Mostrar mensagens com a etiqueta Desporto. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Desporto. Mostrar todas as mensagens

domingo, 21 de setembro de 2008

Atiraram bolas (...) e com isso transformaram-se em verdadeiros heróis

Sinto um enorme orgulho pelos atletas praticantes de desporto adaptado, nossos concidadãos, que transformam as suas limitações, superando-se a si próprios, e dando-nos uma lição extraordinária de vida.

Porque merecem ser lembrados, aqui fica a apresentação da Delegação de Portugal aos Jogos Paraolímpicos Pequim 2008.

Rui Ivo Lopes
(Ler tudo)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

os deuses menores do olimpo

Tinha já finalizado a prova, o 40º atleta quando o comentador do canal, pelo qual seguia a prova da maratona, afirmou sobre a chegada daqueles atletas: “…estes corredores já sem qualquer sonho na sua participação …”. Achei aquilo disparatado. Tenho quase a certeza de que quem se prepara, durante anos, para correr 42km tem de ser guiado por algum sonho nomeadamente o da ambição da superação das suas próprias capacidades.

Confesso-me admirador de há muito dos Jogos Olímpicos mas irrita-me esta excessiva direcção dos holofotes apenas para os lugares medalhados. Aliás, em Portugal, a aliança entre esse enfoque exagerado e o fado lusitano deu origem às fases extremas de desilusão – na 1ª semana tudo corria pelo pior e os atletas portugueses em prova eram uma vergonha nacional – que começou a modificar-se com o resultado alcançado por Vanessa Fernandes e originou a euforia com os saltos de ouro de Nelson Évora.

Este sentimentalismo português turva-nos a vista. Não conseguimos relativizar nem os insucessos nem os sucessos. Insucessos causados, por exemplo, pelo azar que bateu às portas de Naíde Gomes e Obikwelu. Que julgamos egoisticamente, como se o céu só desabasse nas nossas cabeças. Que dirão, por exemplo, os americanos das suas equipas de velocistas (masculina e feminina e mais do que favoritas ao topo do podium) que, por más transmissões dos testemunhos, sucumbiram na estafeta 4 x 100m? Os dias não de um atleta não nos devem fazer esquecer o seu muito trabalho, esforço e dedicação até porque os deuses dos estádios por vezes também têm os seus infortúnios.

Temos obviamente de aprender com os erros cometidos. Relativamente à comitiva portuguesa faltou, talvez, alguma dignidade de alguns atletas na forma como assumiram a representação do país embora neste ponto tenhamos todos alguma culpa por apenas nos lembrarmos do desporto na sua globalidade de 4 em 4 anos…e quando nos lembramos exigimos logo o impossível, criticando exageradamente quem não sobe ao podium como se esses lugares dependessem apenas da sorte… Esquecemo-nos que, para ter bons resultados, é necessário ter uma estrelinha de sorte, mas sobretudo visão, planeamento, estratégia, investimento presentes nas equipas técnicas que rodearam os nossos medalhados deste ano. Precisamos de uma política diferente que cuide seriamente do desporto em Portugal.

Tendo em consideração o apoio (ou falta dele?) que é dado à maioria dos atletas fiquei contente com bastantes resultados alcançados. Do velejador Gustavo Lima e do seu brilhante 4º lugar. Do 8º lugar (e novo recorde nacional) de Ana Cabecinha nos 20km marcha e de Vera Santos que ficou em 10º na mesma prova. Do 11º lugar (e novo recorde nacional) de António Pereira nos 50km marcha e 40º de Augusto Cardoso na mesma prova . São resultados memoráveis. António Pereira é electricista de construção civil e treina depois de 8 horas de trabalho. Tal como Augusto Cardoso, pintor de gruas e ao qual a empresa pagou 2 meses de ordenado para poder realizar um estágio. Não revelamos nós, enquanto sociedade, a nossa menoridade, por não os apoiarmos condignamente? Felizmente estes atletas são daquela estirpe que teima em alcançar os seus objectivos. Com aquele ar de satisfação ao cortarem a meta alguém pode afirmar que o sonho não comanda as suas vidas?



---
A 7 de Setembro começam os Jogos Paraolímpicos. Recentemente a SIC transmitiu uma reportagem* sobre 3 dos nossos atletas, daqueles que têm a tenacidade dos que nunca desistem. Em Pequim o velocista Carlos Lopes participará pela 5ª vez nos Jogos. Susana Barroso, nadadora que, por motivos de saúde, abandonou a modalidade mas que o espírito competitivo não afastou das competições, estrea-se em Pequm no boccia. E Carlos Pereira, 1º cavaleiro português em equitação adaptada a participar numas Olimpíadas (Atenas 2004) e que este ano não participará porque não conseguiu o necessário apoio para arranjar um cavalo. (pausa para reflectir…) Espero que o futuro Comité Paraolímpico de Portugal tenha como um dos seus objectivos impedir que estes casos se repitam.

*Pode ser encontrada a partir do 8º minuto do ficheiro "Jornal da Noite (2º parte) 23-08" no sítio da SIC em http://sic.aeiou.pt/online/video/informacao/
(Ler tudo)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ser melhor - Um objectivo para Londres 2012

“Ser melhor” constitui o grande objectivo escolhido pelo MEP para Portugal e que consta do programa provisório que em princípio irá ser submetido a aprovação no 1.º Congresso do Partido, na Ericeira, nos próximos dias 4 e 5 de Outubro.

Portugal para ser melhor precisa de motivação, ambição e persistência.

Ao longo da nossa História já demonstrámos ser capazes de superar desafios que à partida pareciam invencíveis. O nosso problema é o dia-a-dia. Não programamos com a antecedência devida as acções que nos propomos realizar, somos pouco rigorosos na sua execução e não temos uma verdadeira cultura de avaliação e responsabilidade. Isto acontece não só no sector privado, mas também com maior frequência no sector público.

Nestes Jogos Olímpicos, todos nós pensámos que Portugal iria alcançar mais medalhas, iludidos pelos bons resultados que o futebol português tem alcançado no últimos tempos. Deixámos que nos entusiasmassem mais que o habitual.

Mas, em boa verdade, Portugal nunca teve uma política de desporto, pelo que “ser melhor” em Pequim 2008 era para nós à partida mais difícil.

Vanessa Fernandes (prata, 2008) e Nelson Évora (ouro, 2008) são, como foram, entre outros, Rosa Mota (bronze, 1984; ouro, 1988), Carlos Lopes (prata, 1976; ouro, 1984), Fernanda Ribeiro (bronze, 2000), Nuno Delgado (bronze, 2000), Rui Silva (bronze, 2004), Francis Obikwelu (medalha de prata, 2004), Sérgio Paulinho (medalha de prata, 2004), casos raros de um exemplo para todos nós de ambição, persistência e vontade de “ser melhor”.

Sem condições e incentivos serão cada vez menos os portugueses a quererem ser melhores. Pelo contrário, quanto mais portugueses praticarem desporto, maior será a probabilidade de termos mais atletas na alta competição e, por conseguinte, de sermos melhores. Portugal precisa por isso de investir muito mais no desporto em geral, nas escolas, nos clubes, nos bairros, nos parques, nas praias, no trabalho, no desporto amador e no desporto de competição.

O investimento no desporto criaria emprego, melhoraria a saúde e bem-estar geral, diminuiria a ociosidade, fomentaria a coesão social e aumentaria a confiança e a auto-estima dos portugueses.

Noutros países, as escolas e as universidades têm um papel crucial no desenvolvimento do desporto. Existe uma preocupação em conciliar o desporto de alta competição e a actividade escolar. As infra-estruturas desportivas dos estabelecimentos de ensino são melhores que muitos dos nossos clubes ou associações e os alunos podem escolher entre as mais diversas modalidades.

Por cá, o máximo que se tem conseguido, é o transporte dos alunos de algumas instituições de ensino privado para clubes desportivos após o horário escolar, mediante o pagamento do respectivo acréscimo de mensalidade.

Preocupo-me seriamente quando oiço um dos nossos melhores velejadores, de 31 anos de idade, que há treze anos se dedica a representar Portugal, e que arrecadou ao longo da sua carreira diversos títulos europeus e mundiais, referir publicamente que para preparar os Jogos Olímpicos de Pequim a tempo inteiro dispôs unicamente de uma bolsa de 1.250,00 euros mensais, que corresponde aproximadamente ao vencimento de um técnico superior de 2.ª classe, em inicio de carreira na função pública! O Clube que representa tem-se limitado a enviar-lhe sms sempre que obtém uma boa classificação ...


Precisamos, por isso, urgentemente de uma política diferente, que cuide seriamente do desporto em Portugal.

É necessário, por exemplo, dotar as nossas escolas e universidades de equipamentos desportivos e treinadores qualificados, conciliar os horários escolares, organizar e garantir transporte para os clubes desportivos, estabelecer parcerias entre o Estado e os clubes desportivos, dar mais apoio financeiro e logístico aos nossos atletas olímpicos, conceder benefícios e isenções fiscais, organizar mais competições e eventos desportivos, incentivar a participação das empresas privadas e rever o estatuto do estudante desportista.

“Ser melhor” no desporto em Londres 2012 deveria mobilizar Portugal.

Fonte da imagem: http://www.vanessafernandes.net/paginas/home.asp

(Ler tudo)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Nelson


Nelson Évora conquistou, em Pequim, a medalha de ouro de Triplo Salto. A primeira numa disciplina técnica do atletismo e a quarta conquistada por portugueses em Jogos Olímpicos.
Parabéns!
Nota: Em todos os trabalhos, é fundamental saber manter o rumo. A pressão, as contrariedades e a confusão sempre aparecem mas, se fizemos as nossas escolhas e nelas pusemos a nossa confiança, não podemos tirar os olhos do objectivo, pois se o fizermos, vamos acabar à deriva.
Desta história, fica um ensinamento para Portugal e para os portugueses: precisamos de aprender a confiar no nosso trabalho e de viver cada fase do processo nos tempos certos. O momento da avaliação é o último de todos...

(Ler tudo)

Parabéns Nélson Évora


Nélson Évora
Campeão Olímpico Triplo Salto
Pequim 2008

Fonte da imagem: http://en.beijing2008.cn/news/sports/headlines/athletics/n214572072.shtml
(Ler tudo)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Parabéns Vanessa Fernandes!

Vanessa Fernandes conquista medalha de prata no triatlo olímpico

Vanessa Fernandes acaba de nos dar uma grande alegria. Ficamos contentes sobretudo por ela e pelo que a medalha siginifica de compensação para o seu esforço e dedicação, assim como daqueles que a apoiam.
Mas, neste momento de alegria, coroado com uma medalha olímpica, não podemos deixar de enviar um abraço aos outros atletas que não subiram ao pódio e deram o seu melhor. Também eles são dignos do nosso apoio, da nossa admiração.
Não quer isto dizer que não tenhamos o direito de ser exigentes e de sonhar com medalhas, porque temos. E não devemos, como diz Margarida Neto no texto anterior, resignar ao tradicional queixume e desresponsabilização.
Um abraço especial a Francis Obikwelu, sobretudo pelo que ele representa de humildade e simplicidade, mas também pelo símbolo que ele é de e para Portugal, que tantas alegrias já nos deu, vestindo orgulhosamente as cores nacionais. Ele é também o símbolo daquilo que para mim representa "ser português", o que extravaza muito as fronteiras físicas, o local de nascimento, a raça, a cultura, a religião. No fundo, "ser português" bem podia significar "ser universal", nessa vocação para o mar, porto de partida e chegada permanentes.

Ângelo Ferreira
(Ler tudo)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Parabéns Naide e Nélson

Naide Gomes bate recorde nacional do salto em comprimento (no Público)

«A portuguesa Naide Gomes bateu hoje, pela segunda vez no espaço de uma semana, o recorde nacional do salto em comprimento, conseguindo a melhor marca mundial do ano, ao saltar 7,12 metros no segundo ensaio do "meeting" internacional do Mónaco.»
Foto: Laszlo Balogh/Reuters (arquivo)
Nelson Évora de prata no triplo salto (no Expresso)
«O atleta português Nelson Évora conquistou hoje a medalha de prata no concurso de triplo salto do Meeting Internacional do Mónaco, com a marca de 17,24 metros, a melhor marca pessoal da temporada.»

(Ler tudo)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Nunca Desistas!

De 6 a 17 de Setembro decorrem em Pequim os Jogos Paraolímpicos. Estamos apenas a 51 dias mas é dificílimo encontrar referências aos nossos atletas. Devia causar vergonha a forma como a Sociedade em geral, e a Comunicação Social em particular, trata o desporto adaptado. Do Estado não há apoios condignos (enquanto os atletas olímpicos recebem 22 mil euros anuais os paraolímpicos recebem 5 mil; o prémio para atletas medalhados com ouro é de 10 mil euros para um paraolímpico e de 3 vezes mais para um olímpico). Apesar da comitiva portuguesa ter sido apresentada a 30 de Junho não há qualquer referência (por exemplo, nos sites do Instituto do Desporto de Portugal, do Instituto Nacional para a Reabilitação e no da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes) aos 33 atletas que nos vão representar nas modalidades de atletismo, boccia, ciclismo, equitação, natação e vela, num total de 39 provas. Não há um reconhecimento social traduzido, por exemplo, em patrocinadores que possibilitem o financiamento destas modalidades que compreensivelmente são mais dispendiosas. Em Março, o atleta Fernando Ferreira confidenciava-me que apesar de a selecção nacional de boccia – que integra – já estar apurada, subsistiam problemas de verba para a deslocação a Pequim sendo que a equipa portuguesa competirá em desvantagem por não ter conseguido realizar treinos de habituação ao local das provas.

E contudo …
- Em Pequim 2008, a vela portuguesa estará representada pela primeira vez nos Jogos com a participação de Bento Amaral e Luísa Silvano! (ver post de 3 de Julho http://melhorepossivel.blogspot.com/2008/07/isto-fantstico.html )
- Em Atenas 2004, obtivemos 12 medalhas, 6 das quais na modalidade de Boccia!! (hmmm, esperem lá! Estes não são aqueles que têm dificuldades em obterem apoios??)
- Desde a 1ª participação, em 1972, em Heidelberg (Alemanha), Portugal ganhou 76 medalhas em Jogos Paraolímpicos (24 de Ouro; 24 de Prata e 28 de Bronze)!!! (as informações encontradas são contraditórias pois há quem diga que foram mais);

(Estes feitos desportivos nascem concerteza de um trabalho árduo e persistente, pelo que, para além destes, presumo ainda muitos outros, desconhecidos da maioria, em campeonatos mundiais e outras provas).

Da surpresa pela desconsideração surge a surpresa da teimosia destes nossos concidadãos que, com a sua tenacidade, perseverança e coragem, conquistam sempre mais, desafiando-se a si próprios, relativizando de forma assombrosa aquilo que julgamos serem as suas limitações e, ainda por cima!, ultrapassando os obstáculos que nós, consciente ou insconscientemente, enquanto sociedade deixamos que lhes aconteçam. A eles que teimam em não desistir (como é o lema do atleta João Correia – http://www.joaocorreia.com/)

Não é uma questão de mais ou menos medalhas! É uma questão do caminho que se percorre para alcançar os sonhos mostrando como das dificuldades se concretiza esperança e de que matéria são feitos os verdadeiros heróis. Daqueles que habitam o Olimpo. E onde estes nossos atletas já estão há muito, por direito próprio.
(Ler tudo)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Isto é fantástico!


A Laurinda Alves, no seu blogue, dá-nos a conhecer o Bento Amaral, um tetraplégico, campeão do mundo de vela adaptada e chefe dos provadores do Instituto de Vinhos do Douro e do Porto.

Amigos de longa data, a Laurinda diz que "tudo o que o Bento faz tem muita pinta! A começar por ele próprio..."

Sem conhecer, tendo a concordar. Este é um enorme exemplo de que "Melhor é Possível!".

(Ler tudo)