quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Questão educacional e ética

O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (...) Mário Mendes disse que a corrupção é um problema "sério", mas que, "acima de tudo, é um problema social sério".

"Acho que é perigoso encontrar todos os remédios para a corrupção a jusante, ou seja, no aparelho judiciário", disse ainda, notando que "os remédios [contra a corrupção] têm de ser encontrados antes".

Questionado sobre eventuais medidas preventivas contra a corrupção, Mário Mendes referiu à Lusa que "é muito difícil adoptar medidas" neste domínio porque é "uma questão educacional e ética", sendo aí que o país está a "falhar redondamente".

Público

3 comentários:

Jorge Marques disse...

Talvez tenha razão... Mas as elites (e, em particular, as elites políticas), ao assumirem comportamentos pouco recomendáveis em relação à corrupção também não ajudarão muito. Contudo, o pior de tudo parece-me ser o ambiente social português que se tornou pouco tolerante com o insucesso individual, o que, muitas vezes, serve de pressão para a ultrapassagem dos limites eticamente aceitáveis. Ser famoso, rico, poderoso tornou-se imprescindível para ser feliz! Quando assim é, tudo o resto passa necessariamente para segundo plano.

Miguel Martins dos Santos disse...

Pior do que valer tudo para ser feliz/rico é que ser correcto vale hoje muito pouco.

Jorge Marques disse...

Mais um exemplo do período "vale tudo" que estamos a atravessar:
Um vogal do Conselho Superior da Magistratura, órgão que avalia os juízes, é advogado do ex-presidente da REN, arguido no processo Face Oculta.