No passado fim de semana o Expresso considerou diversas hipóteses resultados para as próximas eleições legislativas.
Além das cinco forças políticas habituais, aparece uma misteriosa coligação OP/B/N que poderá, segundo o jornal, vir a obter um deputado pelo círculo de Lisboa e uma votação entre 6% e 7%. Contudo, nas notícias sobre as listas apresentadas para as legislativas não se vislumbra esta coligação, pelo que fica a dúvida sobre quem irá para o parlamento no caso de ser eleito um deputado.
Quem conhecer a práticas das notícias sobre eleições poderá reconhecer que afinal em OP/B/N se misturam outros partidos (um dos quais com hipóteses de eleger um deputado) com os votos brancos e nulos (ambos irrelevantes em termos de eleição de deputados).
Esta forma de apresentar resultados é um excelente exemplo de como a igualdade de oportunidades é ignorada pelos media.
Colocar numa tabela de síntese os outros partidos misturados com os brancos e nulos é já uma má prática pois tende a sugerir a irrelevância dos outros partidos. E não permite sequer distinguir qual o peso real dos outros partidos. Quando o que está em causa é o número de deputados eleitos, então é ainda mais absurdo em termos informativos.
O que é decisivo é saber qual a percentagem dos outros partidos e, em particular, qual ou quais estarão em melhores condições de obter o tal deputado. Em condições de não haver nenhuma maioria absoluta óbvia, um deputado pode fazer toda a diferença (como já vimos no passado) ou pode ter grande significado político. Será o MRPP? O PPM? Ou o PNR?
Quem acompanhar de perto a política partidária poderá facilmente concluir que o misterioso partido será muito provavelmente aquele que nas últimas eleições europeias obteve no distrito de Lisboa 2,4% dos votos, percentagem que em legislativas garante um deputado pelo círculo de Lisboa: o MEP.
Nestas condições o natural seria que se distinguisse o partido que está próximo de obter um deputado (assumindo que o critério da tabela era a representação parlamentar futura).
Ao evitar o símbolo do MEP a par dos outros partidos com perspectiva de representação parlamentar futura e ao amalgamar este partido com todos os restantes e até com os votos brancos e nulos, está a dar-se um tratamento diferente a circunstâncias iguais, confundindo o leitor menos esclarecido em vez de dar uma informação de qualidade.
Infelizmente os media nacionais têm-se limitado a ridicularizar a directiva da ERC sem se atreverem minimamente a discutir o que seria importante: como garantir a igualdade de oportunidades sem entrar num igualitarismo de fita métrica? O que significa para eles "às notícias ou reportagens de factos ou acontecimentos de idêntica importância deve corresponder um relevo jornalístico semelhante"?
Parece que está mais actual do que nunca a petição proposta pelo MEP para a reflexão dos jornalistas onde de pede exactamente "igualdade de oportunidades durante a campanha". Se ainda não assinou, não deixe de o fazer.
Além das cinco forças políticas habituais, aparece uma misteriosa coligação OP/B/N que poderá, segundo o jornal, vir a obter um deputado pelo círculo de Lisboa e uma votação entre 6% e 7%. Contudo, nas notícias sobre as listas apresentadas para as legislativas não se vislumbra esta coligação, pelo que fica a dúvida sobre quem irá para o parlamento no caso de ser eleito um deputado.
Quem conhecer a práticas das notícias sobre eleições poderá reconhecer que afinal em OP/B/N se misturam outros partidos (um dos quais com hipóteses de eleger um deputado) com os votos brancos e nulos (ambos irrelevantes em termos de eleição de deputados).
Esta forma de apresentar resultados é um excelente exemplo de como a igualdade de oportunidades é ignorada pelos media.
Colocar numa tabela de síntese os outros partidos misturados com os brancos e nulos é já uma má prática pois tende a sugerir a irrelevância dos outros partidos. E não permite sequer distinguir qual o peso real dos outros partidos. Quando o que está em causa é o número de deputados eleitos, então é ainda mais absurdo em termos informativos.
O que é decisivo é saber qual a percentagem dos outros partidos e, em particular, qual ou quais estarão em melhores condições de obter o tal deputado. Em condições de não haver nenhuma maioria absoluta óbvia, um deputado pode fazer toda a diferença (como já vimos no passado) ou pode ter grande significado político. Será o MRPP? O PPM? Ou o PNR?
Quem acompanhar de perto a política partidária poderá facilmente concluir que o misterioso partido será muito provavelmente aquele que nas últimas eleições europeias obteve no distrito de Lisboa 2,4% dos votos, percentagem que em legislativas garante um deputado pelo círculo de Lisboa: o MEP.
Nestas condições o natural seria que se distinguisse o partido que está próximo de obter um deputado (assumindo que o critério da tabela era a representação parlamentar futura).
Ao evitar o símbolo do MEP a par dos outros partidos com perspectiva de representação parlamentar futura e ao amalgamar este partido com todos os restantes e até com os votos brancos e nulos, está a dar-se um tratamento diferente a circunstâncias iguais, confundindo o leitor menos esclarecido em vez de dar uma informação de qualidade.
Infelizmente os media nacionais têm-se limitado a ridicularizar a directiva da ERC sem se atreverem minimamente a discutir o que seria importante: como garantir a igualdade de oportunidades sem entrar num igualitarismo de fita métrica? O que significa para eles "às notícias ou reportagens de factos ou acontecimentos de idêntica importância deve corresponder um relevo jornalístico semelhante"?
Parece que está mais actual do que nunca a petição proposta pelo MEP para a reflexão dos jornalistas onde de pede exactamente "igualdade de oportunidades durante a campanha". Se ainda não assinou, não deixe de o fazer.
O objectivo era fazer coligações de governo... O peso do MEP, infelizmente, não vai ser suficiente para uma solução governativa.
ResponderEliminarMas na proxima legislatura (2014?) gostava de ver o meu partido (PS) e o MEP coligados num Governo do centro-esquerda social e positivista!
O unico "choque" ideologico entre MEP e PS são realmente as questões como o aborto, casamentos gay, etc
Caro anónimo:
ResponderEliminarParece haver mais "choques ideológicos", de que destaco o papel do Estado e da Administração Pública na sociedade, mas neste assunto estou com o MEP, conquanto no que foca esteja mais de acordo com o PS.
Já agora: a próxima legislatura começa este ano e não em 2014!:)
Pela m/parte, não gostava de ver já o MEP em coligações governamentais, mas seria interessante um governo de minoria ter de contar com ele na AR...
Caro anónimo
ResponderEliminarA história recente mostra que um deputado pode ser decisivo na viabilização de um orçamento de estado e, por conseguinte, de uma solução de governo.
Caro Manuel, o que eu queria dizer com "próxima" legislatura era a outra a seguir... Obviamente que nesta legislatura que agora irá começar o MEP não irá ter mais de, no máximo, 3 deputados...
ResponderEliminarSe o MEP não se deixar influenciar pelo clima de oposição de partidos como o PSD, PP, Bloco e PCP e agr também do Sr. Silva, pode na legislatura de 2014 (?) ter uma presença bem maior!
Mas já agora, vocês (Manuel, Carlos, outros) vêm o MEP mais próximo do centro-esquerda do PS ou do centro-direita do PSD?
Caro anónimo:
ResponderEliminarA m/resposta à sua pergunta será porventura diferente da de Carlos Albuquerque. Este é militante-dirigente do MEP e eu não ando nessas lides.
Não me importa muito a questão esquerda/direita. No inquérito da Bússola Eleitoral, o meu resultado deu concordância com o MEP em 84%, 72% para o PS e 71% para o PSD. Mas vistos parcelarmente, os resultados são muito díspares: concordância geral com a Esquerda (não só PS mas também BE e CDU) nos temas "Estilo de Vida e Ética" e "Sociedade e Ambiente" e discordância total em outros, principalmente "Estado e Administração Pública", mas também "Finanças" e "Economia". Isto só para dizer que as questões esquerda/direita não são tão lineares como parecem.
Para responder mais directamente à sua questão: vejo-me mais perto do PS nas primeiras questões que referi, e mais perto do PSD nas questões da organização do Estado e do peso deste na sociedade. No tema "Economia" até tenho maior concordância com o MMS. Mas o MEP é o partido mais homogéneo no match com as minhas posições: concordâncias a rondar, e até ultrapassar, os 90% em muitos temas, tendo o menos concordante, apesar de tudo, uma média de 65% (Estilo de Vida e Ética - em causa despenalização do aborto e facilitação do divórcio).
Isto não dá, só por si, para "agarrar" o meu voto. Outros factores entram, à cabeça dos quais a credibilidade das pessoas que se apresentam para o recolher. Laurinda Alves teve-o e, se votasse em Lisboa, Rui Marques teria grandes probabilidades de o ter também. Das 4 cruzinhas que irei fazer proximamente, só uma está há muito definida (para a Câmara Municipal do Porto) e a questão esquerda/direita não vai ser determinante na hora de decidir as restantes 3.
Caro anónimo
ResponderEliminarAté aqui a falta da representação parlamentar era o argumento para ignorar o MEP. Agora que tudo indica que o MEP vai ter representação parlamentar, que é que se irá pedir mais?
Quanto ao posicionamento do MEP, eu diria que para mim o mais importante é saber qual a melhor forma de desenvolver os objectivos do Manifesto Razões de Esperança.
Admito que em alguns casos seja com políticas mais próximas da chamada "direita" e em outros com políticas mais próximas da chamada "esquerda". E em muitos casos com políticas originais porque não subordinadas à dicotomia tradiconal esquerda/direita.
Quanto às questões fracturantes, eu diria que não faz grande sentido que sejam usadas como marcação ideológica. Mais: acho que estes temas e as pessoas a que dizem respeito têm sido usadas para criar uma divisão esquerda/direita imaginária e assim disfarçar a falta de sentido social das políticas do PS.
Algumas das propostas que se assumem como "progressistas" ou "de esquerda" são um poço de contradições e absurdos.
Nestas áreas acho que há um imenso trabalho de aprofundamento e reflexão a fazer por todos e o enquistamento em preconceitos, seja qual for a sua origem, parece-me pouco construtivo.
Contudo, mesmo depois do aprofundamento haverá ainda necessidade de construir pontes e nesse aspecto o MEP poderá dar contribuições decisivas.
Pela Arrogância que tem em ler os resultados eleitorais e interpretar como bem entendem, Acabaram de perder meu voto na zona de Lisboa!
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