Num hospital de Lisboa Laurinda Alves e outra voluntária conversam com uma mulher que contempla a morte; podemos imaginar a dor, a partilha e o amor; a reunião prolonga-se, as três mulheres de mãos dadas. No final, a doente terminal pergunta: - “Mas afinal o que é que vocês vieram vender?”.
Laurinda Alves é voluntária de cuidados paliativos - uma forma de prestar apoio ao corpo e ao espirito de doentes terminais - a história acima foi contada no final de um encontro, em Aveiro, no âmbito da sua campanha para o Parlamento Europeu.
Há qualquer coisa de desarmante na Laurinda. O MEP prometeu fazer política de maneira diferente e com isso pensamos em política de acordo com os princípios da Polis , da decência e da humanidade. Fazer a política “pelo livro” da tradição democrática. Laurinda Alves está não só a inovar na maneira de fazer política mas também a convidar-nos, a todos, a re-escrever o próprio “livro”.
No Parlamento Europeu, Laurinda Alves promete ser voz e ouvido. Voz daqueles que não a têm. Ouvido de todos os cidadãos que pretendem saber e discutir as decisões que se tomam no Parlamento Europeu e que afectam o seu dia a dia e a sua vida. A bondade dos objectivos justifica o benefício da dúvida, a história da vida de Laurinda Alves dá crédito ao processo. A noção de valor acrescentado surge quando vemos Laurinda na acção em esfera pública: na capacidade de dissipar barreiras, de sentir as expectativas das pessoas por dentro e de as tratar pelo nome próprio, de dizer a palavra certa no tempo certo, sem o artifício da lição estudada em casa ou do tique profissional, pelo evidente prazer que retira do diálogo com o outro.
Laurinda Alves tem o “Amor Mundi” - essa forma de amizade cívica pelo outro - que desdobra a maneira de vermos as nossas possibilidades no futuro. Por isso, Laurinda sugere que nos comprometamos todos a re-escrever o “livro”, retirando a manta impermeável que separa os políticos dos seu concidadãos, assumindo que o poder emerge do compromisso de agirmos em conjunto para o bem comum. Laurinda Alves faz-nos acreditar que através do diálogo e da acção em esfera pública, o ser humano pode mudar a sua condição. Faz-nos acreditar na transcendência em política.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Laurinda
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1 comentário:
Caro José, agora deixou-me sem palavras. Obrigada é a
unica que me sai depois de ler o seu post. Muito obrigada pela confiança que, como sabemos, gera confiança. Abraço!
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