Resolvi partilhar (com a devida autorização do autor) este mail enviado por um amigo, director geral de uma empresa da área dos químicos e minerais, aos seus colaboradores.
“Tempos conturbados”
Caros colegas,
Desde há alguns anos a esta parte que somos constantemente inundados de novas normas legais aplicadas à(s) nossa(s) actividade(s), directivas comunitárias, regulamentos de todos os tipos e para tudo aquilo que fazemos (REACH, SIRAPA, Movimentos Transfronteiriços, GHS-“Normas Internacionais de Rotulagem”, …), entidades reguladoras e fiscalizadoras (DGV, APA, IGAOT, ASAE, DGF, DGA, BdP,…), e que se traduz, na “pele” (na nossa, claro), a um cem número de práticas e conhecimentos internos (obrigações) que são necessários possuirmos para darmos resposta a todas esta solicitações por parte de todas estas entidades e, obviamente, cumpri-las (ou pelo menos tentar).Longe vai o tempo em que tendo a contabilidade ao dia e pagando atempadamente os respectivos impostos (alguns nem isso faziam), era sinónimo de “estarmos ao dia para com as nossas obrigações”. Infelizmente hoje em dia essa não é a realidade. A Europa (o sonho dessa Europa que nos abriria todas as portas para o crescimento e prosperidade) vem-nos apanhar em contra pé e remeter-nos para aquilo que somos… um país europeu, sim, mas mal preparado para apanhar essa carruagem de um tal de “comboio de alta velocidade” onde viajamos, por analogia com os Indianos das classes mais pobres, no cimo das carruagens (i.e.: na rua e à intempérie) e não dentro das classes conforto ou mesmo turística que seja.Já rotos (literalmente falando) e cansados de levar com tudo (desprotegidos por uma dita “classe” que nos governa e que, alegadamente, deveria zelar pelos nossos interesses), somos forçados a estar ao nível de outros povos europeus, que fruto dos seus governantes que atempadamente souberam apetrechar-se e disponibilizar meios aos seus concidadãos (e empresas):Educação & Conhecimento - resultando em cultura e sentido de responsabilidade e dando-lhes um sentido claro sobre a razão do “Ser Social”, quer no espaço quer no tempo - Infra-estruturas adequadas e facultando um Estado ágil e eficiente, realmente ao serviço das pessoas e não contra estas… somos agora apanhados (também por culpa nossa uma vez que deveríamos saber que a factura um dia chegaria para pagar), neste novelo difícil de desembaraçarmos Não bastava a crise, ainda temos que nos preocupar com todas as outras coisas vindas de Bruxelas e diligentemente transpostas para as nossas Leis, que mais parece pretenderem acabar com o tecido produtivo europeu (pelo menos o que não criou uma dimensão multinacional). Mas é esta a realidade de hoje e não outra! À parte das vendas e dos bons ou maus créditos, o nosso futuro passa por tomarmos as melhores opções face ao que é necessário fazer para que possamos “sobreviver” no tempo enquanto empresa e enquanto pessoas que dela fazem parte…O futuro jamais será igual ao que foi até aqui!... e as Leis e Regulamentos… quer gostemos (que não gostamos!), quer achemos serem uma verdadeira “chatice”, fazem parte do nosso quotidiano e condicionam-nos (felizmente também aos nossos concorrentes e demais “players”…pelo menos assim o esperamos) e, no meu entender, são verdadeiros focos de reais ameaças caso não os encaremos com a seriedade e frontalidade devida.
Como diria Charles Handy:… “O Futuro não é inevitável. Se soubermos como queremos que ele seja, poderemos influenciá-lo”.
João Nogueira Soares
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Tempos conturbados
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1 comentário:
Aqui esta um texto que te de bem escrito e bem pensado.
De tudo quanto contém, ressalta a ideia de alguém que sabe ter de viver num mundo cheio de normas, mas não concorda de todo com grande ou a maior part delas.
Em boa verdade, nem eu. O excesso de normas cumunitárias que são transpostas para a nossa legislação sem a mínima contestação por parte do governo. algumas delas são autenicas «aberrações».
Veja-se a última relativa à taxa sobre os pagamentos com cartôes. Não lembra ao diabo! A ser verdade, o que não creio, o nosso Governo não vai permitir que tal ocorra. Já não bastavam as diuficuldades do dia a dia, ainda teríamos de passar o tempo a escolher a loja ou lojas que vendem sem aplicar a referida taxa.
Mas como bons alunos e obedientes que somos,lá vamos aceitando tudo o que nos pões à frente. O medo do castigo é enorme! Perdermos o comboio da Europa, não é bom. Da mesma Europa que nos oprime e acorrenta. que nos dá com uma mão e tira coma outra. Da mesma Europa onde queremos estar e ao mesmo tempo é contra muito do que poderíamos e quereríamos fazer nas nossas vidas.
È inquestionável que a nossa entrada, na então CEE, foi de capital importância para arranque para o desenvolvimento do nosso País em muitas áreas. Mas tamném o é, pela quantidade de entraves aos nossos projectos caseiros, onde o emprendorismo salta à vista.
É bom estar na UE, pelo muito de contribuição financeira para vários projectos e em vários quadrantes, mas também passa pelo outro prisma, que é o de tolher e obrigar ao desperdício de recursos que tanta falta fazem à nossa economia e a tanta gente.
Mas, como em tudo na vida, há que ter esperança num tempo melhor. Há que lutar por ele e coninuar a trabalhar incansávelmente.
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