domingo, 22 de março de 2009

Coisas pequeninas que podem tornar-se grandes

RTP retira da emissão anúncio à Antena 1 que gerou polémica

Parece-me perigosa esta tendência de ceder logo ao politicamente correcto. É que, em Portugal, o politicamente correcto está, por vezes, formatado por uma classe pensante que tem enquistada uma ideia de conquista da liberdade que, no fundo, é pouco pela liberdade quando essa liberdade não lhes é favorável ou toca nalguma "vaca sagrada". Não há liberdade de expressão se ela for para criticar direitos, símbolos, conquistas... ainda que seja num anúncio publicitário.  Muito menos em anúncios publicitários das empresas públicas, porque "é um ultraje". Quer dizer, não há liberdade de expressão, ponto. Só há quando está do "nosso" lado, do lado conveniente (algumas pessoas serão as mesmas que queriam proibir as caricaturas dos bombistas que evocam Maomé, mas não se importam nada com outros bonecos). Ninguém explica a estas pessoas que a maioria dos portugueses sabe distinguir os direitos do uso enviesado que deles por vezes se faz e que não vai deixar-se de respeitar a constituição por causa do anúncio? De que têm medo, afinal?
O anúncio pode ser de mau gosto e até ter tido intenções para lá da mera publicidade à antena - e isso podia ser verificado-, mas exigir a sua retirada do ar, a queda da administração, e por aí adiante, parece-me de um moralismo despropositado (e é, para mim, um ataque à liberdade de expressão, pensamento e criatividade).
Há tanto assunto sério a que dar atenção.

1 comentário:

Anónimo disse...

José de Villalobos

Entendo esta especulação intelectual,concerteza !
Portugal,se não existisse tinha mesmo de ser inventado !
O políticamente correcto já não pode, mas o incorrecto também ainda não...
"É a vida",como diria o sábio Guterres...

30-3-09