Nisto estamos todos de acordo: queremos mais e melhor Educação para as nossas crianças e jovens. Já não é tão claro que todos atribuamos os mesmo significado a este desígnio e, menos ainda, que definamos a mesma estratégia para o alcançar.
Olhando para os dados recentemente publicados pelo ME (http://www.min-edu.pt/np3/np3/4148.html) no que respeita aos resultados escolares, há que reconhecer o trabalho que foi feito trabalho no combate ao abandono e insucesso, utilizando instrumentos válidos como os percursos alternativos, os cursos de educação e formação e os planos de recuperação e acompanhamento.
Reconhecido este trabalho, ocorrem-me dois comentários:
1- Facilitismo: é o argumento que ressalta de imediato. Estes números resultam de um baixar de fasquia? Para ajudar a clarificar esta questão nada como usar a Estatística. Gostaria de ver também a série cronológica da média das notas neste período, bem como a série cronológica das notas dos"bons alunos". E depois sim, avaliar. Porque o sistema não é feito de alunos médios, nem só de "maus" alunos. E um discurso sobre resultados escolares que não atenda à globalidade, i.e, também à ponta da "excelência", parece-me enviesado.
2- O que falta ainda fazer: todos sabemos que, depois dos "grandes saltos", fica o dificil trabalho de "pesca à linha". Ou seja, as próximas melhorias nos números do insucesso serão mais dificeis de obter. O MEP apresenta aqui propostas válidas (http://www.mep.pt/images/Legislativas/programa_eleitoral_anexo_i.pdf) nesta lógica de não deixar ninguém para trás. Nem mesmo os últimos 7,7%.
Ana Rita Bessa
3 comentários:
Qual facilitismo, qual quê?!
Adoro ver esta cambada de gente, que nem pegou nos exames nacionais de ano nenhum, e depois dizem que é facilitismo!
Voltem para a escola ;)
Infelizmente grande parte desta (suposta) melhoria nos resultados deve-se unicamente à quase impossibilidade de "chumbar" um aluno nos dias hoje.
Ou alguém acredita que num par de anos o nosso sistema de ensino melhorou de forma estrondosa... ou terão os alunos ficado mais inteligentes?
Enfim... sem dúvida algo a melhorar... mas sem o facilitismos por favor, porque qualquer dia para chegar ao 12º ano basta saber contar até 10.
Mas andamos a brincar à educação ou coisa parecida? Deixo aqui a questão de alguém que convive frequentemente dos dois lados da barricada (Aluno e Professor). Baixou a percentagem de abandono escolar mas à custa de quê? Facilitismo na escola? Novas oportunidades?
E eu pergunto e assim que os fundos da UE acabarem como vai ser? Vamos ter um abismal aumento de abandono escolar?
Não é "comprando" alunos que passamos a ter jovens mais qualificados para o mundo de trabalho..mas há quem não veja isso
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