sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Laurinda Alves apresenta candidatura em Coimbra


Neste preciso momento assisto a mais uma sessão de apresentação da candidatura da Laurinda Alves ao Parlamento Europeu. Sentado no auditório do IPJ de Leiria, após um dia fabuloso de visitas e entrevistas entre Coimbra e Leiria, assisto pela terceira vez a uma comunicadora nata a trazer para a política um discurso e uma atitude radicalmente diferentes.

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A culpa é do Multibanco?

Esta semana, para eliminar os problemas de insegurança que se tem vivido em diferentes tribunais, devido aos assaltos no seu interior “O Ministério da Justiça mandou retirar «de imediato» 32 caixas Multibanco existentes no interior de vários tribunais do país, na sequência de vários assaltos a caixas ATM”
Isto significa que é mais seguro ir a um multibanco na rua do que no interior de um tribunal. Porque o problema estava nas ATM e não na sua fixação, nem nos modelos utilizados e nem nos espaços em que estavam localizadas.
É mais rápido remover as máquinas do que validar a sua necessidade e proceder a alterações que melhorem a sua segurança e daqueles que as utilizem.
E qual será a decisão do Ministério da Justiça se voltarem a acontecer agressões a Juízes e Magistrados? Como aconteceu em Sta Maria da Feira no ano passado.Também vão retirar do Tribunal os magistrados?
As decisões politicas têm de ser pensadas para resolver as causas dos problemas não para as esconder ou evitar.
Este tipo de soluções também tem estado a ser utilizados por outros ministérios, como o da economia, em que para esconder as causas dos problemas se disponibiliza a intervenção estatal a qualquer custo em empresas.
Melhor é possível se quem tem capacidade de decisão procurar soluções para o futuro em vez de procurar esconder a actualidade.

Jorge Sousa
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Sinais de "Esperanza"


Obrigado pela dica Crónicas da Terra!
"a contra-baixista mais gira do mundo"
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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Inauguração da sede nacional

Mais um momento histórico para o MEP: realizou-se ontem a inauguração da sede nacional.
A cerimónia foi aberta com uma intervenção da Senhora Presidente da Mesa do Congresso, carregada de entusiasmo, de sentimento, de apelo à participação.
Seguiu-se uma intervenção de Maria Assis, responsável pela exposição de trabalhos de vários artistas plásticos nos diversos espaços da sede, que amavelmente cederam algumas das suas peças para, simbolicamente, enriquecerem ainda mais este momento tão especial. A Maria Assis, na sua alocução, guiou os presentes pelo sentido da exposição, sem, no entanto, explicar o significado das peças. Preferiu deixar o desafio da "leitura" individual das obras de arte, que os autores haviam contextualizado num pequeno texto logo à entrada, instigando os presentes para a necessidade de parar e ver, de olhar com atenção o mundo à nossa volta, de interpretar a realidade e de imaginar novos caminhos.
A fechar a cerimónia, a mais aguardada das intervenções: falou aos presentes o inspirador, fundador e  Presidente do Partido, Rui Marques. Num discurso claro, objectivo e cheio de entusiasmo, Rui Marques, tendo referido alguns dos problemas que o país atravessa, agravados pela descrença, sublinhou a necessidade de semear Esperança, uma "árdua esperança" (no dizer do nosso poeta maior, Camões), que, construída com muito trabalho, por todos, vencerá os difíceis desafios que Portugal enfrenta. Centrado na coesão social e na inclusão, o MEP pretende lutar para que o país seja uma Casa que tenha no seu Coração uma Mesa com Lugar para Todos, aberta ao contributo de todos. Foi com grande entusiasmo que todos partilhámos as suas palavras de mobilização e urgência, por um país melhor, por um Portugal que vale a pena!
No final, em ambiente de festa, cortou-se a fita da praxe, fez-se um brinde e visitou-se o espaço e a exposição de obras de arte em diversas áreas, como a pintura, a fotografia, a escultura ou o design de moda.
A nova sede vem dotar o MEP de muito boas condições de trabalho e de convívio para todos aqueles que queiram ajudar a construir a política da esperança. Serão todos, seguramente, muito bem-vindos.

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Ver para crer, crer para ver

Ontem à noite inaugurámos a sede nacional do MEP. Nós e uma mão cheia de artistas que deram um toque original ao evento enriquecendo-o de forma definitiva.


Ficou bem patente a sensação de mais uma etapa ganha, num caminho nobre e à altura dos nossos propósitos: uma união de esforço e uma partilha colectiva de vontade permitiram o momento. Havia terra onde fincar esta bandeira.

Houve oportunidade para ajudar a compor o orçamento do MEP, não pela venda das peças de arte propriamente, mas preenchendo a "lista de casamento" composta pela mobília da novíssima casa. Boa forma de evitar sermos o partido de alguém, garantido que somos o partido de todos, não?


Casa já temos, seguem-se os próximos episódios desta história de determinação, sedução e compromisso que deve ser a acção política. As eleições seguem-se dentro de momentos.


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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

As Lágrimas da Esperança




Em Cima: Vertie Hodge, 74 anos, chora durante o discurso de tomada de posse do Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, no Boulevard Martin Luther King Jr, Houston, EUA, Terça Feira, 20 de Janeiro de 2009. (AP Photo/Houston Chronicle, Mayra Beltran)

Em Baixo: Comandante Julia Kelley da 229th Brigade Support Battalion, 2nd Heavy Brigade Combat Team, 1st Infantry Division, dos Estados Unidos, chora durante o discurso de tomada de posse do Presidente dos Estados Unidos da América Barack Obama, em Camp Liberty, Baghdad, Iraque, Terça Feira, 20 de Janeiro de 2009.
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Desempregados de Longa Duração

O que faz a inutilidade social de um ser humano? O que faz que alguém, na idade activa, com uma memória, com um nome e uma vontade de ter futuro esteja no desemprego durante meses e anos a fio?

Os especialistas para responder a esta pergunta falam de “desadequação”, uma palavra feia e terrível. A desadequação tem dois lados. Fala-se do lado que se vê. A desadequação da pessoa às necessidades do mercado de trabalho. A mulher ou o homem que não estão no sítio e no tempo certos: Não estão no local onde a “mão de obra” é necessária; já não têm a idade, a força, as competências, os saberes, o conhecimento, necessários e sofrem as consequências disso. Este é o lado iluminado da desadequação, qual será o lado obscuro?





O Banco de Portugal revelou que em Portugal cada desempregado passa em média 23 meses à procura de trabalho. Quase 8% da população activa está desempregada. O que é que que está mal?

Visto do ponto de vista do desempregado o que está mal são as “coisas”, não ele; infelizmente está demasiado ocupado, a tentar sobreviver, para se preocupar com a questão de como se mudam “as coisas”, ou demasiado revoltado para lhe poder responder. Os outros, os que estão empregados, têm esperança de se manterem assim e uns metem-se na sua vidinha e outros têm pena e procuram ajudar os que sofrem, o que é uma coisa boa. Mas se as “coisas” não estão bem numa organização social que transforma pessoas potenciamente úteis em inúteis, que podemos nós fazer?

O lado obscuro da desadequação aparece quando deixamos de pensar a circunstância em que vivemos como algo que não podemos mudar. A adequação é um processo de aproximação mútua. Se é necessário promover o desenvolvimento do ser humano de modo a melhorar a sua utilidade social não é menos necessária - e a crise que vivemos dá a esta necessidade carácter de urgência - a re-invenção de um modo de organização económica, social e política centrado no desenvolvimento pleno do ser humano e, em última instância, o senso comum diz-nos que o modo como nos organizamos deve estar ao serviço do ser humano e não o contrário.

Temos o palavra muito bonita para designar a esperança: Oxalá; ya Allah!, Ó Deus!; Insha´Allah, Deus Queira. A fé em Deus é um argumento da esperança: “Oxalá o meu filho arranje emprego agora!”. Mas a matéria da esperança faz-se da acção dos homens e das mulheres. Na confiança, e também na fé, que através do diálogo e das promessas mútuas podemos mudar a nossa condição e ampliar as nossas possibilidades no futuro.

O MEP no âmbito da Acção: “Perfis de Exclusão/ Propostas de Inclusão” vai organizar próximamente uma semana dedicada aos Desempregados de Longa Duração.
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Barack Obama: A escolha de uma nação

por Jorge Sousa

No discurso da tomada de posse, como 44º Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama reforça a escolha que o povo americano fez entre ”a esperança em detrimento do medo, a unidade de objectivos em detrimento do conflito e da discórdia. (...) é tempo de pôr de lado as infantilidades.”

Se foi possível num pais, como os EUA, obter este resultado claro na aposta na esperança, também em Portugal e nos restantes países da Europa deve e tem de ser possível.

Em plena crise económica mundial, o discurso de Obama afasta a imagem sombria de que o futuro é uma fatalidade e transmite a mensagem de que “Os desafios podem ser novos. Os instrumentos para os enfrentar também. Mas os valores dos quais dependem o nosso sucesso - honestidade e trabalho árduo, coragem e 'fair play', tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo - essas coisas são velhas. Essas coisas são verdadeiras.”

Como é importante, nos dias de hoje, o reforçar dos valores humanistas, que todos conhecemos e defendemos, para a procura de soluções novas para os desafios que temos pela frente.

Esta esperança num futuro melhor é o que permite a Obama afirmar que “É tempo de levar em frente a preciosa dádiva, a nobre ideia, que tem passado de geração em geração: a promessa de que todos somos iguais, todos somos livres e todos merecemos uma oportunidade de procurar a nossa quota-parte de felicidade".

Pode-se consultar o discurso integral em português no Público.

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O canto da sereia

Preparava-me para escrever esta crónica sobre um tema de actualidade, o que acabou sem efeito.

Pensei numa homenagem ao pastor e activista dos direitos humanos Martin Luther King, nesta altura em que a América comemora o seu dia, num dos três feriados nacionais dedicados a uma pessoa. As conquistas americanas, para as quais contribuiu, foram e continuam a ser um farol para o mundo. Na verdade, em poucos lugares se fez tanto, de consequente e para lá da retórica do politicamente correcto, pela igualdade de direitos e deveres, independentemente da cor da pele, da religião, do credo político, do sexo.

Pensei também na tomada de posse de Obama esta terça-feira, no que ela representa de esperança para aquele grande país e para o mundo. Não porque seja um homem providencial e esteja ao seu alcance mudar o mundo e as nossas vidas, num passe de mágica, porque não está. Antes porque não deve ser desconsiderada a oportunidade que ele representa de reconstruir algumas pontes e de inspirar novas atitudes e novas ambições. Antes pelo ânimo, pela renovação e pelo novo estilo de fazer política, que pode contribuir para um diálogo mais construtivo.

Senti-me tentado, por interesse próprio*, e por considerar relevante, a escrever sobre a apresentação em Aveiro, no passado sábado, da candidata do “Movimento Esperança Portugal” às eleições europeias, Laurinda Alves, que procurará lutar por uma Europa de rosto humano, distante da burocratização a que assistimos, assente nos ideais dos pais fundadores, que visavam uma comunidade de pessoas e de povos, em paz duradoura, na sua diversidade, capaz de um desenvolvimento partilhado. A Laurinda representa a esperança numa forma diferente de actuar na política, mais próxima das pessoas e dos seus problemas, mais humanizada.

Entretanto, a caminho do local onde me encontro para escrever estas linhas, encontrei um amigo que acabara de receber, a par com mais 120 pessoas, uma carta de despedimento. Conversámos um pouco, por entre o silêncio que um momento tão difícil exige, trocando preocupações, olhares cúmplices, e despedimo-nos desejando dias melhores, mesmo sabendo que o céu cinzento ainda perdurará. E tudo se resumiu a este vazio, não derrotista, mas que interroga.

Os dias que nos chegam pela frente serão muito difíceis. As tentativas de alguns, especialmente do nosso governo, em nos fazer acreditar que estamos no bom caminho são muito perigosas. Sob o lema tão apreciado do optimismo, visto como força geradora de confiança, mais não são do que instrumento táctico para protelar problemas e ganhar tempo em ano eleitoral. Nada têm de verdade. Basta ver, entre tantos sinais, as últimas previsões da União Europeia relativas ao nosso PIB: uma contracção de 1,6%, muito acima dos 0,8% previstos pelo governo. Imagine-se que aqui há uns meses houve mesmo um ministro que declarou o fim da crise. Embarcar nesse canto da sereia pode conduzir a nau à boca do Adamastor ou a espalhar-se no invisível Cabo das Tormentas.

A esperança, que podemos e devemos ter, deve assentar sobre o rochedo da verdade. E daí, com esforço e empenho, solidariamente, atravessaremos tempestades, sem atirar ninguém borda fora.

Não é fácil, mas são as águas que teremos de navegar. As alturas de crise podem ser uma oportunidade para dobrar o Cabo da Boa Esperança. Assim sejamos capazes.

Ângelo Eduardo Ferreira

*Sou membro do Movimento Esperança Portugal

Publicado no Diário de Aveiro de 21/01/2009


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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama

Hoje todas as atenções estão viradas para Washington!

Cerca de 2 milhões de pessoas vão estar em frente ao Capitólio onde Obama vai prestar juramento como 44º presidente dos Estados Unidos. Muitos mais milhões espalhados pelo mundo irão acompanhar o momento em directo através dos meios disponíveis para o efeito.

Vamos com toda a certeza ter a oportunidade de ver rostos emocionados de pessoas que acreditam num Obama salvador do mundo.
Barack Obama não tem certamente uma varinha mágica para resolver os graves problemas que a América em particular e o mundo em geral atravessam, mas traz com ele uma fértil semente de esperança e a capacidade de fazer acreditar num futuro melhor.

Celina Rodrigues

"…ninguém pode mudar o Mundo sozinho, mas todos podemos fazer com que ele vá mudando"
Paulo Baldaia in JN
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domingo, 18 de janeiro de 2009

Laurinda

Num hospital de Lisboa Laurinda Alves e outra voluntária conversam com uma mulher que contempla a morte; podemos imaginar a dor, a partilha e o amor; a reunião prolonga-se, as três mulheres de mãos dadas. No final, a doente terminal pergunta: - “Mas afinal o que é que vocês vieram vender?”.

Laurinda Alves é voluntária de cuidados paliativos - uma forma de prestar apoio ao corpo e ao espirito de doentes terminais - a história acima foi contada no final de um encontro, em Aveiro, no âmbito da sua campanha para o Parlamento Europeu.


Há qualquer coisa de desarmante na Laurinda. O MEP prometeu fazer política de maneira diferente e com isso pensamos em política de acordo com os princípios da Polis , da decência e da humanidade. Fazer a política “pelo livro” da tradição democrática. Laurinda Alves está não só a inovar na maneira de fazer política mas também a convidar-nos, a todos, a re-escrever o próprio “livro”.

No Parlamento Europeu, Laurinda Alves promete ser voz e ouvido. Voz daqueles que não a têm. Ouvido de todos os cidadãos que pretendem saber e discutir as decisões que se tomam no Parlamento Europeu e que afectam o seu dia a dia e a sua vida. A bondade dos objectivos justifica o benefício da dúvida, a história da vida de Laurinda Alves dá crédito ao processo. A noção de valor acrescentado surge quando vemos Laurinda na acção em esfera pública: na capacidade de dissipar barreiras, de sentir as expectativas das pessoas por dentro e de as tratar pelo nome próprio, de dizer a palavra certa no tempo certo, sem o artifício da lição estudada em casa ou do tique profissional, pelo evidente prazer que retira do diálogo com o outro.

Laurinda Alves tem o “Amor Mundi” - essa forma de amizade cívica pelo outro - que desdobra a maneira de vermos as nossas possibilidades no futuro. Por isso, Laurinda sugere que nos comprometamos todos a re-escrever o “livro”, retirando a manta impermeável que separa os políticos dos seu concidadãos, assumindo que o poder emerge do compromisso de agirmos em conjunto para o bem comum. Laurinda Alves faz-nos acreditar que através do diálogo e da acção em esfera pública, o ser humano pode mudar a sua condição. Faz-nos acreditar na transcendência em política.
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Olhar o outro na pessoa do ex-recluso (II)

Enquadrados por estes aspectos decorreu em Matosinhos uma tertúlia sobre o tema da inclusão social de ex-reclusos. Nesta questão, a indiferença e o preconceito da sociedade está muito associada à ideia de que os reclusos estão privados da liberdade porque cometeram um crime pelo qual têm de pagar não necessitando de qualquer apoio. Contrariando esta lógica meramente punitiva Cláudia Assis Teixeira (presidente da Ass. Foste Visitar-Me) lembrou que são seres humanos que precisam de ajuda. Ana Gomes (psicóloga) e Catarina Salgueiro (educadora) falaram do trabalho efectuado internamente. Ao nível da toxicodependência (2º tipo de crime mais frequente) o trabalho é efectuado sobretudo nas Unidades Livres de Drogas onde os indivíduos são sujeitos a um intenso auto-conhecimento. Por outro lado, e para quem pretenda, são promovidas as competências escolares e qualificacionais como forma de tornar a futura inclusão menos problemática. À parceria já estabelecida com o Instituto de Emprego e Formação Profissional foi sugerida a parceria com o sector empresarial para adequar a oferta formativa às necessidades existentes e assim dotar os reclusos de conhecimentos que possibilitem uma inserção via mercado de trabalho.

A prisão foi defendida como local que deve desenraizar menos garantindo uma proximidade com os contextos sociais e familiares de origem. Aqui foi defendida uma melhor e maior articulação, numa lógica de integração de serviços, entre a educação social na prisão, a reinserção social e acção social exterior.

Rui Rosas falou da importância do apoio da sua família no seu processo de recuperação, no apoio psicológico recebido, da educação que aproveitou para retomar enquanto esteve na prisão. Mas falou também da necessidade de maior humanização (são pessoas não números) de maior envolvimento dos técnicos de acompanhamento.

O sistema prisional deve internamente incluir mecanismos que facilitem o processo de reintegração e isso passa, em grande medida, pelo desenvolvimento logo à chegada de um projecto individual que deve agarrar a vontade do recluso.

Errar é humano. Não esquecer quem erra também ao olhar para o rosto do Outro na pessoa de um ex-recluso, criando condições que permitam a sua efectiva regeneração e consequentemente a restauração de laços de confiança anteriormente quebrados. Então, deve ser desígnio da sociedade dar-lhe uma segunda oportunidade. Assim estaremos a ver as pessoas de outra forma, a concretizar a Utopia.

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Olhar o outro na pessoa de um -ex-recluso (I)

Segundo as Estatísticas da Direcção-Geral de Serviços Prisionais a população reclusa portuguesa rondará as 11 mil pessoas: cerca de 80% de homens; 20% de mulheres; média de idade no limiar dos 40 anos; com baixas habilitações escolares (5,3% de analfabetos; 5,8% sem qualquer certificação embora saiba ler e escrever). Portugal apresentava em 2006 uma taxa de encarceramento de 109/100 000hab sendo que reclusos/as representam 0,12% da população portuguesa. Foi nesta realidade que o MEP focalizou a sua atenção na semana de 12 a 16 com um conjunto de inicitativas que finda hoje com a apresentação de um conjunto de propostas de inclusão.

A realidade anterior problematiza três eixos fundamentais na futura reinserção social: em primeiro lugar, um volume tão significativo de reclusos sem a escolaridade mínima obrigatória revela situações precoces de exclusão social a montante da entrada do indivíduo no sistema prisional; em segundo lugar – e considerando a importância da inclusão por via da reinserção no
mercado de trabalho – a dificuldade em dotar académica e tecnicamente pessoas, maioritariamente sem hábitos de trabalho e que estão já no limiar dos 40 anos; por último, ao estigma da ex-reclusão junta-se a questão etária tendo em conta a tendência de envelhecimento da população prisional.

De natureza diferente, mas igualmente problemática, é a questão dos reclusos estrangeiros, nomeadamente os detidos por tráfico de droga. Em número crescente e cumprindo penas de prisão longas, não têm qualquer apoio familiar em território nacional e tendo penas acessórias de expulsão não se enquadram em modelos de reinserção social típicos para quem permanecerá em território nacional.

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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

sábado, 10 de janeiro de 2009

Guerra



"Dirijo-me hoje a vocês não como cidadão americano nem como judeu, mas como ser humano"...

A. Einstein, 1955, discurso (nunca efectuado) de homenagem ao Dia de Independência de Israel

Sir John Holmes, que foi embaixador do Reino Unido em Lisboa de 1999 a 2001 e é actualmente Sub-Secretário Geral para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, revelou, numa entrevista televisiva, que na Faixa de Gaza existem crianças que morrem de fome sobre os cadáveres de suas mães. As condições da guerra impedem que a ajuda chegue. Qualquer ajuda.

Em Haifa a terceira maior cidade de Israel, o repórter da televisão Al Jazeera entrevista alguns cidadãos sobre a invasão israelita da Faixa de Gaza. Uma luz familiar, Mediterrânica, inunda a esplanada à beira-mar. Todos os entrevistados confirmam a legitimidade da acção militar como defesa contra os misseis do Hamas. Mas o que impressiona mais é a falta de compaixão da jovem que falando a propósito do sofrimento das crianças e suas mães, refere a diferença entre judeus e palestianos na forma como vivem o sofrimento.

Habituámo-nos a ver o mal como o resultado da intervenção de forças obscuras ou de uma reacção dos homens maus contra a bondade, mas o que vemos na televisão, o que sabemos da história do holocausto, é que o mal é o resultado do não reconhecimento de humanidade ao Outro, o não reconhecimento ao Outro do direito a ter direitos. Enquanto deste lado - do nosso lado - deixamos que a inação e a ausência de pensamento impregnem a nossa vida de lugares comuns e preconceitos.
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ano Europeu da Criatividade e Inovação

por Jorge Sousa Iniciou-se hoje, oficialmente, o Ano Europeu da Criatividade e Inovação 2009, com o slogan “Imaginar. Criar. Inovar”, em que se pretende “promover abordagens criativas e inovadoras, em diferentes sectores de actividade humana, que ajudem a dotar a União Europeia de maior capacidade de superar os futuros desafios num mundo globalizado”.

Só através da investigação / inovação e desenvolvimento é que a Europa poderá ultrapassar a crise actual, para isso é necessário mais investimento em I&D.

“Portugal foi o país da Europa onde a despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) mais cresceu entre 2005 e 2007, subindo três posições para se tornar no décimo quinto país da União Europeia que mais investe”.

Isto significa que Portugal aumentou em 46% a sua despesa em I&D, estando em 2007 com um valor de 1,2 por cento do PIB, o que nos coloca ao nível da Espanha, mas ainda longe da média europeia.

Mas esta boa noticia deve-se ao crescimento da despesa “sobretudo nas empresas, que mais que duplicaram essa despesa, atingindo um investimento de 0,61 por cento do Produto Interno Bruto, chegando a 1500 o número de empresas com actividades de I&D em 2007”.

Este valor poderá estar em causa para este ano devido à crise que as empresas estão a viver em Portugal, assim como em todo o mundo, caso o Estado não promova incentivos à continuidade destes projectos.

Fonte: Expresso
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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A coesão na sociedade portuguesa

Na entrevista que o Professor Alfredo Bruto da Costa deu ao programa “Ecclesia” da RTP, a propósito da sua nomeação para Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=67817&seccaoid=6&tipoid=34, revela-se o estudioso e o homem de missão.
Não estou com ele há alguns anos, mas tenho-o como exemplo de integridade e coerência, alguém que se recusa a aceitar a inevitabilidade da desigualdade entre os homens e defende de modo radical os ideais que persegue.
Recordo com um sorriso uma experiência vivida na primeira pessoa, no dia em que, na sua simplicidade, me procurou, dizendo: “as minhas filhas agora andam na Universidade e talvez seja altura de termos um carro lá para casa, por isso gostava que me ajudasses a escolher o que for mais adequado…” Se todos pensassem como ele, o mundo seria diferente, o presente mais solidário e o futuro mais sustentável.
Recomendo vivamente a leitura do livro “Um olhar sobre a pobreza – Vulnerabilidade e exclusão social no Portugal contemporâneo” (Gradiva, 2008). Na primeira parte, Bruto da Costa faz uma reflexão profunda sobre as questões da pobreza e da exclusão social. Na segunda parte, são apresentados os resultados de alguns estudos recentes sobre os pobres em Portugal, com muita informação e algumas reflexões interessantes. Os resultados desses estudos são muito diferentes do que se poderia inferir ao ver os telejornais: é que os pobres em Portugal são maioritariamente idosos, crianças e trabalhadores não qualificados, que normalmente não têm voz nem poder reivindicativo.
Embora os dados do INE relativos a 2007 digam que apenas 18% dos portugueses são pobres, durante o período em análise, (1994-2001) 46% dos portugueses passaram por esta situação, o que revela um preocupante grau de vulnerabilidade à pobreza.
No seu discurso de ano novo, o Sr. Presidente da República pôs o dedo na ferida, chamando a atenção para a importância de dizer a verdade aos portugueses e para a inevitabilidade de não podermos continuar a viver acima daquilo que produzimos. E lembrou que, em tempo de crise, a solidariedade é importante para evitar a ruptura e manter a coesão social.
Afinal, estão os dois a falar da mesma coisa.

Gonçalo Rebelo Pinto
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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Gato Fedorento anunciaram vitória de Laurinda Alves

Foi no telejornal da SIC, na noite de passagem de ano.
Os Gato Fedorento revelaram ao país que Laurinda Alves vencerá as Eleições Europeias!




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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2009 em (poucas) palavras

Não deixar ninguém para trás
Com o horizonte carregado pelas nuvens negras de uma crise anunciada e ampliada cada dia, são certas as dificuldades. Depressão económica, desemprego em alta, aumento da pobreza são quase inevitáveis. A palavra de ordem da política da esperança será, neste contexto, não deixar ninguém para trás, cuidando dos mais vulneráveis, repartindo por todos o que temos e reforçando da coesão social. Vamos passar a tempestade juntos. E vencê-la...

Criar riqueza para todos
A única forma de podermos melhorar a nossa vida e ter recursos suficientes para redistribuir num esforço de justiça social é criando mais riqueza. A política da esperança passa pela afirmação de que precisamos de trabalhar mais e melhor, ser mais produtivos e mais competitivos à escala global. Isso implica esforço e sacrifício, mas é o único caminho. A versão “é fácil, é barato, dá milhões” é uma ilusão na qual não podemos persistir. Ao contrário, temos que ser capazes de fazer melhor todos os dias, com inteligência e trabalho.

Construir um futuro sustentável
Os tempos de crise têm também vantagens. Uma das maiores é ajudar-nos a repensar a sensatez das opções anteriormente tomadas. Ao rever as raízes desta crise vemos que a ausência de princípios e de respeito pela sustentabilidade geraram uma situação muito grave. As ficções dos mercados financeiros que se esvaíram em nada, o império do “já” e a cultura do instantâneo, o sobre-endividamento das famílias ou o desgaste dos recursos naturais, devem fazer-nos pensar. Com a política da esperança, afirmamos que a melhor forma de defender os nossos interesses é respeitando princípios. Só teremos o futuro que formos capazes de construir. Há que lançar mãos à obra de dar sustentabilidade ao nosso amanhã.

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