como as pessoas, pessoalmente e em comunidade, vivem a sua vida, não se pode confundir com ambição. Porque penso que essa é uma ambiguidade e uma confusão a desfazer logo desde o início, porque, muitas vezes, hoje, o que está latente a muitas reacções comunitárias por todo o mundo tocam já o ritmo da ambição e não propriamente de uma legítima esperança” – esclareceu o Cardeal Patriarca.
Falando em esperança, Pinto Balsemão sente que há cada vez mais gente preocupada e que entende que “a felicidade dos outros é essencial para que a humanidade progrida, para que as desigualdades diminuam, para que os conflitos acabem”.•
Frisando a componente de utopia que a esperança também acarreta, Balsemão salienta que “podemos ser laicos, podemos ser religiosos, mas de certa maneira todos nós temos a obrigação de lutar para que o mundo fique um bocadinho melhor quando nós morrermos. Talvez esteja a ser um pouco utópico, mas eu acho que se nós não temos um pouco de utopia nestas matérias então não vale a pena estarmos aqui sequer”.
E porque a esperança está ligada à dimensão religiosa da vida, para o primeiro director do “Expresso”, “há grupos que têm alguma dificuldade em lidar com este retomar do papel da religião na vida pública. Era o «The Economist» que dizia que se Donald Rumsfeld tivesse entendido a diferença entre sunitas e xiitas se calhar não estávamos onde estamos… A funcionária da British Airways que foi proibida de usar o crucifixo, a paragem de um autocarro na Turquia porque a maioria dos passageiros quer rezar, ou casar as filhas aos oito anos, que são direitos colectivos em certas religiões e em certas comunidades, mas que nós não aceitamos que sejam mais fortes do que os direitos individuais que defendemos”.
Para Jorge Sampaio, “não deve estranhar-se que haja algum desânimo, nomeadamente no contexto internacional, que minam a questão da confiança. O problema é que isto está muito relacionado com a questão dos estímulos. Afinal de contas, se eu pertenço a uma comunidade de destino, se eu tenho que trabalhar pelos direitos do Homem, porque no fundo tenho que ter uma participação cívica que alimente a minha própria confiança no destino do Homem, seja laico ou não, há de facto uma certa configuração do destino. (…) Aí, sem dúvida nenhuma, a boa governança, a boa participação cívica, a boa cultura cívica são indispensáveis”.
“Mas, para tornar tudo isto mais difícil” – frisa o ex-Presidente da República – “o paradigma económico marxista do século XIX deu lugar ao paradigma liberal do século XX, e há quem diga que o século XXI talvez seja o século das minorias justamente porque passa a ser, ou está a passar a ser, o século das culturas onde a dimensão cultural integra um pilar indispensável do desenvolvimento sustentável”."
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Pessimismo no mundo contemporâneo
domingo, 20 de janeiro de 2008
População em risco de pobreza reduz 2% de 2004 para 2006
O Instituto Nacional de Estatística apresentou os principais indicadores sobre o risco de pobreza e a desigualdade na distribuição dos rendimentos monetários a partir dos resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC) realizado em 2006.
De acordo com este inquérito, a população residente em situação de risco de pobreza era de 18% em 2006 (20% de acordo com o inquérito de 2004 e 19% em 2005).
A distribuição dos rendimentos caracterizava-se por uma acentuada desigualdade: o rendimento dos 20% da população com maior rendimento era 6,8 vezes o rendimento dos 20% da população com menor rendimento(6,9 nos dois anos anteriores).
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Eu conheço um País...
Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar"
Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis eos vende no exterior para dezenas de mercados.
Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.
Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.
Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.
Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.
Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os toda a EU.
Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.
Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.
Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhore vinhos espanhóis.
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.
Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pelo Mundo.
O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive... PORTUGAL.
Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam -se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.
Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe,como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo).
É este o País de sucesso em que também vivemos, estatisticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravíssimos problemas no ambiente e na saúde... do que se atrasou em relação à média UE...etc.
Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso.
É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.
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