por Margarida Neto
Sim! Felizmente!
Há notícias que nos fazem bem….
Hoje, no meio dos telejornais (porque não fazê-lo logo na abertura?) a notícia surpreende.
A campanha do Banco Alimentar conseguiu mais um recorde. 19OO toneladas de alimentos.
Nunca se conseguiu tanto. Mais uma vez. A generosidade não tem limite. Todas as campanhas batem os números anteriores. É fantástico. É diferente. É nosso. Somos assim….
Esta campanha era, porventura, mais difícil.
O frio, a chuva, as condições adversas, a crise… tudo fazia supor que as dificuldades seriam enormes..
Vi na rua os jovens e os menos jovens, na sua alegria de servir.
Os números são claros. 20.OOO voluntários. Por esse país fora. Tanta gente…e tanta gente….
Que nos confronta. Que nos provoca admiração. Que nos enche de esperança.
E Portugal é assim. Quando toca a rebate, lá estamos. De todas as maneiras.
Muitos dão mais do que podem. Eu sei. Eu vi.
A crise? Sim, sentimo-la no dia a dia, num quotidiano cada vez mais difícil.
Mas o coração humano é assim.” A crise não é só minha”. “Há quem necessite mais do que eu”.
“Se eu sinto a crise, o que sentirão os que têm menos do que eu?”
Acho que desta vez, o motor da generosidade, foi exactamente a crise. Sabermos da pobreza envergonhada.
Do salário que não chega. Dos desempregados e do trabalho precário… e o que se prevê que aconteça….
Estes problemas não se resolvem com o Banco Alimentar, claro que não.
Mas há milhares de instituições que sobrevivem assim. E há pessoas que são ajudadas. A fome é uma indignidade.
Esta campanha faz a diferença para muita gente, em muitos lugares do nosso país.
E é comovente. Esta rede de solidariedade que num fim de semana de descanso, nos acorda para a realidade da vida.
Parabéns ao Banco Alimentar. Parabéns a uma grande mulher que se chama Isabel Jonet. E a todos os que trabalham com ela.
De onde lhe vem a alma e a convicção?
Da certeza que também o coração move montanhas. E que o mundo precisa de mais justiça, mais equilíbrio.
E que melhor tem de ser possível.
O que fazer desta manifestação de solidariedade?
Torná-la mais organizada. Mas articulada. Mais eficaz. Mais no quotidiano. Mais sempre.
Sei que somos capazes.
Uma notícia como esta, faz-nos bem…
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Há notícias que nos fazem bem!
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
Porque hoje se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, retiro alguns elementos de caracterização da situação em Portugal que constam no Plano Nacional de Acção para a Inclusão PNAI 2008 - 2010. Urge fazer algo porque melhor é necessário e possível!
«As situações de pobreza continuam a manifestar-se de forma mais acentuada em alguns
subgrupos populacionais. Apesar das melhorias significativas no bem-estar das criancas e das
suas famílias, as crianças permanecem um grupo particularmente vulnerável, tendo em conta
que a infância surge como um fase decisiva nas subsequentes oportunidades de vida e onde a
multipla privação pode ter um impacto irreversivel na transmissão intergeracional da pobreza.
Em 2006, cerca de 21 por cento de criancas (0-17 anos) viviam em situacao de pobreza. O
carácter persistente destas situações também é significativamente superior ao de outros
grupos da população, com cerca de 22 por cento das criancas abaixo do limiar de pobreza em
2001 e em pelo menos dois dos três anos precedentes (face a 15 por cento na população
total). Há que assinalar, no entanto, a incidência de pobreza nas criancas tem acompanhado
a tendência nacional de retrocesso, estando esta realidade relacionada com a melhoria da
situacão das familias com crianças, um dos grupos onde se reflecte uma maior incidência de
pobreza em Portugal. Em 2004 as situações de pobreza abrangiam cerca de 25 por cento da
populacão infantil portuguesa. A população idosa, por outro lado, é o subgrupo populacional
que vive em maior risco de pobreza. Em 2006, existiam 26 por cento de idosos em risco de
pobreza (26 por cento de mulheres, 26 por cento de homens) face a 18 por cento da
populacao total. O retrocesso das situacções de pobreza manifesta-se tambem sobre a
população idosa, que em 2004 abrangia 29 por cento desta população. Os idosos são também
um dos grupos mais vulneráveis à desigualdade de rendimento. Os rendimentos médios das
famílias e a sua fragilidade face a novas situações de pobreza, estão também cada vez mais
sujeitos a pressões sociais e culturais de hábitos de consumo e despesa. O padrão médio de
despesas das famílias portuguesas aponta para uma elevada percentagem da despesa afecta
aos encargos com creditos, nomeadamente com o crédito à habitação. Neste contexto, tem-se
verificado um agravamento da capacidade das famílias para fazer face a estes
compromissos, gerando-se situações de pobreza monetária súbita com maior frequência nos
últimos anos.»
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