sexta-feira, 3 de abril de 2009

Investimento com objectivos numa rede consular interligada e eficiente

Política global, gente aquém
Isto porque, explica Neves Ferreira, Portugal tem uma "política externa global", com "uma cobertura muito grande" em todo o mundo. "Podemos decidir não ter uma política externa global" mas, se decidirmos mantê-la, "a relação custo/eficácia resolve-se com mais gente e não fechando embaixadas", considera.

Países da dimensão de Portugal, como o Luxemburgo ou a Dinamarca, por exemplo, não têm nem de perto nem de longe o mesmo número de embaixadas nacionais no estrangeiro.

"Somos vítimas do sucesso da nossa história, um passado de Descobrimentos, prestígio internacional, uma postura de diálogo. Tudo isto resulta numa rede diplomática enorme. A primeira embaixada que abriu na Tailândia foi a nossa!", realça Miguel Brito Abreu, adjunto da secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

Uma embaixada deve funcionar "no mínimo dos mínimos com duas pessoas", mas "hoje há casos em que é só uma", exemplifica Tadeu Soares, frisando: "Estamos constantemente a tapar a cabeça destapando os pés."
(Ler o artigo completo no Público online)

Depois de ler o artigo, fica mesmo a pergunta: Qual política externa queremos para o nosso País?
Como é sublinhado no artigo, há dois tipos de política externa:
- polílica externa global;
- política externa reduzida e mais selectiva.

Se decidirmos manter uma política externa global, então devemos ter mesmo uma verdadeira política externa global. Isso implica ter mais gente e não fechar embaixadas e consulados.

Se decidirmos mudar oficialmente de política, então devemos informar os Portuguses, mas sobretudo os mais interessados: os nossos emigrantes. Isso implica desinvestimento, fecho de embaixadas/consulados e diminuição do apoio as nossas comunidades com consequência directa: o afastamento dos nossos emigrantes. Seria péssimo. Não se poderia depois, pedir como pediu recentemente o nosso Presidente da República, dinheiro aos emigrantes.

Eu sou claramente para a primeiro opcção por causa das nossas comunidades, da nossa história, do passado de Descobrimentos, do prestígio internacional e da nossa postura de diálogo. Mas não da maneira que é feita actualmente.
Devemos ter um plano e uma nova visão que passa por considerar a nossa rede consular não como um custo mas sim como um investimento público mas que teria de haver claros e definidos objectivos a atingir.

Deverias se definir, por exemplo, tanto a nível regional e como a nível local, o número de consulado, as suas localizaçðes, o número de funcionários, todos os serviços a prestar e todos os objectivos a cumprir como taxa de satisafação dos serviços prestados aos nossos emigrantes, divulgação e promoção, da marca "Portugal", da nossa cultura e dos nossos produtos, etc...

Isso seria decidido por uma comissão/equipa composta por representantes do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), do Instituto Diplomático (IDI), da Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses (ASDP), dos funcionários consulares, das associaçðes das comunidades, do Instituto Camões, do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) entre outras entidades.

O sucesso do plano dependeria da acção e participação activa em comum de todos os elementos da comissão/equipa mas dependeria sobretudo da participação e intervenção activa dos nossos emigrantes.

E tempo para a maioria deles, se calhar, de parar de se queixarem nos seus cantinhos sem resultados práticos, de só querem ganhar dinheiro/bens e de passar ferias nas suas terras natais. E tempo, de sair dos seus lares, construir verdadeiras comunidades unidas e serem verdadeiros embaixadores fazendo promoção da sua cultura e dos seus produtos.

Todos ficaram a ganhar tanto no estrangeiro como dentro do País porque isso resultaria no desenvolvimento das empresas nacionais e das exportaçðes portuguesas.

Lembram-se que o futuro de Portugal está também nas suas mãos e que tem uma palavra a dizer.

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