Mostrar mensagens com a etiqueta Esperança. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Esperança. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 14 de abril de 2009

Somos pessoas de esperança?

"Como cada coisa tem a sua cor
cada coração tem a esperança.
Havemos de somar projectos,
palmilhar destinos,
desfiar preocupações...
Mas a esperança é o segredo
que nos faz sair de nós,
criar e recriar, crer!
Por causa da esperança
o comum não se esvazia,
nem o inesperado nos trava;
o difícil é olhado com coragem
e o tempo feliz vivido com humildade.
A esperança é persistente,
não desarma.
Como o fogo debaixo da cinza
sempre resiste.
A esperança é actuante,
não cruza os braços.
Tem a paciência impaciente
das sementes
que, em vez de lamentar
o escuro da terra,
desatam a crescer.
A esperança é a palavra
que traz dentro a confiança.
Somos pessoas de esperança?"
(José Tolentino Mendonça)
(Ler tudo)

terça-feira, 17 de março de 2009

Há mais seguranças privados em Portugal do que Polícias



"Em Portugal existem mais seguranças privados do que agentes de forças policiais. O Relatório Anual de Segurança Privada de 2008, da responsabilidade do Ministério da Administração Interna (MAI), refere que são mais de 61 mil as pessoas habilitadas a desempenhar a função, embora só cerca de 39 mil a tenham exercido no ano passado, ao passo que o somatório de efectivos da PSP e GNR ronda os 48 milhares."
In Publico ultima hora



A apropriação privada de armas e de meios de violência é, e sempre foi, uma ameaça ao diálogo e à acção em esfera pública. A esmagadora dimensão das seguranças privadas e a menoridade numérica dos efectivos encarregados da segurança pública constituem uma situação gravíssima. A segurança, quer em espaço privado quer em espaço público, é um bem público que compete ao Estado fornecer de uma forma universal e gratuita. A tendência de residualização da segurança pública face à segurança privada significa que os cidadãos que queiram ter "acesso" à segurança têm que a pagar? Ou têm que estar preparados para se defender através do uso e porte de armas? Que consequências civilizacionais é que este facto tem num contexto de agudização dos problemas sociais?
Qual a gravidade desta notícia no quadro do discurso securitário que procura bodes espiatórios das situações de insegurança e medo que vivemos entre aqueles que são as suas principais vítimas: Os pobres, os imigrantes, os habitantes de bairros degradados e todos aqueles que não têm meios para "comprar" a sua segurança?
(Ler tudo)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O canto da sereia

Preparava-me para escrever esta crónica sobre um tema de actualidade, o que acabou sem efeito.

Pensei numa homenagem ao pastor e activista dos direitos humanos Martin Luther King, nesta altura em que a América comemora o seu dia, num dos três feriados nacionais dedicados a uma pessoa. As conquistas americanas, para as quais contribuiu, foram e continuam a ser um farol para o mundo. Na verdade, em poucos lugares se fez tanto, de consequente e para lá da retórica do politicamente correcto, pela igualdade de direitos e deveres, independentemente da cor da pele, da religião, do credo político, do sexo.

Pensei também na tomada de posse de Obama esta terça-feira, no que ela representa de esperança para aquele grande país e para o mundo. Não porque seja um homem providencial e esteja ao seu alcance mudar o mundo e as nossas vidas, num passe de mágica, porque não está. Antes porque não deve ser desconsiderada a oportunidade que ele representa de reconstruir algumas pontes e de inspirar novas atitudes e novas ambições. Antes pelo ânimo, pela renovação e pelo novo estilo de fazer política, que pode contribuir para um diálogo mais construtivo.

Senti-me tentado, por interesse próprio*, e por considerar relevante, a escrever sobre a apresentação em Aveiro, no passado sábado, da candidata do “Movimento Esperança Portugal” às eleições europeias, Laurinda Alves, que procurará lutar por uma Europa de rosto humano, distante da burocratização a que assistimos, assente nos ideais dos pais fundadores, que visavam uma comunidade de pessoas e de povos, em paz duradoura, na sua diversidade, capaz de um desenvolvimento partilhado. A Laurinda representa a esperança numa forma diferente de actuar na política, mais próxima das pessoas e dos seus problemas, mais humanizada.

Entretanto, a caminho do local onde me encontro para escrever estas linhas, encontrei um amigo que acabara de receber, a par com mais 120 pessoas, uma carta de despedimento. Conversámos um pouco, por entre o silêncio que um momento tão difícil exige, trocando preocupações, olhares cúmplices, e despedimo-nos desejando dias melhores, mesmo sabendo que o céu cinzento ainda perdurará. E tudo se resumiu a este vazio, não derrotista, mas que interroga.

Os dias que nos chegam pela frente serão muito difíceis. As tentativas de alguns, especialmente do nosso governo, em nos fazer acreditar que estamos no bom caminho são muito perigosas. Sob o lema tão apreciado do optimismo, visto como força geradora de confiança, mais não são do que instrumento táctico para protelar problemas e ganhar tempo em ano eleitoral. Nada têm de verdade. Basta ver, entre tantos sinais, as últimas previsões da União Europeia relativas ao nosso PIB: uma contracção de 1,6%, muito acima dos 0,8% previstos pelo governo. Imagine-se que aqui há uns meses houve mesmo um ministro que declarou o fim da crise. Embarcar nesse canto da sereia pode conduzir a nau à boca do Adamastor ou a espalhar-se no invisível Cabo das Tormentas.

A esperança, que podemos e devemos ter, deve assentar sobre o rochedo da verdade. E daí, com esforço e empenho, solidariamente, atravessaremos tempestades, sem atirar ninguém borda fora.

Não é fácil, mas são as águas que teremos de navegar. As alturas de crise podem ser uma oportunidade para dobrar o Cabo da Boa Esperança. Assim sejamos capazes.

Ângelo Eduardo Ferreira

*Sou membro do Movimento Esperança Portugal

Publicado no Diário de Aveiro de 21/01/2009


(Ler tudo)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Final de ano

A poucos dias do final do ano, em época típica de “balanços”, encontrei este texto de que muito gosto:

“De cada vez que um ano se esgota e que outro aparece, pomos num prato da
balança os 365 dias passados e noutro os 365 dias que nascem e vemos para qual
dos lados pende a balança. Não tenho dúvidas de que, neste acerto de contas, são
muitos os que teimam em ter o passado pesado (…). Para estes, nunca um ano será
novo ou melhor do que o ano passado (…). O futuro é sempre a maior ameaça, a
maior incerteza, a garantia mais certa de que o tempo torna tudo pior (…).
É claro que há os outros também, com pratos que pendem exactamente ao contrário
(…). Os que deixam de olhar para trás no momento exacto em que o novo ano
começa, engolindo promessas e passas como se fossem alicerces dos planos, dos
sonhos e de tudo o que lhe falta ainda fazer, brindando às construções acabadas
muito antes de estarem de pé as estruturas que dão solidez aos projectos.
(…) Mesmo que os anos passem por nós, o passado, o presente e o futuro, que se
organizam assim, cronologicamente, de trás para a frente, supostamente para não
nos perdermos em considerações abstractas, inúteis, fazem os três parte do mesmo
fôlego, do mesmo projecto. Se os entendermos desta maneira, entendemos também
que nunca deixamos para trás algo que não possamos vir a recuperar mais à
frente. E que nunca encontraremos à frente o que não semeámos lá
atrás.” (Inês Barros Baptista, “Dias da Luz”)


2009 não será um ano fácil, isso é certo. Mas será um ano de mudança, e com esta virão certamente coisas boas, que colheremos mais à frente, se as soubermos semear.
Por isso, para que tenhamos esperança fundada em prósperos anos vindouros, desejo a todos, e para já, um 2009 cheio de boa mudança.


(Ler tudo)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Escola Adolfo Portela

O Movimento Esperança Portugal (MEP), partido do qual faço parte, tem vindo a realizar um conjunto de visitas e encontros com diversas entidades e pessoas para conhecer com maior profundidade a realidade do país e, com maior acuidade, preparar a sua proposta política a apresentar aos portugueses em 2009.
No âmbito de um périplo pelo distrito que o núcleo de Aveiro organizou na passada sexta-feira, com o presidente do partido, Dr. Rui Marques, tivemos a oportunidade de visitar a Escola Secundária Adolfo Portela, em Águeda. Este encontro teve dois objectivos principais: conhecer a realidade da escola, os desafios, as dificuldades que se lhe colocam e, ao mesmo tempo, identificar os factores de sucesso que lhe permitiram, nomeadamente, a melhoria mais significativa, a nível nacional, nos resultados obtidos nos exames do 12.º ano, considerando o ano que passou face ao ano 2007.
A Escola Secundária Adolfo Portela obteve, assim, o 1.º lugar no “Ranking MEP das Escolas 2008”, que assenta, não apenas no resultado absoluto nos exames do ano em causa, mas no diferencial de melhoria relativamente ao ano anterior, valorizando, a partir de um prisma diferente do habitual, o esforço que permitiu a evolução alcançada.
Desta forma, a visita teve igualmente o objectivo de entregar ao Conselho Executivo da escola um prémio que simboliza esse outro olhar, sublinhando a importância desse desígnio para Portugal de, nos mais diversos sectores, olhando o ponto de partida, procurar melhorar permanentemente o desempenho.
Do encontro com o Conselho Executivo da escola ficou clara a angústia que os professores sofrem com a excessiva carga burocrática, agravada por este governo, com tendência para os desgastar e afastar da actividade essencial: educar.
Tenho dito que é o centralismo no seu esplendor, procurando-se, a partir de um gabinete em Lisboa, tudo normalizar e controlar. Um modo de estar que revela o ambiente de desconfiança que se vive em Portugal. Temos medo da liberdade, porque desconfiamos e porque não temos sido capazes de responsabilizar as escolas pela qualidade do serviço que prestam, mas também os pais e os alunos. É um modelo que se presta a deixar a responsabilidade sem dono e sem ambição, sempre acantonada na desculpa da condição social dos alunos, como se os pobres fossem menos inteligentes.
Voltando à Escola Adolfo Portela, a equipa dirigente identificou, como um dos principais pressupostos para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem, o esforço, partilhado pela restante comunidade docente, em centrar as atenções do trabalho na sala de aula e nos estudantes. Um ensinamento de quem sabe, que alguns teimam em não aprender. O processo de educação tem estar centrado nos alunos, mas também nos professores, e nos pais.
Outro factor de sucesso, que revela clarividência, pende-se com o esforço continuado em manter um ambiente escolar amigável, limpo, organizado. Os exemplos são diversos, ficando aqui alguns sintomáticos: manter os quartos de banho limpos e em tão boas condições quanto os dos professores; uma cantina acolhedora e com boa e diversificada comida, onde almoçam também os professores, depois de esperar pela sua vez na fila, como qualquer aluno; salas de aulas limpas e acolhedoras, sem riscos nas mesas. Parece pouco? Não é. Assim mudam radicalmente os comportamentos. Qualidade gera qualidade, num ciclo de desenvolvimento.
Além de tudo, não podia faltar a disponibilidade dos professores para ajudar os alunos fora do contexto das aulas e a organização de actividades circum-escolares, que envolvam também as famílias – faz toda a diferença. É uma escola humanizada, que envolve e responsabiliza.
Foi ainda destacada a vantagem de um corpo docente estabilizado. E deverá realçar-se a relevância de uma equipa dirigente coesa, determinada e com uma ambição e projecto próprios, apesar das dificuldades e entraves à sua actuação. Soma-se o facto de que, sendo reduzido o reconhecimento das actividades de gestão e sendo avultadas as responsabilidades, não se torna apetecível essa exigente missão.
Os professores que constituem o Conselho Executivo, num projecto iniciado há já treze anos, têm o saber de experiência feito, apostando na melhoria permanente. Porém, dizem, tudo seria melhor se tivessem mais liberdade e autonomia. E porque não também quanto ao processo de avaliação? Porque não uma maior responsabilização das escolas, distinguindo-se as boas das menos boas e das más?
E que melhor avaliação do seu trabalho do que aquela que é feita pelos resultados dos estudantes, pelo ambiente que se respira e pelo aumento da procura que levou a escola a ter de pedir autorização para abrir mais turmas?

Ângelo Ferreira
Publicado no jornal Diário de Aveiro de 24/11/2008
.
Legenda e créditos das fotografias:
1. Escola Secundária Adolfo Portela (ESAP)/ESAP
2.Presidente do MEP, Dr. Rui Marques, entrega troféu a Presidente da Escola Adolfo Portela, Professor Henrique Coelho/ ESAP
3. Entrega de prémios aos melhores alunos da ESAP/ESAP

(Ler tudo)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Esperança religiosa cristã e esperança política : possibilidades de diálogo sem indesejáveis confusões? (II)


















Ainda assim, muitos perguntarão, como ter/ser Esperança num mundo e numa sociedade onde no quotidiano abunda uma espécie de carrossel enlouquecido de desgraça e infelicidade, como que prestes a entrar na última viagem: fomes, guerras, catástrofes, o holocausto, o aquecimento global e a escassez de recursos e na literatura e no cinema, um cometa que se aproxima da Terra em rota de colisão….

Não será isto “sinal” de que o mundo e a civilização tal como o conhecemos não estará a chegar ao seu fim?

Não faltam profetas da desgraça, como sabemos, que vaticinam o fim dos tempos, do universo e da humanidade.

As angústias e tentações

Para além do “mistério” perante a incerteza do futuro, creio que o sentimento dominante é o medo de um amanhã que pode não nascer, e que está na origem de uma brutal ansiedade humana que convoca como forma de superação deste mal-estar a tentação do recurso à magia, à adivinhação, aos saberes ocultos e iniciáticos, a uma religiosidade difusa, uma multiplicidade de alienações que, no fundo, transformam a esperança num fatalismo insuperável.

Como a maioria de nós não possui acesso ao código (secreto) que contêm a suposta chave de leitura dos enigmas do mistério da existência humana, capaz de ler e revelar a verdade toda e plena, compreendo perfeitamente que, para muitos, o melhor talvez seja mesmo viver o hoje, sem nada esperar (de bom ou de mau) que aconteça, sem expectativas de qualquer espécie.


A finalidade das coisas, á procura de um sentido para o real


Então não será de perguntar se o fim deste estado de coisas caótico, do efémero, da dúvida, do contingente quotidiano de cada ser humano, terá um sentido que seja descortinável e aponte para algo que seja como que uma porta de saída no meio da escuridão em que está mergulhado o túnel da nossa existência?

Não temos uma resposta assente numa qualquer indiscutível evidência científica.

Apenas nos basta sermos confortados pela certeza essa sim real, de que há uma força interior, um impulso vital em cada um de nós, que nos leva a abrir portas e janelas, que nos faz caminhar para um encontro de todos com todos os que vivemos implicados na construção da cidade global que é nossa.

Não será essa a finalidade das coisas, a esperança? Esperar que as coisas cheguem ao seu fim, isto é, à sua finalidade, ao seu objectivo: no caso da fé cristã, ao encontro com Cristo, fonte de toda a Esperança; no caso, do Homem, na sua dimensão de “animal político”, empenho e compromisso na construção de uma cidade mais humana, mais justa e solidária, que não deixa ninguém para trás, numa palavra, uma cidade MELHOR.

O cristão é convidado a adoptar uma atitude de serena espera(nça) nesse encontro com o Transcendente encarnado na pessoa de Cristo, um “Reino dos Céus” que já veio e chegou, mas que não se consumou em plenitude( parusia), que conduz a que ninguém fique dispensado de estar vigilante ( «não sabeis o dia nem a hora») e preparado para responder ao encontro sem temores, porque a espera promete felicidade e não condenação, salvação e não inferno.

Melhor é sempre possível

E ao Homem- cidadão o que lhe resta esperar? Como a esperança se dirige a todos os cidadãos, a todos é pedido que convoquem de viva voz a assembleia de cidadãos para criar e/ou reforçar a coesão que dará a indispensável unidade à comunidade que se quer construir: a todos se pede que venham e tragam o que de melhor são capazes de fazer ao serviço da máxima realização da felicidade pessoal que nos leva novamente a acreditar, que vale a pena o compromisso pelo bem-comum, num movimento de solidariedade, numa resposta aos “sinais dos tempos” pois “Melhor é sempre possível”, desde que o queiramos com vontade e determinação e sejamos capazes de pôr os meios para alcançar tal desiderato.

Elemento comum da virtude (a força interior)

Creio que há aqui um elemento comum á esperança cristã e à esperança política que pode conduzir á construção de uma ponte comum de diálogo e compromisso: em ambos os casos a esperança apresenta-se como uma força interior que leva á acção e á transformação do mundo e da humanidade, porque se tem a consciência que vale a pena meter as mãos á obra em prol de um futuro melhor.

Criados para amar numa fraternidade universal, os cristãos depositam a sua Esperança no Amor, no encontro com Cristo; criados para construir a cidade da justiça e da solidariedade, os cidadãos aventuram-se, “militam”, comprometem-se em mudar a vida e transformar o mundo pacificamente, dando resposta ás angústias que os inquietam.


Uma possível síntese, sem confusões: uma sociedade da confiança

Talvez se possa aspirar a realizar uma síntese da politica com a mística, do militante e do contemplativo, superando a falsa dicotomia entre o «religioso-contemplativo”, e o “militante-comprometido”, pois só a autêntica contemplação leva ao outro, ao «próximo como absoluto», através do «outro-em si-mesmo», «Deus absoluto».

Tarefa difícil, sem dúvida, na acção quotidiana, contudo, afigura-se tão urgente quanto necessária, pois os mais frágeis, os mais pobres e os mais excluídos da civitas não podem mais ser deixados para trás.

Aventura espiritual e compromisso político, sem confusões, com motivações e finalidades diversas, mas até certo ponto convergentes - viver em comum, em paz e justiça, poder trilhar um caminho comum, numa sociedade pacífica e solidária que a todos convida a sentar á sua mesa.

È que, de facto, não há soluções, há caminhos, e como diz o poeta, o caminho se faz caminhando …. confiando uns nos outros, acrescentámos nós.

JMCM

(Ler tudo)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A participação é condição para uma verdadeira inclusão (ou como a Dª Conceição começou a realizar um sonho)

«o que mais me custa é sentir de noite as cobras, os lagartos e os ratos»

A partir de 2001, a European Anti-Poverty Network promove encontros europeus cuja filosofia subjacente é a de “dar voz, às pessoas que normalmente não a têm, em quase nenhuma circunstância”. Nesse contexto, a Rede Europeia Anti-Pobreza / Portugal procura incrementar, no contexto nacional, iniciativas de cariz semelhante. Desde 2007 têm sido desenvolvidos encontros regionais entre pessoas em situação de pobreza e responsáveis de várias áreas (Saúde, Educação, Emprego, Protecção Social, Autarquias,…) O que se pretende fundamentalmente é promover a discussão – e a participação – dessas pessoas de forma a poderem pronunciar-se sobre as medidas de política social que afectam directa ou indirectamente a sua vida quotidiana.

Este ano, para o Encontro da Região Centro, realizado a 10 de Outubro, experimentou-se implementar um processo de auscultação prolongada no tempo que se concretizou através do recurso à metodologia photovoice (combinando uma abordagem centrada na comunidade com a fotografia e a voz numa tentativa de dar expressão visual à consciência social, os participantes foram convidados a fotografar algo de positivo e de negativo que traduzisse a sua relação com os serviços públicos).

É aqui que surge a figura da Dª Conceição, participante de um dos Encontros. A imagem acima é da sua autoria e mostra a sua realidade tendo confessado no encontro que ... «o meu maior sonho é conseguir ter uma casa com mais condições, maior, e poder ter os meus filhos comigo». Decorrente da visibilidade mediática do Encontro, a Dª Conceição foi convidada a dar seu testemunho para uma reportagem televisiva transmitida no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza (17 de Outubro).

A Dª Conceição habita(va) em situações completamente degradantes perto de Coimbra tendo beneficiado até Setembro de 2008 de 180€ /mensais atribuídos pelo Rendimento Social de Inserção. A Dª Conceição já trabalhara para a Caritas de Coimbra, gosta de fazer trabalho de costura encontrando‑se neste momento a frequentar um curso de formação para a inclusão em desenvolvimento pessoal e social, promovido pela Figueira Viva. A coragem em testemunhar o seu caso (re)alertou a Câmara para a situação que deu início a um projecto de recuperação da habitação (e ainda recebeu uma máquina de costura oferecida pelo canal de televisão).

Quem trabalha na área da solidariedade social sabe que os resultados das suas actividades não são visíveis no imediato (até porque frequentemente o que se pretende mudar são atitudes e comportamentos estruturais – o que pode levar gerações). Mas por vezes há pequenos sinais de que o esforço de ajudar os outros a concretizar os seus sonhos vale mesmo a pena. Sinais esses que nos dão alento para continuar a trabalhar num futuro melhor para as imensas "Dªs. Conceição" que ainda existem.

(Ler tudo)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Na margem de um velho caderno

Estávamos em 1958, mais de uma década depois do fim da II Grande Guerra. A fome abrandava um pouco a ira com que nos castigara e começava, lentamente, a autorizar a construção de um futuro melhor. Mas estávamos ainda longe de o adivinhar. Os tempos, teimosamente difíceis, exigiam imaginação e largueza de espírito, que completassem, à falta de melhor, o vazio dos estômagos com a matéria dos sonhos. Os pobres antigos, que eram a grande maioria da população, sabiam, repartindo a pobreza e o que mais, aquecer os corações de esperança. Fazia-se banquete de um “pouco-mal-me-chega”.
Recordo com saudade o meu avô que, sentando à lareira, com os netos em redor, era um contador de histórias inacreditáveis, aventuras insólitas que inventava sob os nossos intensos olhares de espanto e as sombras que dançavam nas paredes de adobo, animadas pelo fogo da lareira, que cozia uma “água-de-couves” em panela de ferro. Na penumbra daquela cozinha, no silêncio nocturno da aldeia, aprendia-se a sonhar, a ouvir, a pensar para lá da nossa curta geografia e parca condição.
Era o mês do S. Martinho e chovia que Deus a dava. O céu pesava sobre os meus pequenos ombros no caminho de casa mais do que o habitual. O caderno da segunda classe tinha acabado. Tinha de pedir outro à minha mãe e não sabia como fazê-lo. Quando lho disse, ela sabiamente me fez ver o espaço que existia nas margens, que eram sempre uma boa tábua de salvação para pobre nadador.
Dias depois não houve solução. Nem margens, nem dinheiro para outro caderno. A mãe mandou-me falar com a professora, para mo dar da caixa escolar, que para alguma coisa eu a pagava. A professora negou-mo com base na alegação final de que o meu pai estava em África e por isso era rico. Dito e feito, afinal, naquela altura, quem podia ajuizar melhor que a senhora professora?
O meu pai lá continuava a “enriquecer” por África, enganado por um familiar, e a minha mãe a trabalhar de sol a sol na cerâmica, a carregar tijolo para sustentar os filhos, quatro, e comprar umas calças, que certamente só cá existiam, para enviar ao pai pelo correio, com uns tostões nos bolsos.
O mês havia sido muito chuvoso, o que nem sempre era bom para o corpo e quase sempre era mau para a alma. Mas a humidade trazia também os míscaros, que além de gratuitos, sabiam muito bem. Era uma festa procurá-los nos pinhais ali perto, uma autêntica diversão da criançada. Enquanto isso, lá íamos apanhando uma lenha perdida, umas pinhas, e agulhas, para acalorar as histórias do avô e a sopa da avó.
Dezembro foi um mês frio. Talvez pareça hoje impossível, mas de manhã as terras e os caminhos estavam brancos de neve, a água gelada nas poças, a cara cheia de cieiro e os dedos a arder de frieiras. Eu já tinha umas tamancas de madeira, cobertas na frente com pele, mas alguns iam com os pés nus para a escola e voltavam descalços para casa. Naqueles momentos, embora estivesse calçada, o frio entrava-me pelos olhos até à alma. Ainda hoje sinto arrepios quando penso nisso.
Gostava muito de aprender. Além de que escola era melhor do que lavar a roupa no tanque, cozinhar e cuidar dos meus irmãos mais novos. Infelizmente, porém, nem sempre podia dedicar mais tempo à primeira. Além disso, não tinha livro e estudava à luz da vela. Não me esqueço daquele frio da sala de aula, que parecia não afectar a professora, que ia dando a aula sentada junto a um aquecedor e tomando chá que trazia numa garrafa termo. Ainda sinto o aroma da banana que ela saboreava para nosso “entretimento” e, quem sabe, como estratégia para mantermos nela a concentração. Lá que resultava, isso resultava.
O Natal estava a chegar e, com ele, uma enorme e regeneradora felicidade. As crianças aguardavam, com uma ansiedade tão inocente quanto forte, a vinda do menino Jesus. É que, além de anunciar a chegada de um ano novo e seguramente melhor, ele deixaria, pela calada da madrugada de 25, nas tamancas junto à lareira, presentes para os que se tinham portado bem no ano que findava. Nessa manhã, que ainda era noite, corri para junto da fogueira para me deslumbrar com o brilho cintilante de 3 cigarros de chocolate, 5 bombons recheados, 5 nozes e 5 figos secos.
Hoje, na mesma aldeia, há uma fartura que faz esquecer aqueles tempos, e ainda bem. No entanto, se a maioria das pessoas parece ter de tudo, sempre há quem tenha algumas coisas de mais e outras de menos. Valerá a pena pensar nisto?

Ângelo Ferreira
(Publicado na edição de 11/11/2008 do Diário de Aveiro)

Nota: encontrei esta história escrita nas margens de um velho caderno, o que me deu muito jeito, pois não tinha assunto para a crónica de hoje.

(Ler tudo)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ousemos Mobilizar-nos!

O início deste novo século não tem sido particularmente fácil para os portugueses, sobretudo para os de mais baixos rendimentos. E o discurso político, sempre a puxar para baixo, também não tem ajudado. Primeiro veio o 'pântano'; depois o ciclo do 'país de tanga'; e agora, apanhados pelo furacão financeiro, preparamo-nos para acabar a década mergulhados numa crise económica cujas reais consequências ainda ninguém pode prever. Fazer sacrifícios e apertar o cinto é uma dura realidade a que os portugueses parecem infelizmente já se terem habituado nos últimos anos.

As crises, já aqui o escrevi uma vez, embora no primeiro momento se nos apresentem sob a forma de ameaça, na medida em que põem em causa a ordem e as estruturas estabelecidas, têm de ser encaradas como oportunidades. Oportunidade para demonstrar coragem e capacidade de reacção à adversidade. Oportunidade para revelar dinamismo e espírito de iniciativa. Oportunidade para inovar e melhorar as estruturas existentes.

Depois de quase uma década de sacrifícios sem resultados, esta não é a hora de discussões estéreis de passa culpas nem dos que apostam no conflito ou no quanto pior melhor para reinarem. Esta é a hora do país se mobilizar para enfrentar a tempestade que se anuncia e de todos unidos em torno de objectivos comuns construirmos hoje como já construímos no passado um país mais próspero, mais justo e mais solidário.

Dizia Séneca que “não é porque as coisas são difíceis que não ousamos fazê-las. É porque não ousamos fazê-las que elas são difíceis.” Ainda que contra os habituais Velhos do Restelo, ousemos mobilizar-nos. Todos sem excepção. E o Cabo das Tormentas que agora nos anunciam tornar-se-á na Boa Esperança das gerações futuras. Elas agradecer-nos-ão.

(Ler tudo)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Construtor de pontes

"People of the world - look at Berlin, where a wall came down, a continent came
together, and history proved that there is no challenge too great for a world
that stands as one."
Barack Obama, Berlim, 24-07-2008

Barack Obama foi escutado em Berlim, por 200.000 pessoas. É a maior manifestação política na cidade desde a queda do muro. Não espanta que tenha sido de muros que o candidato falou no discurso que escolheu para os Europeus, nesta viagem dirigida aos americanos.
Depois de conseguir o impossível nas primárias americanas, a campanha de Obama tem boas razões para acreditar que esta sua tournée pela Europa e Médio Oriente irá desfazer uma das últimas dúvidas que o eleitorado americano tem sobre o candidato: a sua competência para a política externa.
Os mais cépticos agudizam as críticas numa directa proporção com os sucessos de Obama esquecendo que o seu êxito não começou no dia em que o mundo reparou nele. Vale a pena ler o seu livro para entender o protagonismo que a esperança de que fala tem nesta sua caminhada. Ele é o resultado da própria esperança que proclama e é nessa coerência que reside a chave para a compreensão do seu sucesso e das suas palavras.


(Ler tudo)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nelson Mandela

Tinha 13 anos quando assisti, em directo, às imagens da sua libertação. Uma amiga comentou que estaríamos a assistir a um momento histórico, comentário que redobrou a minha atenção e fez com que nunca mais esquecesse aquele dia.

Ao fim de 27 anos de prisão, Nelson Mandela não elegeu o ódio, mas a concórdia, como causa. Perante as rupturas, optou por fazer pontes e reconciliar a sociedade sul-africana, ficando do lado bom da história.

Um Homem assim, não nos podia ser indiferente e por isso ele é uma inspiração para o MEP.

Hoje comemora 90 anos cheios de Esperança. Ele e o mundo. Estamos de parabéns!


(Ler tudo)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Nunca Desistas!

De 6 a 17 de Setembro decorrem em Pequim os Jogos Paraolímpicos. Estamos apenas a 51 dias mas é dificílimo encontrar referências aos nossos atletas. Devia causar vergonha a forma como a Sociedade em geral, e a Comunicação Social em particular, trata o desporto adaptado. Do Estado não há apoios condignos (enquanto os atletas olímpicos recebem 22 mil euros anuais os paraolímpicos recebem 5 mil; o prémio para atletas medalhados com ouro é de 10 mil euros para um paraolímpico e de 3 vezes mais para um olímpico). Apesar da comitiva portuguesa ter sido apresentada a 30 de Junho não há qualquer referência (por exemplo, nos sites do Instituto do Desporto de Portugal, do Instituto Nacional para a Reabilitação e no da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes) aos 33 atletas que nos vão representar nas modalidades de atletismo, boccia, ciclismo, equitação, natação e vela, num total de 39 provas. Não há um reconhecimento social traduzido, por exemplo, em patrocinadores que possibilitem o financiamento destas modalidades que compreensivelmente são mais dispendiosas. Em Março, o atleta Fernando Ferreira confidenciava-me que apesar de a selecção nacional de boccia – que integra – já estar apurada, subsistiam problemas de verba para a deslocação a Pequim sendo que a equipa portuguesa competirá em desvantagem por não ter conseguido realizar treinos de habituação ao local das provas.

E contudo …
- Em Pequim 2008, a vela portuguesa estará representada pela primeira vez nos Jogos com a participação de Bento Amaral e Luísa Silvano! (ver post de 3 de Julho http://melhorepossivel.blogspot.com/2008/07/isto-fantstico.html )
- Em Atenas 2004, obtivemos 12 medalhas, 6 das quais na modalidade de Boccia!! (hmmm, esperem lá! Estes não são aqueles que têm dificuldades em obterem apoios??)
- Desde a 1ª participação, em 1972, em Heidelberg (Alemanha), Portugal ganhou 76 medalhas em Jogos Paraolímpicos (24 de Ouro; 24 de Prata e 28 de Bronze)!!! (as informações encontradas são contraditórias pois há quem diga que foram mais);

(Estes feitos desportivos nascem concerteza de um trabalho árduo e persistente, pelo que, para além destes, presumo ainda muitos outros, desconhecidos da maioria, em campeonatos mundiais e outras provas).

Da surpresa pela desconsideração surge a surpresa da teimosia destes nossos concidadãos que, com a sua tenacidade, perseverança e coragem, conquistam sempre mais, desafiando-se a si próprios, relativizando de forma assombrosa aquilo que julgamos serem as suas limitações e, ainda por cima!, ultrapassando os obstáculos que nós, consciente ou insconscientemente, enquanto sociedade deixamos que lhes aconteçam. A eles que teimam em não desistir (como é o lema do atleta João Correia – http://www.joaocorreia.com/)

Não é uma questão de mais ou menos medalhas! É uma questão do caminho que se percorre para alcançar os sonhos mostrando como das dificuldades se concretiza esperança e de que matéria são feitos os verdadeiros heróis. Daqueles que habitam o Olimpo. E onde estes nossos atletas já estão há muito, por direito próprio.
(Ler tudo)

terça-feira, 15 de julho de 2008

União para o Mediterrâneo - Uma vitória da Cultura de Pontes

“Um sonho tornado realidade”, foi assim que o Presidente francês se referiu à criação da União para o Mediterrâneo no domingo em Paris. Há cerca de um ano, ainda mal acabara de chegar ao Eliseu, Nicolas Sarkozy anunciou como uma das suas prioridades a intenção de substituir o esgotado Processo de Barcelona, lançado pela União Europeia em 1995, pela União para o Mediterrâneo. Na continuação desta estratégia de aproximação da Europa aos países do sul do mediterrâneo, o Presidente francês juntou este fim-de-semana em Paris, para a formalização da referida União, quarenta e três chefes de Estado e de governos europeus, do Norte de África e do Médio Oriente – entre os quais Bachar Al-Assad da Síria, que assim voltou ao palco da política internacional depois de três anos de isolamento político e diplomático.

A criação da União para o Mediterrâneo constitui um grande momento de esperança para a pacificação do mundo e representa uma vitória da cultura de construção de pontes. É certo que ainda há um longo e difícil caminho a percorrer. Mas depois do aventureirismo belicista dos últimos anos, a intenção manifestada em Paris de encetar esforços no sentido de transformar o mediterrâneo num “espaço de paz, de democracia, de cooperação, de prosperidade e de compreensão humana, social e cultural” não pode deixar de ser motivo de regozijo e de esperança para todos os que acreditam no diálogo de civilizações como forma de aproximação e de resolução dos conflitos entre o Ocidente e o Mundo Islâmico. Esta é, sem dúvida, no plano internacional, uma vitória da cultura de construção de pontes.

(Ler tudo)

sábado, 12 de julho de 2008

Será que Pires de Lima vai acabar a votar MEP?

«Portugal, porém, precisa de alternativa. É a própria essência de democracia que está em causa. A principal função de uma alternativa política, no presente caso, é devolver a esperança aos cidadãos. Portugal precisa sobretudo de esperança. Uma esperança sustentada em propostas políticas fundamentadas e credibilizada por uma equipa de excelência. (…) Uma alternativa que não nos devolva a esperança não é útil, nem credível. Os portugueses precisam do engenho e da arte de um político que nos faça acreditar. Alguém que nos convença que ‘Sim, nós podemos’. Entre outras coisas, podemos sair deste miserabilismo em que nos deixámos atolar.»

Ao ler estas palavras de António Pires de Lima no semanário "Expresso" deste sábado, por momentos pensei que o militante e ex-deputado do CDS tinha aderido ao MEP. Mas não. Afinal Pires de Lima acredita que a alternativa de que fala e de que o país precisa «a existir, está ancorada no PSD», porque, fica subentendido, só PS e PSD podem ganhar eleições e governar Portugal.

Que Portugal precisa de uma alternativa que devolva esperança aos portugueses e os faça acreditar que podemos sair do miserabilismo já nós no MEP sabíamos há muito. Mas Dr. António Pires de Lima, acredita verdadeiramente que os mesmos que conduziram o país ao estado em que estamos ainda nos podem dar razões de esperança? E porque é que fora da velha ordem partidária não pode surgir uma “equipa de excelência” com “propostas políticas fundamentadas”?

Dr. Pires de Lima, sinceramente, se acredita genuinamente na política da esperança porque não apoia o MEP? Ou será que o seu artigo não passa de uma tentativa mais ou menos desesperada de nos copiar o discurso para a direita? Olhe que para além de copiar ser muito feio, os portugueses não são parvos e percebem perfeitamente a diferença entre uma fotocópia e o original.

(Ler tudo)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Tempestade

Este era o título do último artigo do Prof. Daniel Bessa, no EXPRESSO. Da conclusão que retira do que fazer perante uma crise que se transforma em verdadeira tempestade, há a reter uma chave determinante:
"(..) É nestes momentos que se torna evidente que a economia é feita de confiança; e enquanto a confiança não recuperar, a economia não recuperará. Não é motivo para ninguém se suicidar. É motivo para continuarmos a fazer o que tem que ser feito, se possível melhor. Nas empresas, melhorando as operações. No Estado, melhorando as políticas. Sem nenhuma garantia: porque é o que temos de fazer, porque as alternativas serão sempre piores. É a condição humana, no que tem de mais frágil, e de mais puro"

Partilhamos totalmente esta visão de Daniel Bessa. Perante a tempestade,há que fazer melhor. Tendo a certeza que "melhor é possível" e que poderemos vencer mais esta intempérie.
(Ler tudo)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Obama garante nomeação democrata


"And because of what you said – because you decided that change must come to Washington; because you believed that this year must be different than all the rest; because you chose to listen not to your doubts or your fears but to your greatest hopes and highest aspirations, tonight we mark the end of one historic journey with the beginning of another – a journey that will bring a new and better day to America. Tonight, I can stand before you and say that I will be the Democratic nominee for President of the United States."

Ao ultrapassar o número mágico de 2118 delegados, após as eleições primárias no Dakota do Sul e Montana, Barack Obama é, finalmente, candidato à Casa Branca.
Quando há 16 meses atrás arrancou com a sua candidatura, este desfecho era impensável, apesar do entusiasmo que gerava. O que se passou desde esse momento até hoje foi a maior demonstração recente da pertinência da política da esperança para o mundo actual. Obama personifica-a como ninguém e desenganem-se aqueles que não contam com a mesma determinação do candidato na sua nova ambição até Novembro.
Vale a pena ouvir o seu discurso de vitória. A coragem de sempre e a determinação a que nos habituou com a elevação do costume. Definitivamente, a política é outra coisa depois de Obama.

(Ler tudo)

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Hope

Via Bicho Carpinteiro


(Ler tudo)